Responsável por 20% da geração de energia no continente europeu, o carvão tem sido a alternativa encontrada por boa parte dos países em meio a escassez de gás natural.
Com a redução da oferta de gás provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, além da alta de preços (que já chega a 600%), países como Áustria, Alemanha e Países Baixos têm optado por reativar usinas térmicas movidas a carvão.
O combustível, com a pior relação entre geração elétrica e emissões de carbono, tinha planos de ser eliminado da matriz energética até 2030, com a Alemanha prometendo desligar todas as usinas em 2028, algo que pode ser revisto agora.
A eletricidade gerada pelo carvão é considerada uma das maiores vilãs das mudanças climáticas. Por razões políticas, porém, o governo alemão decidiu encerrar antes as usinas nucleares, previstas para se encerrar em 2022.
A aposta alemã em energias renováveis tem sido a maior da Europa, com o gás russo sendo considerado o modelo de transição.
Em suma, energias como solar e eólica são consideradas intermitentes, ou seja, não possuem geração estável ao longo do dia. Para resolver a questão, os alemães apostaram em usinas movidas pelo gás russo, que chega ao país por meio de um gasoduto que atravessa a Ucrânia. Um segundo gasoduto, o Nord Stream 2, estava sendo previsto para operar, mas teve a sua conclusão interrompida por conta da guerra, além de pressões por parte dos EUA.
Ao longo da década, a Alemanha assegurou ao menos $600 bilhões em investimentos em energias renováveis, cerca de 15% do PIB do país.
No outro lado da fronteira, a França manteve sua aposta em energia nuclear, com o governo de Emmanuel Macron ampliando o controle e propondo estatizar 100% da EDF, a empresa de energia francesa, controladora das usinas nucleares no país.
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