A seguir, você entenderá o que ele viu no Bitcoin que o deixou fascinado.
Jack Dorsey é uma das mais proeminentes figuras da economia digital. Fundador de três empreendimentos, em maior ou menor grau, muito bem-sucedidos nas últimas décadas, tem fortuna estimada em 4 bilhões de dólares.
Ele sequer terminou seus estudos formais em Ciência da Computação, após ter feito transferência para a Universidade de Nova York, cidade em que iniciou sua carreira antes de se radicar no Vale do Silício. Mas a formação católica que teve na infância combinada a algumas das ideias que desenvolveu na faculdade geraram grandes frutos.
Suas criações podem inicialmente parecer desconexas, mas fazem parte do cotidiano de muitos. O Twitter é uma rede social utilizada globalmente por centenas de milhões de usuários para se que se mantenham informados em tempo real.
Já a Square é uma fintech focada no mercado norte-americano que conjuga inúmeros serviços, tanto para pequenos e médios comerciantes quanto para indivíduos. E por último o Vine que, apesar de extinto, chegou a ter mais de 200 milhões de usuários utilizando a plataforma para ver e compartilhar vídeos de curtíssima duração.
Mas, afinal, se blog, fintech e compartilhamento de vídeos parecem negócios substancialmente distintos para serem tocados por um mesmo empreendedor, a visão estratégica e a arquitetura dessas aplicações evidenciam alguns dos traços inegáveis de Jack Dorsey. Repare que, seja no Twitter, no Square ou no Vine, a simplicidade franciscana dá o tom.
Jack Dorsey é dono de uma filosofia, implementada em seus negócios, baseada na ideia de que restrições e regras simples são ótimos estímulos à criatividade. No Twitter os textos são limitados a 140 (ou mais recentemente 280) caracteres. No Vine os vídeos eram limitados a 6 segundos. Nas aplicações da Square um pagamento é reduzido ao menor número possível de telas e etapas, com design igualmente minimalista.
Em abril de 2013, durante entrevista concedida a Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), Jack afirmou: “Se eu lhe der um pincel e pedir que você pinte uma imensa parede branca, você vai ficar um pouco hesitante. Você terá que parar para pensar, porque não vai querer fazer um estrago. Mas se eu lhe der o mesmo pincel e um cartão de visita e lhe pedir que crie uma marca, você logo fará.”
Por trás de sua fala, o empresário traz a crença de que limitações inspiram a criatividade e que isso leva a um crescimento orgânico na adoção e no uso de plataformas. Em outras palavras, as pessoas gostam daquilo que entendem, do que as faz sentir que são parte importante de um processo maior e isso faz com que elas tenham como tendência compartilhar naturalmente esse processo com outras.
E foi assim com todos os principais produtos desenvolvidos por Jack Dorsey até aqui. Logo, os princípios e o processo são similares, não importa se estamos falando de pagamentos via cartão de crédito, troca de mensagens sobre o que está ocorrendo agora ou de pequenos vídeos inusitados.
Isso nos leva, finalmente, à seguinte pergunta: por que com um criptoativo como o Bitcoin haveria de ser diferente? E a resposta parece simples: não há porque ser diferente. E foi justamente o que levou ao fascínio de Jack Dorsey pelo Bitcoin nos últimos anos.
E quando digo fascínio não é exagero ou figura de linguagem. Neste momento, qualquer um pode ver a simples e objetiva descrição de Jack Dorsey em seu perfil @jack no Twitter:
Ultimamente, dedicado ao avanço tecnológico do protocolo Bitcoin e da adoção da moeda digital em mais larga escala, Dorsey chegou a criar uma subsidiária de sua fintech somente para trabalhar com criptoativos, a Square Crypto. A empreitada já superou os 10 milhões de dólares em aportes financeiros focados no desenvolvimento de tecnologias que incrementem a rede pública de registros e pagamentos do BTC.
Desde seu lançamento em janeiro de 2009 até os dias de hoje, o Bitcoin funciona a partir de regras claras e invioláveis, com total transparência. Para quem quer que seja. Todo mundo pode checar por si mesmo, sem possibilidade de fraudes, que tudo funciona como devido.
Um dos seus maiores trunfos foi ter substituído a complexidade da governança monetária por restrições asseguradas em seu código:
- Nunca existirão mais do que 21 milhões de bitcoins.
- Eles são criados a partir de um calendário pré-definido, com a geração de novas moedas caindo pela metade a cada 4 anos.
- Os BTCs recém-criados são sempre distribuídos a quem doa poder de processamento para auxiliar na segurança da rede (mineração), na direta proporção do quanto cada um colabora versus os demais.
- Você só pode gastar os seus bitcoins e não existem estornos ou gastos duplos. A rede valida tudo de forma automática a partir de criptografia.
Esse pequeno corolário é tudo o que você precisa saber sobre o Bitcoin. Pare por alguns segundos e o compare aos sistemas monetário e financeiro tradicionais.
Ambos corruptíveis, com suas infinitas reuniões e um milhão de interesses conflitantes. Com todo o jargão feito para não ser entendido, com uma incerteza da qual parece ser impossível sair, evidenciada crise após crise.
Certamente, um dos pontos que mais fascina Jack Dorsey no Bitcoin, sendo ele um fã das restrições como meio de se estimular a criatividade e a adoção orgânica no uso de novas tecnologias, é a simplicidade e a clareza com que foi concebido. Dada a ambição do que o Bitcoin se propõe a ser, um novo padrão monetário e uma rede global e incensurável de transações e registros, trata-se de algo de singular “pureza”.
Quase imaculado, bem ao gosto de Dorsey pelo radical minimalismo. É como se estivéssemos rescrevendo o dinheiro sem toda a presepada e a politicagem que o envolvem nos últimos 107 anos.
Retiramos tudo o que não é essencial para que o dinheiro passe a ser o que deveria em sua essência: um meio de coordenação em massa dos mais variados interesses de estranhos que, a partir de então, podem passar a cooperar economicamente uns pelos outros. E não uma forma de perpetuar uma sociedade calcada no endividamento, como é hoje.
Se uma dose de alinhamento filosófico entre Jack e Satoshi Nakamoto parece forte, uma dose de lucratividade como empurrãozinho também não vai mal. E ela veio forte no último trimestre de 2019: quase 50% da receita do CashApp (da Square) veio de usuários de criptoativos utilizando a plataforma para comprar BTC, totalizando 178 milhões de dólares gerados só nessa linha.
Se os números e o entusiasmo de um nome tão relevante como esse surpreendem, saiba que isso é apenas o começo. Em seu perfil no Twitter, Jack segue compartilhando ideias para o futuro próximo.
Nos planos estão novas rodadas de investimento para a Lightning Labs, uma das tecnologias que promovem escalabilidade e podem levar o Bitcoin a ser útil em inúmeros novos casos de uso. E ainda a eventual adoção do BTC como moeda de incentivo ao próprio compartilhamento de informações via Twitter, de forma que a rede e seus usuários possam remunerar com microtransações, instantâneas e de baixo custo, os criadores de conteúdo com quem têm mais engajamento.
Para se manter atualizado, siga a QR Capital no Instagram e no Twitter.
$100 de bônus de boas vindas. Crie sua conta na melhor corretora de traders de criptomoedas. Acesse ByBit.com