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Economia

Nubank pode entrar nos EUA e faz americanos desistirem de usar cheques

A entrada do Nubank nos EUA não é descartada, mas ainda deve demorar mais alguns anos segundo deu a entender o CEO do banco.

David Vélez, o CEO do Nubank, maior banco digital do planeta, deu entrevista sobre o futuro do “Nu”. Dentre as pautas, a expansão do banco.

Nas entrelinhas, Vélez deixou evidente que a expansão do banco não se limitará ao mercado latino-americano.

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Com um histórico de partner da Sequoia, a gigante global de venture capital que investiu em empresas como Facebook, o Nubank deve operar sob uma lógica diferente da maioria das empresas brasileiras.

Enquanto grandes bancos nacionais se limitam a explorar o mercado regional, com um pé nos Estados Unidos limitados a Miami (para atender os brasileiros e latino-americanos), o Nu deve buscar uma postura global.

O que impede o Nubank de entrar nos EUA?

Na prática, o mercado americano, apesar de ser dezenas de vezes maior do que o brasileiro, não apresenta um grau significativo de inovação.

Com o fim da política Glass-Steagal, que permitiu a fusão entre bancos americanos de varejo e investimento, houve uma maior concentração no setor, resultando na criação de gigantes globais como Citi, JP Morgan e outros.

No entanto, esses mesmos bancos ainda encontram dificuldades para se estabelecer no mercado brasileiro. O Citi, que nos EUA possui $3 trilhões em ativos, acabou desistindo. Em 2017, o banco americano vendeu suas operações de varejo ao Itaú.

Diante dessa dificuldade de entrada dos bancos americanos no Brasil, surge a questão: seria possível um banco brasileiro entrar nos EUA?

A aposta de Vélez e do Nubank é que a conexão com as gerações mais novas, especialmente a geração Z, pode ser um trunfo.

Grandes empresas americanas, como a Apple e o Google, já buscam entrar neste mercado, principalmente como provedores de pagamentos. A Apple, por exemplo, chegou a ensaiar uma parceria com o Goldman Sachs, que prometia remunerar depósitos em 3% ao ano, em um país acostumado com uma remuneração de 0.1%.

Atualmente, a gigante produtora do iPhone possui $15 bilhões em depósitos no Apple Bank, além de $12 bilhões em empréstimos. Esse valor equivale a ⅔ da carteira de crédito do Nubank, o que sugere que uma pequena fatia do mercado americano poderia gerar um retorno significativo para o banco brasileiro.

Nubank México

Em um movimento recente, o Nubank apostou em uma parceria com uma empresa mexicana do ramo de varejo, para garantir “pontos físicos” em um país onde os pagamentos online, como cartão de crédito, não são comuns.

A aposta é que o Nu conseguiria captar distinções locais. A “Cuenta Nu”, possui hoje 4 milhões de clientes no México onde o país rapidamente já se tornou o 4⁰ maior player. Por lá, o mercado é dominado por bancos ligados à conglomerados, como o Banco Azteca.

Quando o Nubank poderá “invadir” os EUA?

Vélez aponta que a principal diferença do Nu seria permitir aos americanos realizarem até 85% das operações em um app, ao invés de uma agência bancária.

E este fator poderia reduzir, e muito, o custo financeiro. Na prática, manter agências físicas em um país com o preço dos imóveis nas alturas, é um custo desnecessário que acaba sendo repassado ao cliente.

No Brasil, na última semana, o Nubank reportou um ROE e 23%, ou um lucro de R$23 para cada R$100 em patrimônio líquido (a grana que o banco de fato pode chamar de sua).

Nos EUA, o ROE médio dos bancos equivalente a 12,5%, o que demonstra o principal motivo de o Nu ainda não ter desembarcado na terra do Tio Sam: há locais melhores para se alocar capital.

Na prática, o Nubank poderá desembarcar nos EUA quando tiver entrado em mercados com maior retorno. 

E a iniciativa, ao que tudo indica, pode ser muito útil no país em que o uso do cheque ainda é uma prática comum. 

Apenas para efeito de comparação, em 2020, enquanto o governo brasileiro distribuía auxílio-emergencial direto na conta, o governo americano enviava cheques pelos Correios.

Segundo especialistas, o mercado brasileiro tornou-se mais ágil pelas próprias fragilidades do país. Em suma, em um país que já teve inflação de 4000% ao ano, um atraso de 1 dia implica um custo significativo aos usuários.

Já segundo um estudo publicado por Cysne-Simonsen, em 1993 os bancos brasileiros lucravam 3% do PIB apenas com a inflação, sem prestar nenhum serviço. Com o fim da inflação a agilidade permaneceu e foi aplicada aos serviços financeiros.

Por aqui, o Nu tem um share de 4% sobre o total de receita dos bancos, estimado em US$175 bilhões. 

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