
Já pensou comparar o rendimento do Bitcoin, com o IMA-B, renda fixa brasileira? Um é um ativo com programação para ser escasso, e com uma inflação sob total controle e previsibilidade. O outro é a renda fixa do Brasil.
O IMA-B é um índice de renda fixa que acompanha a performance de títulos públicos indexados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal medida de inflação no Brasil. Ele é composto principalmente por títulos do Tesouro Nacional, como as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional série B),
A empresa de dados, Economática, disponibilizou ao BlockTrends três gráficos. No primeiro, o histórico das cotações de ambos, Bitcoin e índice de renda fixa. No segundo a performance relativa no ano de 2024.
Em uma janela de tempo que compara o ciclo completo, a diferença é gritante
Mas no terceiro, o gráfico mostra a comparação de performance acumulada em 3 anos. Contudo, o recorte de tempo que a empresa forneceu, de 3 anos, marca o topo histórico daquele ciclo do Bitcoin. Portanto, o BlockTrends resolveu fazer com base nestas informações uma janela de tempo maior, e de forma que incluísse um ciclo de mercado completo da criptomoeda. O período foi desde 2018.
O gráfico revela como o Bitcoin, apesar de sua volatilidade, entregou retornos superiores. Apesar de proteger o investidor de uma inflação doméstica, e entregar um ganho real de 6%, o IMA-B perde de forma humilhante em relação à valorização frente ao real. O motivo é simples, o Bitcoin entregou um retorno de mais de 400% no período, e em dólar. Confira a análise completa.
O gráfico original, que a Economática compartilhou, mostra um comparativo de como ambos os ativos se comportaram desde 2010. A linha azul representa o Bitcoin. Em contrapartida, a linha vermelha representa o IMA-B.
O gráfico mede a performance acumulada de ambos os ativos, normalizados com base 100 em 2010. Isso significa que ambos os investimentos começaram no mesmo ponto, e ao longo dos anos o gráfico mostra como o valor de cada ativo evoluiu.
Enquanto o Bitcoin teve um desempenho extraordinário, o IMA-B, embora muito mais estável, apresentou um retorno previsível. O Bitcoin passou por uma valorização significativa desde 2018. Em janeiro de 2018, o preço estava por volta de US$ 13.000, enquanto em outubro de 2024, o preço médio está em torno de US$ 66.000.
Por outro lado, o IMA-B, o índice de títulos atrelados ao IPCA, manteve uma valorização constante e previsível durante esse mesmo período. O IMA-B, que busca proteger o investidor contra a inflação, cresceu aproximadamente de 40% a 50% no mesmo intervalo.
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Uma análise mais a fundo
Contudo, o ganho real foi de aproximadamente 6,06%. Isso porque entre 2018 e 2024, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, acumulou uma variação significativa. O IPCA total foi cerca de 32% durante esse período.
Os anos de maior inflação foram 2021, com 10,06%, e 2022, com 5,79%. Enquanto em 2023 e 2024 a inflação esteve mais controlada, em torno de 4,6%
Se você tivesse investido R$ 1.000 em ambos os ativos em 2018, seu investimento em Bitcoin poderia ter atingido R$ 5.000 (com base na valorização de 400%), enquanto a renda fixa, conforme IMA-B, teria retornado algo em torno de R$ 1.400 a R$ 1.500.
Por outro lado, a desvalorização do real frente ao dólar foi significativa entre 2018 e 2024, o que favorece o Bitcoin em ganho não apenas em real, mas também em dólar.
O câmbio em 2018 girava em torno de R$ 3,80 por dólar. Enquanto em 2024 a taxa chegou a aproximadamente R$ 5,45 por dólar. Desse modo, a depreciação é de mais de 40% do real frente ao dólar nesse período.
O Bitcoin, por outro lado, valorizou-se em torno de 407,7% desde 2018, muito acima da inflação e da desvalorização cambial. Enquanto o IMA-B, que cresceu cerca de 40%, protegeu o investidor contra a inflação doméstica, e distribuiu um ganho real de apenas 6%.
Contudo, novamente, ele não compensou integralmente a perda de valor do real frente ao dólar. Especialmente para quem busca preservar seu poder de compra em moeda estrangeira.
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