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Blockchain

4 tentativas que falharam ao tentar criar o Bitcoin

Em 3 de janeiro de 2009, Satoshi Nakamoto minerou o primeiro bloco do que viria a se tornar o Bitcoin. Mais de dez anos depois, a invenção da primeira criptomoeda demonstrou ao mundo a utilidade da tecnologia blockchain e criou consigo um mercado de cifras multibilionárias. No entanto, apesar de se tornar o primeiro ativo […]

Em 3 de janeiro de 2009, Satoshi Nakamoto minerou o primeiro bloco do que viria a se tornar o Bitcoin. Mais de dez anos depois, a invenção da primeira criptomoeda demonstrou ao mundo a utilidade da tecnologia blockchain e criou consigo um mercado de cifras multibilionárias.

No entanto, apesar de se tornar o primeiro ativo digital criptográfico bem sucedido na prática, o Bitcoin não foi a primeira tentativa de se criar um dinheiro completamente digital, descentralizado e incopiável. Abaixo listamos quatro projetos com inovações cruciais para a concepção do que hoje se entende por “criptoativo”.

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  • Resumo da notícia:
    – Ao menos 4 grandes tentativas de se criar algo similar precederam o Bitcoin
    – O Bitcoin foi a primeira moeda digital descentralizada a funcionar na prática
    – Muitas coisas no design do protocolo corrigiam erros daqueles projetos
    – Satoshi Nakamoto superou algumas das mais brilhantes mentes da Computação

A primeira tentativa formal: o eCash

Antes de Steve Jobs lançar o primeiro computador pessoal, David Chaum, então professor de computação em Berkley, moldava o que se tornaria o primeiro ativo digital da história: o eCash. A ideia era criar um meio privado para realizar transações. No entanto, o modelo do professor menosprezava a importância da descentralização de uma moeda digital e necessitava de um terceiro agente para funcionar adequadamente.

A entidade centralizadora, no caso do e-cash, era o Mark Twain Bank que serviu como esqueleto para o implementação do sistema de micropagamentos. A moeda operava de forma similar ao cartão de crédito, não havia custos de transação para os consumidores, apenas para os comerciantes.

A moeda obteve relativo sucesso no noticiário local durante o final dos anos oitenta. Porém, com a virada da década e o número de usuários de internet aumentando de maneira exponencial, ficou difícil para pessoas comuns compreenderem como a privacidade seria um ativo importante na Era da Informação. O próprio criador do eCash admitiu em uma entrevista para a Forbes em 1999: “Na medida em que a internet cresceu, a sofisticação dos usuários diminuiu. Ficou difícil de explicar a importância da privacidade ao novo público”.

Por fim, após três anos de testes e apenas 5.000 clientes, o eCash foi dissolvido em 1998, logo após o Mark Twain Bank ser comprado por um banco maior, o Mercantile Bank. À época, tratava-se de um grande emissor de cartões de crédito que não observava ganhos em ter um produto concorrente em seu portfólio.

O HashCash e o proof-of-work

Adam Back, PhD em Ciência da Computação e famoso criptógrafo, decidiu, em 1997, revisitar uma ideia proposta em um paper de 1992 intitulado “Pricing via Processing or Combatting Junk Mail”. Com pequenas alterações, a ideia foi posta em prática sob o nome de HashCash. O objetivo central do algoritmo era reduzir spams e falsificações de e-mails, um serviço crucial no começo da internet e até hoje.

Apesar do nome, o HashCash não poderia ser considerada uma moeda propriamente dita, já que sua função central era, por meio de um algoritmo de proof-of-work, criar e-mails infalsificáveis e facilmente validáveis depois de alguns clicks.

O seu uso era simples. Uma codificação textual de um carimbo de hashcash é adicionada ao cabeçalho de um e-mail para provar que o remetente utilizou razoável poder computacional para calcular o carimbo antes de enviar o e-mail. Em outras palavras, como o remetente levou um certo tempo para gerar o carimbo e enviar o email, é improvável que ele seja um spammer. O receptor pode, a um custo computacional desprezível, verificar se o carimbo é válido.

A hipótese era que o HashCash se transformaria em uma economia de rede, tornando o trabalho dos spammers pouco lucrativo, dado o alto-custo que enviar milhares de e-mails carimbados acarretaria para o seu modelo de negócios. 

O HashCash pode ser utilizado até hoje, mas não obteve êxito comercial porque o custo despendido pelo computador para validar um e-mail era considerável. Além disso, a máquina que realizava o proof-of-work não era remunerada e tornava o modelo de negócios pouco atrativo. Mais tarde, o Bitcoin utilizaria a engenharia de incentivos do HashCash, mas aprenderia com os seus erros ao remunerar o trabalho computacional. A prática ficaria conhecida como “Mineração”.  O próprio Adam Back já chegou, de forma controversa entre a comunidade, a chamar o Bitcoin de uma generalização expandida do HashCash.

B-money e a aproximação com o Bitcoin

Ainda no final dos anos noventa, Wei Dai, um Engenheiro da Computação e importante cypherpunk, propôs o B-money. Com uma ideia muito similar ao futuro Bitcoin, o projeto propunha ser um algoritmo no qual um grupo de pessoas realizaria transações monetárias sem a necessidade de uma terceira parte.

A invenção de Wei Dai detinha muitas similaridades técnicas com o Bitcoin, tais como remunerar o poder computacional despendido e a verificabilidade das transações em um livro contábil coletivo.  Além disso, Dai sugeriu o uso de assinaturas digitais, ou chaves públicas, para autenticação de transações e cumprimento de contratos.

O B-money, no entanto, nunca foi lançado oficialmente. Em vez disso, ele permaneceu em existência apenas como uma proposta. No entanto, o trabalho de Dai não passou despercebido. De fato, Satoshi Nakamoto, o pseudônimo inventor do Bitcoin, procurou Wei Dai enquanto desenvolvia o maior criptoativo do mundo. No entanto, em entrevista anos depois, Wei Dai afirmou que Satoshi Nakamoto provavelmente solucionou o problema sozinho e apenas depois creditou o seu trabalho no whitepaper.

Bit Gold e o ativo incopiável

Assim como Wei Dai, Nick Szabo, cientista da computação e jurista norte-americano, propôs um sistema muito similar ao Bitcoin, o Bit Gold. Em sua proposta original, o sistema funcionava de forma similar ao Bitcoin. Instrumentos como o proof-of-work e registro de transações, análogo ao que se tornaria a blockchain, eram partes fundamentais da arquitetura do criptoativo.

Além disso, o bit gold de Szabo não é fungível. Isso significa que as transações só podem ser realizadas de forma descentralizada, sem a intervenção de qualquer terceira parte para manter o sistema em funcionamento. Dessa forma, o Bit Gold era muito similar ao Bitcoin ao descentralizar e distribuir a confiança entre nós individuais que compõem sua rede.

Apesar do futuro promissor da ideia, Nick Szabo nunca conseguiu solucionar parte crucial do que viria se tornar o Bitcoin: uma moeda digital incopiável. Agentes mal-intencionados poderiam, teoricamente, fazer quantidades indefinidas de bit gold e depreciar, por meio de inflação, o valor da moeda. Tornando o ativo extremamente inseguro e pouco atraente como investimento. 

Apenas dez anos depois, um sujeito, sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, compartilharia a solução para os problemas enfrentados por Nick Szabo, Wei Dai, Adam Back e David Chaum. O nome da solução? Bitcoin. A primeira moeda digital descentralizada, não-copiável e com uma rede de incentivos que impediria que a moeda fosse hackeada por qualquer pessoa, empresa ou governo. Nascia ali a revolução do dinheiro e o avanço tecnológico mais relevante desde a ascensão da internet comercial.

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