O recorde de bilionários na lista da Forbes em 2021, em plena pandemia, chocou inúmeras pessoas alheias ao modo como a lista é produzida.
Não foram poucos os que apontaram o aumento do número de bilionários e de suas fortunas como consequência direta para o empobrecimento da população global no mesmo período (no caso, 2020, tendo em vista que a edição se refere ao ano anterior).
Termos como exploração, desigualdade e tantos outros pipocaram nas análises.
Em 2022, porém, a lista contou com outro dado surpreendente: a maior perda de bilionários desde a crise de 2008.
Ao todo, o planeta viu desapareceram 329 bilionários. A maior parte em áreas como tecnologia.
E o motivo de tamanha volatilidade pode ser sentido diretamente por você.
Primeiro, claro, é importante dizer que a lista considera bens como ações, imóveis e dinheiro recebido em formas de dividendos.
Ainda que você nunca tenha vendido qualquer ação, ou mesmo chegado perto de receber $100 milhões na conta, é possível ser considerado um bilionário.
E a razão disso está intimamente ligada a como funcionam os mercados.
Em resumo, a bolsa calcula o preço de uma ação em relação ao quanto esta ação poderá entregar ao seu detentor ao longo do tempo. Já o valor da empresa é o valor de 1 ação VS todas as ações da empresa.
Complicado? Nem tanto.
Imagine que uma empresa gere de dinheiro pra si mesma R$10 por ano. Esse valor é chamado de “ebitda” (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Se essa empresa está em um setor tradicional, como uma mineradora, é provável que os investidores pagarão 8-10 vezes este valor pela empresa. Assim, uma empresa que gere R$100 milhões por ano, vale R$1 bilhão.
Se a empresa está em um setor de crescimento elevado, como tecnologia, ela pode valer 30, 40, 50 vezes este valor.
É por essa mágica que as ações de tecnologia criam tantos “bilionarios”.
Em determinado momento, graças a sua política de não lucrar, mas sim gerar caixa e reinvestir, a Amazon chegou a valer 200 vezes o seu lucro.
Parece loucura, mas os investidores pagavam pela empresa o equivalente a 200 anos de lucro.
Isso, claro, pois o crescimento da empresa é elevado.
Foi basicamente assim que Elon Musk e Jeff Bezos se tornaram os mais ricos do mundo.
E foi assim que centenas de bilionários surgiram no mundo.
Em 2021, porém, inúmeros deles foram afetados por questões como regulação, com o governo chinês criando restrições e diminuindo o alcance de empresas de tecnologia, ou guerras (como o caso da guerra entre Rússia e Ucrânia).
A inflação também gerou bilionários a menos, afinal, com pessoas consumindo cada vez menos, empresas vendem menos e perdem valor.
A alta de juros em países emergentes, que diminui e encarece o crédito, também pesou.
São inúmeros fatores que implicam em uma questão central: investidores em diversas áreas acreditam que as empresas irão crescer menos nos próximos anos. O resultado? Valor de mercado menor.
Quando os investidores acreditam que as empresas irão crescer mais no futuro, como foi o caso durante a pandemia quando a queda nas taxas de juros e aumento do crédito melhorou a situação futura das empresas, o resultado é um só: mais bilionários surgindo.
Quando o custo financeiro aumenta e o consumo cai, o resultado é este: menos bilionários.
Você provavelmente não está nem próximo de integrar a lista da Forbes, ou ainda dizer por aí que bilionários não deveriam existir, mas é certo que, a queda do número de bilionários só mostra que a vida ficou mais difícil pra você, consumidor.
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