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Ucrânia quer vender coleção de NFTs de guerra para arrecadar fundos

Após receber $50 milhões em doações envolvendo criptomoedas, o ministério de transformação digital da Ucrânia especula lançar uma coleção de “NFTs de guerra”

No final de fevereiro, os dois países com maior adoção de criptomoedas no mundo entraram em conflito, e essa, no fim, se tornou uma guerra (ou operação especial), que diz muito sobre cripto.

Como uma das primeiras declarações após o início do conflito, o governo ucraniano emitiu um comunicado sugerindo que exchanges de cripto “colaborassem” ao banir suas operações com a Rússia.

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Na prática, a Rússia é o segundo país com maior adoção de cripto do mundo, com 11,91% da população aderindo às criptos, atrás apenas da Ucrânia, com 12,76% de usuários na população.

Para além do uso já estabelecido, o governo da Ucrânia reconhece nas criptos uma rota de escape para os russos em meio às sanções.

Em princípio, as maiores exchanges mandaram um “joinha” alegando concordar com a ideia. No fim, porém, perceberam que tal medida seria crucial não para os russos, mas para elas próprias. Se os ativos de usuários podem ser “cortados” ou congelados em meio a uma crise, qual a segurança no fim?

O dilema enfrentado pelas empresas é uma questão relevante, especialmente pela relevância dos mercados envolvidos.

Apenas no primeiro dia do conflito, segundo análise da Coindesk, os russos compraram $1,5 bilhão em Bitcoin.

Na outra ponta, o governo da Ucrânia, que em 2021 já havia iniciado uma aproximação com o mercado de cripto, mostrando-se um dos tantos países amigáveis para investidores, passou a ver nas criptomoedas uma forma de angariar recursos para o conflito.

Após um pedido de ajuda, o país recebeu $54 milhões em doações em Bitcoin e Ethereum, que foram utilizadas para comprar suprimentos e armas.

Boa parte das compras ocorreu em cripto (ao menos 40%), sem conversão em moedas fiduciarias. E os motivos são alguns dos motivos pelos quais as criptomoedas têm tirado o sono dos governo: são ágeis, não dependem de uma burocracia centralizada como o SWIFT e são menos rastreáveis.

Mikhaylo Fedorov, vice primeiro-ministro da Ucrânia e o responsável pela transformação digital do país, comenta ainda que o governo ucraniano chegou a receber centenas de NFTs, incluindo um “cryptopunk” avaliado em centenas de milhares de dólares.

Foram doações majoritariamente de indivíduos, não de corporações, segundo Fedorov.

Outra aplicação que o ministério deve buscar nas próximas semanas é criar junto de empresas do setor de NFTs, a criação de uma coleção de artes digitais “de guerra”.

A ideia seria, dentro de 2 semanas, começar a levantar recursos para financiar o pós-guerra, ou, na pior das hipóteses, apoiar a resistência do país.

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