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Economia

A refinaria que era pra custar R$12 bi e saiu por mais R$101 bi

Custando 8.5 vezes a mais que o previsto para os cofres públicos, a Refinaria Abreu e Lima tem um custo médio de refino por barril de petróleo 3 vezes superior à média mundial.

Foi em agosto de 2021 que em um leilão público realizado pela Petrobras, a venda da Refinaria Abreu e Lima fracassou devido a falta de interesse dos possíveis compradores. Localizada no litoral Pernambucano, a refinaria é um dos marcos mais emblemáticos da gestão petista sob a Petrobras pelos inúmeros escândalos descobertos posteriormente pela Operação Lava Jato.

Discutida desde 1970, a construção da refinaria iniciou-se via uma grande parceria entre o Brasil e Venezuela, pelos então presidentes Lula da Silva e Hugo Chávez. O acordo definia a associação da Petrobras com a PDVSA para a construção da refinaria que finalmente iria fornecer a tão sonhada “independência do refino de petróleo”. 

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No papel, os custos da produção seriam repartidos na respectiva participação societária da obra (50% para o Brasil e 35% para a Venezuela), o remanescente seria bancado por parcerias com a iniciativa privada. 

Na prática, o governo Venezuelano nunca aportou sequer um centavo e os brasileiros bancaram toda a farra petista. 

Uma obra que foi orçada em cerca de US $2,3 bilhões (R$12 bilhões), teve um custo total de US $19,5 bilhões (R$101,4 bilhões), 8.5 vezes mais do que o previsto, sendo entregue parcialmente inacabada e com um atraso total de três anos.

Com um custo exorbitante e espantador, é de se esperar ao menos que a refinaria supra as necessidades do povo brasileiro certo? Na teoria sim, mas na prática, a Refinaria Abreu e Lima tem um custo de refino de 87 mil dólares por barril de petróleo, o que representa três vezes mais que a média mundial. 

SUPERFATURAMENTO, DESVIOS E TUDO QUE VOCÊ PODE IMAGINAR

Durante a Operação Lava Jato, foram investigadas e apuradas as irregularidades ocorridas dentro da Petrobras, incluindo a construção da Refinaria de Abreu e Lima. 

Ao ser interrogado em uma delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa revelou o superfaturamento e desvio de verba por parte das empresas envolvidas no cartel das obras estatais. 

Em 2017, a delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmaram que as obras realizadas na refinaria renderam 90 milhões de reais em propinas para ex-executivos da Petrobras ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). 

Desta forma o custo excedente ao orçamentado se estende não só para os desvios praticados pelos envolvidos na obra, e também para a má administração e mau planejamento dos gastos referentes à obra. 

Em nota, a Petrobras informou que “avaliará seus próximos passos” após o encerramento do processo mal sucedido de venda da refinaria. Especula-se que a estatal unifique novas ofertas de refinarias localizadas fora dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro com a Refinaria Abreu e Lima. 


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