Os líderes do BCRA, o Banco Central da Argentina, e do PBOC, o Banco Central chinês, confirmaram hoje na Suíça um acordo de swap cambial entre os dois países, que deve adicionar 35 bilhões de Yuans as reservas cambiais da Argentina, algo como US$5 bilhões.
O valor faz parte de um programa ainda maior para facilitar o intercâmbio. Ao todo, ambos os países devem garantir uma linha de trocas de 165 bilhões de Yuans, a moeda chinesa.
A China é atualmente o segundo maior importador da Argentina, atrás apenas do Brasil, e busca consolidar sua presença no país na medida em que a dependência Argentina de parceiros externos aumenta.
A Argentina busca renegociar suas dívidas e cumprir acordos com o FMI, o Fundo Monetário Internacional, que demanda a redução de subsídios no país, em especial os ligados ao setor energético, como forma de combater o crescente déficit público. Para a Argentina, porém, a questão é sensível.
Estima-se que até 75% da conta de luz dos argentinos seja bancada por meio de subsídios do governo, o que contribui para um déficit primário de 4%.
A inflação elevada que torna os juros do país negativos, em torno de -10% a.a. também limita captações do governo, criando um ciclo onde o banco central imprime dinheiro para financiar o governo.
Neste cenário, a China tem se mostrado um parceiro ideal, dadas as exigências mais palatáveis.
Um dos pontos centrais na relação entre os dois países é a construção de uma base naval no Ushuaia, o que colocaria a China próxima ao Polo sul, com uma estação de pesquisa.
O acordo entre ambos os países é um sinal negativo para o Brasil, que tem na Argentina um parceiro comercial relevante.
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