O mercado de criptomoedas é atualmente um setor trilionário com gestoras como BlackRock querendo participar. Apesar disso, antes das tecnologias, inovações e solidez, o mercado de criptomoedas contou com alguns esquemas de fraudes e golpes que sacudiram a confiança do investidor.
Confira a lista de dez dos maiores golpes e fraudes deste setor, antes de FTX. Na lista estarão desde brasileiros até mesmo pessoas que ainda estão foragidas pela polícia. É interessante notar que, entre eles, existem semelhanças.
Grande parte usa da narrativa de ganhos rápidos, e certeiros. Ou seja, um alto retorno e sem riscos nenhum. Algo que pela lei do risco e retorno financeiro não é lógico, e nem possível.
OneCoin
O primeiro na lista é a OneCoin, considerado um dos maiores esquemas Ponzi e fraudes de criptomoedas da história. Seus fundadores enganaram investidores em bilhões de dólares ao prometer retornos significativos sobre seus investimentos em criptomoedas.
Fundado por Ruja Ignatova, a Cryptoqueen, na Bulgária, o esquema arrecadou um total de US$ 4 bilhões antes de colapsar.
Ignatova enganou os investidores ao afirmar que o OneCoin seria o “assassino do Bitcoin”. Contudo, nem blockchain por trás existia. O esquema prometia retornos significativos e incentivou os investidores existentes a recrutar novos participantes.
Ela desapareceu em outubro de 2017 sem deixar rastros e é procurada pelas autoridades dos EUA por fraude e conspiração.
Além disso, Ignatova é a única mulher na lista dos mais procurados do FBI e enfrenta até 20 anos de prisão se for capturada e condenada. Após seu desaparecimento, seu irmão Konstantin Ignatov assumiu o controle. Mas foi preso em 2019 e posteriormente declarou-se culpado de fraude e lavagem de dinheiro.
GAS Consultoria
O caso do Faraó dos Bitcoins é uma das maiores fraudes de criptomoedas no Brasil. O esquema envolvia Glaidson Acácio dos Santos, um ex-garçom que se tornou empresário. Glaidson prometia retornos extraordinários sobre investimentos em Bitcoin, atraindo milhares de investidores e acumulando uma fortuna estimada em bilhões de reais.
Glaidson fundou a GAS Consultoria Bitcoin, uma empresa que oferecia serviços de investimento em criptomoedas com a promessa de retornos mensais de 10%.
Ele atraía investidores com promessas de lucros fáceis e rápidos, sustentando o esquema por meio de uma estrutura de pirâmide financeira. Ou seja, os novos investimentos eram usados para pagar os rendimentos dos investidores mais antigos.
O esquema de Glaidson cresceu rapidamente, especialmente na região de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro. Foi lá que ganhou o apelido de “Faraó dos Bitcoins”. No entanto, a operação começou a chamar a atenção das autoridades, que suspeitaram da sustentabilidade dos retornos prometidos.
Em agosto de 2021, a Polícia Federal brasileira realizou uma operação chamada “Kryptos”, que resultou na prisão de Glaidson e no desmantelamento do esquema. Durante a operação, a polícia apreendeu milhões de reais em espécie, além de carros de luxo, joias e documentos.
AnubisDAO
O projeto AnubisDAO, uma iniciativa de criptomoedas temáticas de cães, levantou US$ 60 milhões em ETH prometendo tokens $ANKH aos investidores. No entanto, como todas as fraudes de criptomoedas, os fundos foram transferidos para outro endereço e os criminosos desapareceram em 24 horas.
Desse modo, deixando o token sem liquidez. Famoso rug pull, ou puxada de tapete. Apesar de alegar ser um fork do OlympusDAO, o projeto carecia de um site, whitepaper e transparência, operando apenas através do Discord e Twitter.
Um investidor que perdeu US$ 470.000 no golpe, disse que foi atraído pelo logotipo do tema canino. Era semelhante a moedas meme populares como $SHIBA e $DOGE.
Squid Game ($SQUID Token)
O projeto Web3 Squid Game, que foi ao ar na Binance Smart Chain em 2021, é um dos rug pulls mais notórios. Apesar de ganhar atenção da mídia, o projeto se revelou um golpe, explorando a popularidade da série da Netflix de mesmo nome (Round 6).
Os desenvolvedores fugiram com US$ 3,3 milhões dos fundos dos investidores, deixando-os com perdas significativas. Um streamer do Twitch testemunhou a capitalização de mercado da moeda Squid Game despencar de US$ 2,2 trilhões para quase zero instantaneamente e até hoje viraliza na internet.
QuadrigaCX
A QuadrigaCX foi uma das maiores exchanges de criptomoedas do Canadá. A empresa foi fundada em 2013 por Gerald Cotten. Pioneira no setor, a plataforma permitia que os usuários comprassem, vendessem e armazenassem criptomoedas. Por ser uma das únicas, rapidamente ganhou popularidade entre os investidores canadenses.
Contudo, em janeiro de 2019, a QuadrigaCX entrou em colapso de maneira espetacular. A exchange anunciou que seu fundador, Gerald Cotten, havia falecido repentinamente durante uma viagem à Índia em dezembro de 2018.
A empresa afirmou que Cotten era o único que tinha acesso às chaves privadas das carteiras de criptomoedas da exchange. Portanto, sua esranha morte resultou na perda de acesso a aproximadamente US$ 190 milhões em fundos de clientes.
A morte de Cotten e a subsequente perda de acesso aos fundos dos clientes levaram a uma investigação intensiva. Desse modo, diversos rastros apontaram que Cotten operava a exchange de maneira extremamente centralizada e sem controles de segurança adequados.
Além disso, auditorias e investigações revelaram que Cotten utilizava os fundos dos clientes para financiar um estilo de vida luxuoso. Ele também usava os depósitos dos clientes para cobrir retiradas de outros clientes, operando essencialmente um esquema Ponzi.
Descobriu-se que muitas das carteiras de criptomoedas supostamente “congeladas” estavam vazias há meses antes da morte de Cotten. Ou seja, os fundos já não estavam lá mesmo antes da morte de Cotten. Por fim, vale dizer que nunca descobriram se a morte do fundador realmente ocorreu ou não.
Luna Yield
Em agosto de 2021, a Luna Yield, um agregador de rendimento DeFi em Terra (LUNA), realizou um golpe de saída apenas dois dias após seu lançamento, roubando US$ 6,7 milhões dos investidores.
O site e as contas nas redes sociais do projeto foram imediatamente abaixo. Além disso, os desenvolvedores usaram o mixer Tornado para lavar os fundos roubados através de transações complexas.
Portanto, os fundos agora eram $WETH, $WBTC, $LUNY e $USDT em uma rede complexa de transações. E deixando os investidores com perdas significativas.
Stable Magnet
A equipe da StableMagnet faz parte de uma das fraudes de criptomoedas que roubou US$ 27 milhões em junho de 2021 ao manipular contratos inteligentes. StableMagnet foi um projeto DeFi (finanças descentralizadas) que prometia altos rendimentos aos seus investidores por meio de manipulação de contratos inteligentes.
O projeto atraiu rapidamente um grande número de investidores, convencendo-os de que era uma plataforma segura e legítima para investir suas criptomoedas.
Em junho de 2021, a equipe por trás do StableMagnet executou o “rug pull”, onde os desenvolvedores manipularam os contratos inteligentes para drenar os fundos dos investidores.
Eles conseguiram enganar os exploradores de blockchain, como o Etherscan, para verificar um código falso que parecia legítimo. Isso criou uma falsa sensação de segurança entre os investidores.
Os desenvolvedores então usaram uma porta dos fundos escondida no contrato inteligente para desviar os fundos para suas próprias carteiras. Desse modo, deixando os investidores sem nada.
PlusToken
PlusToken, uma plataforma chinesa de criptomoedas, fugiu com US$ 2,25 bilhões dos investidores entre maio de 2018 e junho de 2019. Como de praxe, a plataforma prometia altos retornos para referências e investimentos.
O valor das moedas roubadas aumentou, estimando as perdas em quase US$ 11 bilhões. O fundador Chen Bo e seus cúmplices fugiram para o Camboja, mas foram presos pelas autoridades chinesas em junho de 2020.
Chen Bo e outros 15 receberam sentenças de prisão (2-11 anos) e multas ($100.000-$1 milhão), encerrando um dos maiores casos de fraude de criptomoedas da China.
WoToken
WoToken, uma plataforma chinesa de negociação de criptomoedas, prometia altos retornos através de bots de negociação algorítmica e referências, mas se revelou um esquema Ponzi.
Em maio de 2020, havia enganado 715.429 pessoas em US$ 1,1 bilhão (7,8 bilhões de yuans) em criptomoedas, tornando-se a segunda maior fraude de criptomoedas da China. Os cofundadores Gao Yudong e Tian Yongbo, previamente condenados por crimes financeiros, esconderam seu histórico dos investidores.
Quatro homens, incluindo os cofundadores, receberam sentenças de prisão (2,5-8,8 anos). Apenas US$ 63,6 milhões dos fundos roubados foram recuperados, deixando as vítimas com perdas significativas.
BitConnect
BitConnect foi uma das fraudes de criptomoedas que roubou US$ 2,5 bilhões dos investidores entre 2017 e 2018. Prometia retornos insustentáveis sobre os investimentos, alegando usar um bot de negociação e uma plataforma de empréstimos para gerar lucros.
O esquema dependia de recrutar novos investidores para pagar os anteriores, sem geração de receita real.
Em 28 de outubro de 2017, o BitConnect realizou sua primeira e única cerimônia anual em Pattaya, cidade da Tailândia. Nesta conferência, um dos investidores Carlos Mattos fez uma apresentação e um testemunho entusiasmado sobre a criptomoeda.
Mattos tornou-se viral na internet, e estampa até hoje o meme “hey hey heeey”. É claro que, posteriormente, a empresa usou Mattos na campanha de marketing da criptomoeda e da sua versão 2.0.
A moeda $BCC da BitConnect foi ao ar para negociação em exchanges e seu preço disparou, atraindo mais investidores. No entanto, a legitimidade do projeto foi abaixo, as exchanges deslistaram $BCC. Pouco depois, o site os fundadores encerraram o site e desapareceram com os fundos.
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