Foi em 1913 que Arnaldo Guinle, um burguês de primeira, filho de uma das mais tradicionais famílias cariocas, decidiu dar as caras em uma nova atividade: o futebol.
Partiu de Guinle a organização dos esforços para levar a seleção brasileira a Buenos Aires e disputar por lá seu primeiro torneio.
Filho de Eduardo Palassin Guinle, o responsável por construir o porto de Santos, Arnaldo se esmerou em um terreno difícil, apoiando um esporte visto com desdém pela elite local e agiu como pode apoiar o esporte. Sem sucesso na primeira tentativa, reuniu financiadores, além de colocar dinheiro próprio, para construir o estádio das Laranjeiras, o primeiro estádio nacional.
Com este mérito, e com o apoio da seleção, Guinle teve papel crucial na vitória de 1915, que tornaria o futebol um esporte reconhecido por aqui.
Nos anos seguintes, se empenhou em ajudar seu clube, o Fluminense, além de organizar campeonatos e fundar as bases do maior esporte nacional.
Ainda que sua história tenha sido esquecida por muitos, e que as décadas seguintes tenham levado o futebol brasileiro a um período de dominância dos cartolas, a noção de “mecenato” no mundo dos esportes tem voltado com força por aqui.
Inicialmente os times de futebol possuíam como base a própria noção de clubes esportivos. Sua gestão era displicente como qualquer bem administrado por que não possui qualquer responsabilidade. Nos últimos anos, torcedores fanáticos têm assumido papel relevante, como mostra Leila Pereira, no Palmeiras.
Ao contrário daqui, os Estados Unidos sempre seguiu um viés de “showbusiness”, tratando o esporte como parte da indústria do entretenimento, e como tal, com forte presença de empresários.
A liga americana de futebol, a NFL, é uma empresa associativa, quase um sindicato, que reúne outras empresas menores, os times.
É nesse cenário que um grupo está criando uma iniciativa “quase nova”.
A ideia é “quase nova”, pois este seria o segundo time da liga cuja propriedade pertence aos fãs. O primeiro é o Green Bay Packers.
A DAO, porém, vai além de uma SAF, o modelo de sociedade anônima de futebol, que tem sido escolhido por times como Cruzeiro, Vasco e Botafogo. Também é um pouco diferente do Bragantino, vendido para a Red Bull.
Na prática, a DAO utiliza mecanismos de contratos inteligentes para gerir os negócios e arrecadar, ou distribuir, fundos.
Um grupo pode escrever as regras corporativas em blockchain e estes recursos passam a ser travados pelos cumprimentos destas regras.
Isso significa que o grupo pode juntar os recursos, e em caso de insucesso, receber novamente sem problemas, uma vez que não há risco de o investidor fugir com a grana.
O mecanismo de transparência da blockchain tem encorajado projetos maiores do que aqueles que seriam considerados razoáveis em uma plataforma comum de crowdfunding, além de unir o próprio crowdfunding a distribuição de poder de vota.
Iniciativas do tipo tem chamado a atenção de empresários como Mark Cuban, também dono de times esportivos, que veem nas DAOs uma possibilidade de aprimorar a gestão corporativa.
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