O anúncio da Meta, ex-Facebook, de que pela primeira vez na história a plataforma havia perdido usuários, levantou um sinal vermelho, levando a uma queda de $230 bilhões no valor de mercado da empresa.
Os dedos apontados para o Tiktok como responsável por “roubar” usuários, porém, esconde uma outra questão relevante.
Boa parte da perda de receita estimada pela empresa de Mark Zuckerberg, algo como $10 bilhões, ocorreu por uma decisão de uma empresa americana, a Apple, de aumentar as restrições sobre quais informações os usuários podem compartilhar.
Como a empresa de Mark basicamente se utiliza de informações captadas quando usuários navegam pela internet, essas restrições atingiram em cheio a empresa.
Com menos informações, a dificuldade de entregar ao consumidor o que ele possa se interessar diminui significativamente. O resultado é que as empresas passam a ter de gastar mais para selecionar públicos mais amplos e assim conseguir atingir o consumidor que antes era mais “claro” para quem patrocinava algum conteúdo ou link.
Na prática, a capacidade de coletar e minerar os dados, é o que faz grandes empresas de tecnologia tão poderosas. É por isso, por exemplo, que o Google pode se dar ao luxo de manter o Youtube, uma das maiores redes sociais do mundo, operando anos no prejuízo, ou mesmo oferecer produtos gratuitos como Google Maps, Gmail e assim por diante.
Quanto mais você está inserido no ecossistema, mais dados você fornece, melhor a empresa lhe conhece, e consequentemente mais detalhado é o perfil que ela traça de você para vender ao anunciante.
Em um estudo recente feito pela empresa de análises URL Genius, o YouTube ficou em segundo entre as redes que mais captam dados de usuários. O primeiro colocado em angariar dados é o Tiktok.
O TikTok, uma rede social de origem chinesa é, por larga vantagem, a que mais capta dados de seus usuários. Isso pode incluir acesso a localização, agenda telefônica, fotos, vídeos ou mesmo seu histórico de navegação.
Tamanha vigilância se torna um problema quando o app, controlado pela Bytedance, é o que mais permite a terceiros acessar suas informações.
Assim como no escândalo da Cambridge Analytica, onde uma consultoria britânica tinha autorização da API do Facebook para captar informações de usuários e posteriormente vender aqueles interessados em direcionar conteúdos (incluindo aí políticos), o app chinês que se tornou viral no mundo também garante estes privilégios.
Ao contrário do Facebook, o caso da Bytedance, porém, expõe problemas de accountability. É improvável que o governo chinês resolva chamar a empresa para se explicar.
Para chegar a essa conclusão, a URL Genius realizou testes, criando 14 simulações de usuários. A conclusão é que no caso do Youtube, 4 em 14 contatos com publicidade após uso da rede vinham de plataformas ligadas ao Google, o que significa que suas informações são coletadas com propósito dentro do próprio Google, não sendo vazadas a terceiros, por exemplo.
No caso do TikTok, 13 dos 14 contatos de marketing vieram de plataformas externas.
Em 2019, o ex-presidente Donald Trump, ameaçou banir o app chinês dos EUA, no que levou a uma especulação de que a Microsoft poderia comprar a parte americana da empresa. As preocupações na época, que levaram também a banimentos em outros países como Índia, eram focadas justamente na política de proteção de dados do TikTok.
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