O apelo da varejista Magazine Luiza com o seu e-commerce foi um dos maiores casos de “turnaround” da história da bolsa brasileira. A empresa, que em janeiro de 2016 valia R$220 milhões, chegou aos R$157 bilhões em 2020. Agora a Magalu aposta em táticas diversas, como o lançamento de um carnê.
Sob o comando de Frederico Trajano, a empresa se especializou no mundo digital, utilizando suas lojas como mini-centros logísticos, criando assim um canal de distribuição poderoso, com entregas ágeis em relação a concorrência.
Outras táticas de guerrilha levaram a Magalu a massificar o uso do seu app, o que agradou investidores.
Em 2021, porém, a situação começou a se inverter. O Mercado Livre, maior empresa de tecnologia das Américas, expandiu sua atuação no Brasil e vem investindo anualmente R$10 bilhões em logísticas, capitaneado pelo seu braço financeiro.
Além do aumento da concorrência, o “Magalu” passou a ver um declínio nas vendas decorrente da elevação de preços. A inflação, que tem entre suas causas a desorganização das cadeias globais, afetou especialmente produtos que representam o “core” da empresa, como eletrodomésticos. Mesmo a crise dos Chips cobrou seu preço.
Aumentos de preços em petróleo, aço e outras commodities metálicas também cobraram seu preço.
Com menor renda da população e preços em alta, a Magalu teve dificuldade em repassar seus custos, diminuindo sua margem.
Na outra ponta, os juros no país saíram de 2 para 13%, o que afeta negativamente a disposição ao consumo, além de elevar a inadimplência, reduzindo a margem financeira da empresa.
O valor de mercado da empresa, porém, não resistiu. A empresa acumula uma queda de quase 90%, deixando para trás a fartura de capital disponível em aumentos de capital constantes, e fazendo a empresa retomar o seu “core business”.
Nessa linha, a fundadora da Magalu, Luiza Helena Trajano, disponibilizou um vídeo onde busca divulgar aos clientes que a empresa está com “crédito pré-aprovado”, para compra de computadores, televisão e outros bens, no famoso carnê.
As prestações a perder de vista, que se tornaram um símbolo do brasileiro, afinal, “cabem no bolso”, embutem uma taxa de juros de até 8% ao mês.
O resultado remonta a estratégias antigas de empresas do setor varejista brasileiro, de lucrar por meio do seu braço de operação financeira.
A LuizaCred, responsável pelos consórcios e crédito no carnê da Magalu, possui uma carteira de 7,3 milhões de clientes, que transacionam cerca de R$12,3 bilhões por trimestre.
A operação apresentou um lucro de R$32 milhões, contra um prejuízo de R$99 milhões do Magalu como um todo.
Ainda longe de recuperar o valor de mercado original dos tempos de “tech”, a Magalu parece estar de volta às origens, surfando uma nova onda de Auxílio Brasil.
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