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Investimentos

Quem é o “Monstro do Leblon”, o trader que perdeu R$9 bilhões nos últimos 6 meses

O investidor único do fundo Ponta Sul viu sua fortuna cair de R$5,6 bilhões para R$1 bilhão, e então deu a volta por cima. Agora enfrenta uma nova baixa.

Numa distância de cerca de 950 metros ao longo da rua Ataulfo de Paiva no Leblon, é possível encontrar ao menos 29 gestoras, responsáveis por administrar mais de uma centena de bilhões de reais.

A região, apelidada de “Península do Leblon”, guarda boa parte de um mercado que se destacava algumas décadas antes de a Faria Lima, em São Paulo, se tornar sinônimo de mercado financeiro.

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É nessa mesma rua que está localizada a “Ponta Sul Investimentos”, uma gestora com um único cotista: Flávio Calp Gondim.

Gondim é provavelmente a figura mais enigmática do mercado nos dias de hoje. Pouco se sabe sobre sua origem, ou mesmo aparência, já que fotos suas são um mistério na internet.

Mas os dados públicos do seu FIA (Fundo de Investimentos em Ações), mostram os motivos que lhe renderam o apelido de “Monstro do Leblon”.

Operando alavancado em ao menos 5 vezes, Gondim possuía uma confortável posição de R$5 bilhões em janeiro de 2020.

Ao longo das semanas seguintes, na medida em que a Covid-19 se tornava uma ameaça mais próxima, o Ponto Sul ganhava a mídia.

Em um espaço de semana, o fundo mergulhou de R$5,6 bilhões para R$1 bilhão. No dia 9 de março de 2020, o Ponto Sul viu seu patrimônio derreter 55,3%.

A história do fundo, porém, começa bem antes.

O Ponta Sul foi fundado em 2012, em uma das épocas mais difíceis da história do mercado financeiro brasileiro: o governo Dilma.

Ao longo do mês de dezembro do mesmo ano, Gondim aportou cerca de R$250 milhões no fundo.

Ao contrário do Ibovespa, que mergulhou de 65,8 mil pontos para os 35,7 mil em meio a criação da grande recessão (2014-16), o PontaSul conseguiu uma “proeza”, de se manter estável.

Sua quota caiu, de fato, de 1,34 em dez/2012 para 1,2 em Jan/2016. Ainda assim, bem melhor do que a média em um mercado onde 90% dos gestores não bateu o CDI no período.

Como inúmeros outros, o fundo se beneficiou do rally pós-impeachment.

Em setembro de 2018, antes portanto do rally pós-eleição, o fundo possuía uma quota de 2,17. Já em janeiro de 2019, chegou aos 4,13.

Foi com o Banco Inter, porém, que o fundo atingiria o seu ápice.

Montando posições alavancadas (em suma, tomando crédito para aumentar sua posição), o Ponta Sul chegou a ter 20% do banco da Família Menin.

O crescimento dos bancos digitais, como é o caso do Inter, transformou a Fintech em um dos casos de maior sucesso da bolsa nos últimos anos, saindo de R$13,99 em julho de 2019, para R$81,3 em julho de 2021.

Junto do vai e vem do banco, o Ponta Sul atingiu o pico, e o seu fundo.

Ao longo de 2020 Gondim buscou recuperar a queda, atingindo uma performance de 27% ao mês nos 12 meses seguintes ao início da Pandemia.

Para efeito de comparação, o considerado maior investidor do século, Warren Buffett entregou 19% ao ano (por mais de 5 décadas).

O fundo, que atingiu R$9,7 bilhões em julho, sofreu com a queda na bolsa no segundo semestre.

As incertezas sobre inflação, o aumento na taxa de juros (que prejudica em especial empresas de tecnologia e múltiplos elevados como o Banco Inter), além da queda na renda do brasileiro, e claro, a incerteza política (um nome elegante para dizer que o governo passou meses negociando o furo no teto para criar o Auxílio Brasil), levaram o ponta sul a cair 83% até janeiro.

Nos primeiros dias do ano, o Ponta Sul sofreu outro revés. Até o momento, o fundo cai 34,3%.

Segundo especula-se pelo volume de negociações envolvendo o Banco Inter, outros investidores estariam montando posições contrárias ao Ponta Sul, se aproveitando da sua alavancagem excessivo, o que derruba o papel e força o fundo de Gondim a fechar posições.

Outras ações detidas pelo Ponta Sul, como Ambipar e Notredame Intermédica também caem junto, na medida em que o Ponta Sul precisa “cobrir” as margens de empréstimos que fez para se alavancar.

No meio do caminho, a ideia de listar o Banco Inter em Nova York, se aproveitando dos múltiplos maiores pagos lá fora, foi por água abaixo, também ajudando a penalizar o papel.

Resta saber agora, se Gondim conseguirá novamente se recuperar, saindo dos atuais R$873 milhões.

O certo é que, dada a recorrência de altos e baixos, a recuperação contará com uma boa repercussão pública, o que pode dificultar um pouco a vida do Monstro.

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