Primeiro não americano a presidir uma instituição financeira de grande porte nos EUA (o Bank Boston), Henrique Meirelles foi provavelmente a grande surpresa durante o governo Lula.
A surpresa, no caso, é compreensível, dada a trajetória distinta de ambos. Meirelles passou 28 anos em um, saindo de estagiário para presidente global da instituição, que durante seu último ano possuía ativos de $62 bilhões, ou 12% do PIB brasileiro na época.
Durante sua gestão enquanto presidente do Banco Central, comprou brigas com o governo para manter um controle rígido da inflação.
Como retratam os jornalistas do Valor Econômico no livro “anatomia de um desastre”, Meirelles chegou a colocar seu cargo a disposição em 2005, em meio ao Mensalão, quando o governo acreditava que a política do Banco Central era rígida demais e portanto pouco favorável a eleição.
Na queda de braço com Lula, Meirelles venceu, e os juros seguiram caindo lentamente, com a inflação dentro da meta.
Ao final de sua gestão como presidente do BC brasileiro, Meirelles entregou um dólar cotado a R$1,76, além de $83 bilhões em reservas.
Os juros caíram de 26,5% em 2002 para 9,5% em 2010. Já a inflação, terminou 2010 em 3,2%.
A despeito dos desafios durante o plano real, é possível dizer que o goiano, formado em engenharia, tenha sido o presidente do Banco Central com melhor resultado na história brasileira recente.
Mais recentemente, o mesmo Meirelles esteve a frente do Ministério da Fazenda, no curto período do governo Temer, onde foi responsável pelo Teto de Gastos.
Após o desastre na Nova Matriz Econômica, entre 2011 e 2015, os juros haviam explodido, assim como a inflação e o desemprego.
Por 2017, com Ilan Goldfajn a frente do Banco Central, voltaram a cair.
Foi em 2019, porém, que Meirelles fez sua previsão sobre o dólar: comprem!
A moeda norte-americana estava cortada em R$3,81.
De lá pra cá, o dólar subiu 46%, chegando aos atuais R$5,58. Já o Ibovespa, saiu de 95.800 mil para 111.500 pontos
Na prática, se você tivesse comprado Ibovespa em dólar, teria perdido ¼ do seu patrimônio.
Se tivesse feito nada além de comprar dólar, estaria melhor do que a vasta maioria dos gestores brasileiros.
Na época do conselho, em 17/03/2019, Meirelles alertava para incapacidade de articulação política do governo.
Para ele, o governo teria dificuldade em aprovar reformas.
Na visão de Paulo Guedes, o governo aprovaria Previdência e Tributária já em 2019.
O “rápido” acerto da previdência, acabou levando meses a mais para se concluir, com um custo elevado de capital político do governo recém-eleito.
Nas palavras de ex-membro do Ministério da Fazenda durante o governo Meirelles, que confidenciou a mim de maneira anônima, “o governo decidiu reiniciar a reforma da previdência para ter a sua própria conquista, ignorando aquela que já estava em andamento. Isso vai custar caro politicamente, pois poderiam aprovar uma reforma já pronta e ter como sua primeira grande reforma pessoal, a Tributária”.
A escolha de fato custou caro. Por sorte, assim como Meirelles, Paulo Guedes também é um banqueiro especialista em fazer dinheiro e soube se prevenir da instabilidade política, lucrando com o dólar.
$100 de bônus de boas vindas. Crie sua conta na melhor corretora de traders de criptomoedas. Acesse ByBit.com