Ele tem Bitcoin, e é do mercado. Mas nesta sexta-feira (22), um bitcoiner causou polêmica ao avaliar que Michael Saylor, fundador da MicroStrategy, será o grande epicentro da próxima queda do Bitcoin. “Eu não sou contra o Bitcoin, eu sou contra picaretas estilo o Saylor”, escreveu. A postagem viralizou na bolha de Bitcoin do X, anteriormente Twitter.
“O meu palpite para qual evento vai desencadear a queda do mercado [Bitcoin], está na Microstrategy. Saylor, vende ações da sua empresa para comprar Bitcoin e se alavancar. Sem contar que a empresa dele só reporta prejuízo desde 2015 e a única coisa que o mantém de pé, foi pegar o dinheiro e as suas próprias ações para comprar Bitcoin e deu sorte nisso”, avaliou Leonardo Scaburi Reinol, perfil do bitcoiner no X.
Ele se refere à estratégia que Saylor adotou desde 2020. Nela, Saylor usa Bitcoin como reserva da empresa, e recentemente começou a levantar um grande capital de passivo (emite dívidas) para comprar mais Bitcoin. Sua maior compra até então aconteceu nesta semana, de US$ 4,6 bilhões em Bitcoin. Atualmente, a empresa é a maior detentora pública da criptomoeda, e acumula 331.200 BTC.
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“Mas esse tipo de esquema não se sustenta no longo prazo. Uma hora ele tende a quebrar e começar a vender Bitcoin em massa para cobrir as suas loucuras, gerando o novo Bear marketing”, escreveu Leonardo.
No tweet, os outros entusiastas de Bitcoin tentaram argumentar. Uma das trocas mais interessantes é entre o autor do post e BitDov, o perfil anônimo e membro do canal Bitcoinheiros.
Lucro em Bitcoin será a nova métrica?
BitDov entrou na discussão ao apresentar os resultados da empresa. De acordo com os dados (2015-2019), a MicroStrategy consistentemente gerou receitas superiores a US$ 100 milhões por trimestre. Contudo, Leonardo aponta que receita não é sinônimo de lucro.
Isso é fato, Lucro é o que sobra após todas as despesas, impostos e custos operacionais serem deduzidos da receita.
A tabela indica que, mesmo antes de 2020, os lucros da empresa estavam diminuindo enquanto a receita se mantinha estável. Para Leonardo, isso é um “sinal negativo em qualquer empresa listada na bolsa”.
BitDov rebate esse ponto, argumentando que a estratégia da empresa mudou em 2020, quando começou a acumular Bitcoin como parte central de sua estratégia financeira. Desse modo, desviando-se de métricas tradicionais como lucro contábil.
Em sua visão, o “lucro” não aparece nos balanços contábeis tradicionais, mas sim no aumento do patrimônio, impulsionado pela valorização do Bitcoin no longo prazo.
Novo valuation?
Um ponto crucial levantado na discussão é a diferença entre lucro contábil e patrimônio. O aumento no valor dos Bitcoins detidos pela MicroStrategy não entra no cálculo contábil tradicional como lucro, uma vez que esses Bitcoins ainda não foram vendidos.
BitDov defende que a empresa está desconectada das métricas tradicionais de mercado para adotar uma abordagem baseada em acumular ativos digitais. Mesmo que isso não se reflita no lucro contábil.
Leonardo, por outro lado, argumenta que, embora o patrimônio da empresa tenha aumentado com a valorização do Bitcoin, isso não significa que a empresa está gerando lucro contábil. O Bitcoin, sendo parte do patrimônio, não é contabilizado como lucro enquanto não for vendido, o que limita a interpretação positiva dos balanços da empresa.
Como Leonardo explica, “o lucro contábil ele não teve ainda”, e isso é evidente nos balanços trimestrais. BitDov, no entanto, enxerga o aumento do patrimônio como a concretização do plano estratégico de Saylor.
Para ele, o “lucro” da MicroStrategy está na valorização do Bitcoin acumulado, algo que ele descreve como um afastamento das métricas tradicionais. Contudo, isso entra novamente na discussão de se Michael Saylor realmente vai vender todo esse aporte em Bitcoin, e assim gerar um novo mercado de baixa, ou não.
Para Cauê Oliveira, analista do BlockTrends PRO, “não importa se ele vende na data do vencimento das notas conversíveis. A data dessa última emissão é para 2031. Mesmo que ele precise vender BTC para cobrir as dívidas, é meio ilógico que o preço do BTC e das ações não esteja muito acima do que está agora.”
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