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Os juros de 1% ao mês estão de volta. Não é pirâmide! É só o teto de gastos caindo

Em algum momento futuro, será possível contar aos seus netos que o Brasil já teve juros menores do que os da Suiça. Mas não por muito tempo.

Foi em 2009 que o Riksbank, o banco central da Suécia e primeiro banco central da história, moveu sua taxa de juros para -0,5%.

Na teoria, os juros reais são o resultado entre a taxa de juros nominal (aquela mesma Selic que você vê no Jornal Nacional), e a inflação.

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Quando a inflação supera os juros, significa que o seu rendimento é negativo. Em resumo, você está pagando para emprestar dinheiro.

Pode soar uma maluquice, e é, mas essa é a realidade de literalmente dezenas de países e $10 trilhões em ativos no mundo hoje.

A razão é relativamente simples. Governos ao redor do planeta querem que você gaste dinheiro e faça a economia girar.

Para sair da crise de 2008, a maior bolha da história (até então), os BCs começaram a incentivar a população e as empresas a consumir, o que por sua vez gera empregos e deixa todo mundo feliz, ou quase todo mundo.

No Brasil, passamos por um momento curioso. Em meio ao maior excesso de liquidez (grana disponível), da história, encontramos uma crise.

O contratempo lidando com a maior recessão da história brasileira não foi suficiente para impedir que chegássemos à festa do juro zero.

De fato, nosso convite veio em meio a uma tragédia global, a pandemia.

A expansão monetária que já era a maior da história até então, cresceu.

Se antes os juros zero eram um privilégio de países ricos, que podiam contar o fato de terem também “risco zero”, em meio a pandemia essa tendência se tornou prática comum.

Como um adolescente que toma seu primeiro porre, o Brasil entrou pra festa e foi aumentando as doses. Os juros, que já estavam em tendência de queda durante a gestão Ilan, caíram ainda mais pós pandemia, chegando a 2%.

Por um breve momento foi possível dizer que o Brasil tinha juros menores do que a Suíça.

O resultado, claro, foi um impulsionamento do setor sem precedentes do mercado de capitais.

O número de investidores da Bolsa saltou de 813 mil para 3,8 milhões entre 2018 e 2021.

A lógica é relativamente simples: quanto menor os juros pagos pela renda fixa, maior é a necessidade de se tomar risco para atingir resultados maiores.

Quando o CDB de 100% do CDI literalmente dá prejuízo, a bolsa se torna um investimento melhor.

No mundo real isso gera algumas distorções, com empresas de crescimento a longo prazo tendo múltiplos considerados antes surreais, como a Tesla, avaliada em 700x o lucro, ou o Magazine Luiza valendo 140x o lucro.

São empresas que tem entregado bons resultados, e que dependem relativamente pouco de capital para crescer, quando comparado a um grande banco, ou uma indústria.

Em outros casos, como empresas puramente de tecnologia, os múltiplos são ainda maiores.

A realidade de juro negativo, entretanto, está com os dias contados por aqui. Segundo o boletim Focus, que reúne as expectativas de mercado, a Selic deve voltar aos 2 dígitos, concluindo seu ciclo de alta entre 10 e 11% ao final de 2022.

O resultado é que a renda fixa novamente ganha apelo.

Neste momento, a taxa de juros pré-fixados para 2024 está em 12,03%, trazendo de volta os famosos “1% ao mês”.

Mais uma vez, dentre tantas na história, a política brasileira e sua instabilidade parecem ter enterrado um momento que poderia ser de fato transformacional.

E também mais uma vez, assim como em 2013 no Brasil, ou no início do século no México, o mito de que basta reduzir os juros para o país crescer, caiu por terra.

Bem-vindo ao velho normal.

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