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Economia

O erro de Ciro Gomes sobre startups: venture capital superou os R$ 53,8 bilhões em 2021

Pouco tempo após Ciro Gomes afirmar que seria difícil encontrar R$1 bilhão em investimento em startups brasileiras, país recebeu R$51 bilhões em um ano.

“Um jovem empreendedor norte-americano pega um venture capital que financia inovação sem garantia, sendo a base do nascimento da economia moderna, Microsoft, Apple, Google, Facebook… o Brasil não tem esse dinheiro”.

Essa afirmação foi dada pelo pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) em 2019, em entrevista na Jovem Pan. Confrontado pelo economista Samy Dana de que a indústria estava em expansão, Ciro Gomes afirmou ter “o dado”:

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“Se tiver R$ 1 bilhão empatado em venture capital você fica com meu fusca”.

Ou seja, todo o estoque de capital alocado em startups a título de venture capital seria inferior ao patamar de bilhão.

Para Ciro, “a taxa de juros que o governo paga é muito maior do que qualquer rentabilidade…”.

Nos programas seguintes, Samy Dana explicou apontou levantamentos que indicavam que até 2019 havia um estoque entre R$ 8 bilhões e R$ 20 bilhões investidos em startups.

O pedetista não apenas errou o estoque em 2019, como não percebeu haver uma tendência de forte crescimento dessa indústria no Brasil nos últimos anos.

O que é venture capital?

Venture Capital (VC) ou capital de risco é uma forma de investidores capitalizarem e financiarem startups, empresas proeminentes e pequenas em que se acredita terem potencial excepcional de crescimento em longo prazo.

O venture capital geralmente vem de investidores qualificados, bancos de investimento e outras instituições financeiras. Contudo, nem sempre este se dá de forma monetária: pode ser fornecido na forma de conhecimentos técnicos ou gerenciais e pela participação em programas de aceleradoras, o denominado smartmoney.

Como o próprio nome já diz, há muitos riscos associados ao venture capital, mas também atratividade em virtude do potencial de retornos acima da média.

Essa forma de captação de recursos está se tornando cada vez mais uma fonte popular — e, até mesmo, essencial — para levantar capital, especialmente se eles não tiverem acesso a mercados de capitais, empréstimos bancários ou outros instrumentos de dívida.

Esses aportes são feitos geralmente em troca participação acionária na startup, isto é, o equity. Assim, podem passar a influenciar nas decisões da empresa e, a depender do acordo, até alterar a administração da organização. Em geral, o venture capital é feito pensando no exit, quando a startup cresce de forma exponencial, com seu valuation aumentando e, em uma venda futura, recuperar seu capital investido e obter rentabilidade.

Ciro Gomes errou, e não foi pouco

Segundo a Inside Venture Capital Brasil, o capital de risco movimentou no Brasil em 2020 US$ 3,5 bilhões, superando 2019 (US$ 2,7 bilhões), 2018 (US$ 1,5 bilhão) e 2017 (US$ 905 milhões).

Em 2021 os números desse fluxo foram além. As startups brasileiras receberam mais de US$ 9,4 bilhões em investimentos, representando mais um recorde de aportes nesse segmento. Ao todo, foram 779 transações. Na conversão do câmbio na virada do ano, foram R$ 53,8 bilhões destinados a investir em projetos de tecnologia das mais diversas áreas.

O setor de fintechs foi o que mais recebeu investimentos, captando US$ 3,7 bilhões em 176 rodadas de investimentos, enquanto as retalitechs (startups no varejo) captaram US$ 1,3 bilhão em 87 transações, e o de real estate US$ 1,07 bilhões em 32 rodadas. As startups de saúde levantaram US$ 530 milhões em 69 rodadas e as de mobilidade receberam US$ 411 milhões em 20 rodadas.

O ano de 2021 fechou também com recorde de novos unicórnios (startups com valuation superior a US$ 1 bilhão): MadeiraMadeira, Hotmart, C6, Mercado Bitcoin, Unico, Frete.com, CloudWalk, Merama, Facily e Olist. Com isso, o Brasil soma mais de 20 empresas com o status.

Entre os aportes que se destacam, estão US$ 1,15 bi (Nubank), US$ 525 mi (Loft), US$ 400 mi (Ebanx), US$ 300 mi (QuintoAndar), US$ 220 mi (Gympass), US$ 212 mi (Loggi), US$ 200 mi (Mercado Bitcoin), US$ 190 mi (MadeiraMadeira), US$ 190 mi (Cloudwalk), US$ 138,9 mi (Buser) e US$ 126,5 mi (Hotmart).

Grandes empreendedores brasileiros antes tinham dificuldade em conseguir recursos para financiar seus projetos, mas este cenário tem mudado cada vez mais, havendo um desenvolvimento forte e acelerado desse ecossistema no Brasil — mesmo que Ciro Gomes talvez não tenha percebido.

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