Além da pochete, da lambada e dos mullets, os anos, os anos 80 tiveram uma outra moda na América Latina, a crise econômica.
Começando pelo México, a recessão e a hiperinflação se tornaram um cenário comum na região.
No Brasil, foi a década dos planos econômicos fracassados, congelamento de preços, calote na dívida e trocas de moeda.
Ainda assim, nosso PIB não chegaria a cair nos 10 anos em questão, ao contrário dos anos 2010, quando atingimos um recorde: a primeira década em que o país terminou mais pobre do que começou.
Em média, os brasileiros terminaram a década 9,8% mais pobres.
De fato, os anos 80 puderam contar com um boom demográfico, que aumentou a quantidade de trabalhadores e consequentemente a riqueza. Nos anos 10, porém, este boom chegou ao fim.
Foi neste cenário, de queda do PIB em 2014-16 e uma pandemia em 2020, que ao menos 2,3 milhões de brasileiros migraram para o exterior.
Entre 2012 e 2020, o número de brasileiros morando em outros países saltou de 1,9 milhão para 4,2 milhões.
Em uma publicação feita pela Fundação Getúlio Vargas, fica evidente que este é um problema recorrente para o país.
Ao menos 47% dos brasileiros entre 18 e 29 anos desejam sair do país. O número é mais do que o dobro dos 20,1% que responderam positivamente sobre a vontade de migrar entre 2011 e 2014.
No total da população, os índices são ainda maiores entre aqueles que possuem curso superior. Nada menos do que 56% afirmou que sairia do país se tivesse condições.
Dentre os brasileiros no exterior, 46% estão na América do Norte, contra 31% na Europa.
Os Estados Unidos são o país com maior quantidade deles. Cerca de 1,7 milhão de brasileiros (quase 1% do total), vivem no exterior.
Por lá, os brasileiros são o 59º “grupo étnico” mais rico, de acordo com o Censo americano. A renda per capita de um brasileiro vivendo nos EUA é de $56 mil, contra $8 mil da renda dos brasileiros morando no próprio país.
Os números, claro, são distorcidos pelo perfil dos imigrantes, via de regra com maior grau educacional que a média brasileira. Ainda assim, a mobilidade social na terra do Tio Sam, é um atrativo.
Entre os motivos citados pelos que respondem afirmativamente sobre a ideia de mudar, a segurança no Brasil ocupa o primeiro lugar na lista.
Com 3% da população mundial, o Brasil é responsável por ao menos 10% do total de homicídios registrados no planeta.
A instabilidade financeira, que jogou milhões de brasileiros no desemprego, também possui lugar na lista.
Com o fim do bônus demográfico, o cenário do país pela próxima década dependerá de uma mudança drástica na produtividade.
Na prática, nos últimos 20 anos, ¾ do crescimento do PIB brasileiro veio do aumento do número de trabalhadores, com crescimento populacional, enquanto apenas ¼ teve como causa o aumento da riqueza gerada por trabalhador.
Com o crescimento populacional saindo de 1,2% para 0,6% ao ano nos últimos 10 anos, a tendência é de um aumento menor na riqueza total. Nos próximos 10 anos a estimativa é de que o aumento populacional chegue próximo a zero.
Em resumo, o crescimento populacional estará totalmente dependente do aumento de produtividade.
A perda de mão de obra qualificada para o exterior, que vai além dos migrantes, e afeta também profissionais como desenvolvedores e outros que participam de cadeias globais, acaba impactando ainda mais na dificuldade do país em elevar sua produção de riqueza.
Um cenário nada animador, que depende de mudanças drásticas e estruturais passando pelo congresso nacional.
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