No dia 15 de agosto de 1971, há exatos 53 anos, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, pavimentou o caminho para que Satoshi Nakamoto criasse o Bitcoin (BTC). O que aconteceu naquele dia, gerou um efeito borboleta econômico gracioso, que nos levou ao Bitcoin a US$ 73.500 por unidade em sua máxima histórica.
Portanto, na época Nixon anunciou o fim do padrão ouro, o que significava o lastro do dólar no metal precioso. Anteriormente, com o sistema Bretton Woods, o câmbio (valor) do dólar era fixo, e os países que detinham a moeda podiam trocá-los pelo metal precioso.
Desse modo, após uma série de medidas econômicas, que hoje levam o nome de “Nixon Shock”, esse sistema veio abaixo. Criou-se o dólar como moeda com lastro na fé, ou ainda, moeda fiduciária.
Entre as razões para exterminar o lastro do dólar em ouro, estão as constantes pressões sobre o ouro. Países que detinham dólar, principalmente França e Japão, começaram a desconfiar do poder daquele papel e solicitar a troca da moeda, e assim drenaram as reservas em ouro dos EUA.
O país do Tio Sam já experimentava déficit por conta da guerra contra o Vietnã. A alta demanda pelo ouro iniciou uma corrida sem precedentes pelo metal precioso, e Nixon viu que era hora de acabar com a brincadeira.
O começo do Bitcoin
Mas a medida também criou o sistema fiduciário. Ou seja, literalmente uma moeda com o lastro na fé. A frase na nota entregou nas mãos de Deus (In God We Trust) e a emissão de dinheiro começou a correr solta. E é exatamente esta a parte em que Nixon colaborou para o surgimento do Bitcoin.
Hoje, quem decide o preço do dólar é o livre mercado, famoso câmbio flutuante. Contudo, junto disso vieram problemas maiores como uma alta inflação de custo ao redor do mundo. Isso porque as moedas dos países que morreram com dólar na mão na espera de ouro começaram a desvalorizar. Não era mais uma taxa fixa, mas sim depende da demanda.
Além disso, a alta emissão da moeda fiduciária, seja ela qual for, também traz uma alta inflação se a demanda por produtos não acompanhar. Ou pior ainda, se acompanhar por especulação sem fundamentos, com camadas de alavancagem e depois drasticamente acabar.
Isso foi o que aconteceu em 2008 nos Estados Unidos. Durante a alta demanda no setor imobiliário, o governo imprimiu dinheiro para todos que queriam hipotecar suas casas. Para além disso, fazer uma segunda hipoteca e alugar mais um imóvel.
Quando a bolha estourou, no que hoje chamam de subprime, a ideia de uma moeda nova surgiu. Moeda esta que, dessa vez, não pertenceria a um governo. Uma moeda que teria um limite de fornecimento, e ninguém poderia imprimir mais.
Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador do Bitcoin, pensou justamente nestes ideais para construir a criptomoeda. Hoje, grandes bancos, empresas e até países compram o ativo como forma de reservas. E o resto ainda está por vir.
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