A estatal recebeu hoje recomendação para venda total da empresa, ou de fatia majoritária, descartando a ideia anterior de subdividir os Correios por área de atuação.
O governo publicou hoje no Diário Oficial da União o decreto para privatização da “Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos”, ou simplesmente “Correios”.
Presente em todos os municípios do país, a empresa é um colosso com 100 mil funcionários, o que a coloca entre as 5 maiores empregadores do país.
Na década do e-commerce, que viu as vendas online saltarem de R$18,7 bilhões em 2011 para R$122 bilhões em 2020, porém, a empresa viu uma série de fatores atrapalharem seus resultados, gerando um sucateamento dos seus serviços de entrega, e consequentemente, uma piora resultados.
Clientes em potencial, como o Mercado Livre, elevaram seus investimentos de R$1 bilhão em 2017, para R$10 bilhões projetados em 2021. O investimento dos correios, entretanto, segue abaixo dos R$600 milhões anuais. Como consequência, as entregas do “Meli”, que já foram 95% feitas via Correios, hoje dependem da estatal para menos de 15% das entregas.
O sucateamento da estatal começou logo no início da década. Entre 2007 e 2013 a empresa sofreu saques de R$6 bilhões em seu caixa. Na década, o lucro da estatal caiu até 93,5%.
Se em 2010 a empresa lucrava R$2 bilhões, em 2019 por sua vez o lucro ficou em R$102 milhões. Para 2020 a estatal estima um lucro de R$839 milhões, considerando os ajustes promovidos nos últimos anos para permitir a desestatização.
O faturamento por sua vez, caiu 17% segundo dados apurados no balanço do 3º trimestre de 2020, último disponível.
O patrimônio líquido da estatal, que era de R$6 bilhões em 2011, caiu para -R$3,5 milhões em 2020.
Os prejuízos acumulados por sua vez, somaram R$2,75 bilhões.
Dentre os beneficiários, cerca de 91 mil possuem mais de 60 anos, a maior parte sendo parentes dos atuais funcionários, tendo em vista que o plano se estende a familiares.
Na outra ponta, dados os baixos investimentos em modernização, os Correios acabam por lidar com custos crescentes de indenizações, que como lembra a revista Época de 2017, somaram R$207 milhões no mesmo ano, o dobro do lucro da companhia.
Em contrapartida, empresas de e-commerce no país tem buscado criar seus markeplaces, agregando lojistas pelo país e focando em rentabilizar as vendas online por meio de serviços de entrega e financeiros.
A estatal buscou ainda ampliar a oferta de serviços, por meio de parcerias com o Banco do Brasil, no “Banco Postal”, mas o serviço acabou sendo interrompido antes mesmo do fim do contrato.
Na área de telecomunicações, a estatal também lançou planos de dados a partir de R$30.
Em seu negócio principal, os serviços postais, a receita foi afetada com a substituição de faturas físicas por e-mail e mensagens.
O valor proposto porém ainda não está publicado. Segundo o sindicato, a estatal teria um valor similar ao do Mercado Livre. A explicação neste último valuation não foi apresentada porém.
Cabe lembrar que o Mercado Livre é neste momento a empresa mais valiosa da América Latina.
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