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Exchange de criptomoeda estreia na bolsa valendo 2x o Itaú

A Coinbase, segunda maior exchange de criptoativos do mundo, estreou seus papéis hoje na Nasdaq. Fundada há apenas nove anos, a empresa de Brian Armstrong e Fred Ehrsam alcançou $104 bilhões em valor de mercado já no seu primeiro pregão. O valuation bilionário torna a Coinbase pouco mais do que 2x maior que o Itaú, […]

A Coinbase, segunda maior exchange de criptoativos do mundo, estreou seus papéis hoje na Nasdaq. Fundada há apenas nove anos, a empresa de Brian Armstrong e Fred Ehrsam alcançou $104 bilhões em valor de mercado já no seu primeiro pregão.

O valuation bilionário torna a Coinbase pouco mais do que 2x maior que o Itaú, o banco mais valioso do Brasil. E não apenas isso, com a abertura de capital, a exchange comandada por Brian Armstrong se aproxima do HSBC e ultrapassa gigantes como o BNP Paribas e o Santander.

A abertura de capital da Coinbase não segue o convencional caminho dos Initial Public Offerings (IPOs), mas é na verdade uma listagem direta, também chamada de Direct Public Offering (DPO).

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A principal diferença é que, enquanto no IPO novas ações são criadas em um longo processo com auxílio de uma empresa atuando como Underwriter, os DPO’s diluem os sócios minoritários em um mercado primário e vendem essa nova fatia no mercado secundário.

Por ser um processo mais curto e com um mercado primário muito ativo, o DPO da Coinbase vinha sendo muito aguardado pela indústria. Na FTX, bolsa de derivativos que tokeniza pré-IPOs, o papel da empresa chegou a ser avaliado em $474 dólares.

Apesar da alta expectativa do mercado especializado, as ações da empresa americana abriram o pregão cotadas em $400. Mesmo frustrando o cenário mais otimista, a abertura de capital da Coinbase superou as expectativas do mercado tradicional, que apostava em $250 dólares por papel na abertura.

Além disso, o DPO da exchange americana já pode ser considerado como o maior da história. Com captação máxima no mercado secundário esperada de $45,9 bilhões, a empresa fundada por Brian Armstrong e Fred Ehrsam supera, com farta vantagem, mega-captações como as da Saudi Aramco, Alibaba, Softbank e Visa.

Resultados que preocupam

A Coinbase tem atualmente 43 milhões de usuários no mundo inteiro, com ao menos 2.8 milhões de clientes que utilizam a exchange todo mês. Em 2020, a empresa conseguiu gerar receita de pouco mais de $1 bilhão de dólares, um aumento de 136% em comparação com 2019.

Além disso, pela primeira vez desde 2017, a Coinbase voltou a ter lucro líquido em sua operação, com aproximadamente $322 milhões de dólares em 2020. A preocupação é a forte correlação que a exchange tem com a performance do Bitcoin.

Como o criptoativo tem ciclos muito bem definidos e regulados pelo seu algoritmo monetário, a Coinbase vem obtendo lucro líquido apenas em anos de Bull Market. Isso em si não seria um problema, mas o mega-valuation da Coinbase desconsidera a potencial perda de margem para demais empresas do setor.

À medida que a indústria blockchain se profissionaliza, a exchange americana deve enfrentar concorrência ferrenha de outras bolsas de criptoativos, fundos de investimentos e potenciais criptobancos que possam conseguir habilitação regulatória nos próximos anos.

O fato se confirma quando comparamos a exchange de criptoativos com bolsas de valores tradicionais. Enquanto a Nasdaq Inc. e a Intercontinental Exchange têm lucro tarifário em relação ao volume de 0.01%, a empresa de ativos digitais observa 0.46% de margem. Gordura farta que deve ser queimada à medida que a concorrência aumenta.

Mesmo com as más notícias, a Coinbase ainda deve ter um bom futuro pela frente. Com a ampliação da adoção do Bitcoin como reserva de valor, os ciclos de alta tendem a serem mais longos, menos voláteis e mais consistentes.

Em 2020, por exemplo, a exchange de ativos digitais observou um crescimento suntuoso em seus ativos sob gestão: de $35 bilhões para $90 bilhões.

No fundo, acreditar ou não no DPO da Coinbase se resume sempre à mesma questão: qual será o futuro do Bitcoin. Se a criptomoeda ganhar tração na narrativa de proteção de patrimônio contra o ouro, a empresa americana deve colher bons frutos.


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