O Telegram está andando com passos largos para a Web3 com seu blockchain The Open Network (TON). A criptomoeda da rede, TON, disparou mais de 24% em sete dias, segundo dados do CoinMarketCap. Um dos motivos foi o anúncio do investimento da Pantera Capital no projeto, e o lançamento da Notcoin.
O BlockTrends conversou com Victor Mendes, Head de Business Development na Wallet in Telegram, para saber sobre as perspectivas do projeto. Mendes é brasileiro, é head de BD global da parte de Wallets no aplicativo. Confira a entrevista:
BT: Quais são as carteiras existentes no Telegram hoje?
VM: O nome oficial que a gente utiliza para as carteiras é Wallet in Telegram. Tem outras carteiras também no ecossistema da TON. Tem o TON Keeper, My TON Wallet, My TON Hub. Mas essa aqui do Telegram é Wallet in Telegram ou Wallet no Telegram, em português.
BT: Seria possível ver no futuro uma integração com Drex, como vemos no WeChat com Yuan digital?
VM: Atualmente, na Wallet você já consegue comprar cripto, fazer o on-ramp, pagando com PIX. Pode ser feito através de algumas plataformas de on-ramp que já estão integradas.
Por exemplo, o Alchemy Pay, Unlimited Cripto, Transak, tem algumas outras também que aceitam PIX. Eu acho que nada impossibilita que a gente se integre com o DREX de alguma forma.
Porém como o DREX é construído em um outro blockchain, que não é TON, e TON não é EVM, acaba sendo um gargalo para a integração com outras redes. Mas acho que não está descartado essa hipótese.
BT: Como funciona a integração da Wallet in Telegram com a web3?
VM: A Wallet no Telegram é uma Wallet custodial. Mas ela tem um componente, uma funcionalidade não custodial também. Então, para usuários mais avançados, que já são familiares com o Universo On-Chain, podem utilizar essa funcionalidade, chama-se TON Space.
Se você não estiver vendo no seu Telegram ainda, você vai em Settings, em Configurações, na própria Wallet e seleciona para ativar a sua TON Space. Através da TON Space, você consegue assinar qualquer transação On-Chain utilizando os aplicativos, nos Telegram Mini Apps, que tenham integração com o blockchain da TON.
É muito fácil, é muito simples, você vai conectar a Wallet e sempre que você for fazer uma transação ele faz uma chamada para a sua TON Space, que está dentro da Wallet e do Telegram, só reforçando, e você assina a transação.
Então, a Wallet no Telegram já está integrada, para responder a sua pergunta, a Wallet no Telegram já está integrada com os Telegram Mini Apps que utilizam a infraestrutura da TON.
BT: Qual o potencial da TON, e do ecossistema do Telegram?
VM: Existem duas coisas que são muito poderosas nesse universo da TON, que seriam a grande tese. O Telegram, ele é um ecossistema de 900 milhões de usuários ativos no mês.
Então estamos falando da capacidade de distribuição desse ecossistema. É uma capacidade de distribuição que nenhum outro ecossistema tem. A título de comparação, a última vez que eu olhei dados de carteiras ativas na rede Ethereum, tinham 40 milhões de carteiras ativas no mês.
Que não necessariamente são 40 milhões de usuários, porque às vezes um usuário tem mais de uma wallet ativa na rede Ethereum. Mas vamos falar que são 40 milhões de usuários ativos na rede Ethereum hoje, comparando isso com a capacidade de distribuição da TON, de 900 milhões de usuários ativos no mês no Telegram. Isso é muito grande, e é a primeira parte da tese.
A segunda parte da tese aqui, não é só o Telegram por si só ou o blockchain por si só, mas a combinação disso. Ou seja, a combinação do ecossistema do Telegram com o layer do blockchain, que é a TON. Além disso, temos a infraestrutura de mini apps no Telegram e a Wallet.
Esses quatro componentes juntos, são muito poderosos. Quando você junta tudo isso, coloca tudo isso na mesma receita, cria uma capacidade de, não só de distribuição, mas de integração muito grande.
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