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Como a Tesla saiu da quase falência para valer mais que toda bolsa brasileira hoje.

Tendo quase falido em 2008, a companhia de Elon Musk se tornou o mais novo membro a integrar o clube do Trilhão, o mesmo valor da soma das 393 empresas listadas na B3, a bolsa brasileira.

O natal de 2008 não foi uma época exatamente fácil para Elon Musk. Sua empresa espacial havia falhado nos primeiros lançamentos, sua companhia de carros elétricos estava à beira da falência, o mundo via sua maior crise desde 1929, e como se fosse pouco, Musk também estava se divorciando.

Em entrevistas posteriores Musk lembra do momento comentando que sua visão sobre a Tesla em específico, era de que a chance de sucesso era tão baixa que ele próprio decidiu prover os recursos, sem atrair investidores.

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Musk, que anos antes havia vendido sua participação no PayPal, se tornou sócio da Tesla em 2004. Nos 4 anos seguintes, assumiu um papel crucial na empresa, como CEO, além de principal fonte de recursos.

Em 2008, porém, a Tesla ainda era apenas uma ideia, e o dinheiro havia acabado.

No Natal daquele ano, entretanto, surgiu um “milagre” que acabou por salvar a companhia. A alemã Daimler, ela própria resgatada pelo governo em meio a crise, injetou $50 milhões para salvar a Tesla.

Em maio de 2009, jornais reportaram que a fabricante de carros alemã havia avaliado a Tesla em $550 milhões, adquirindo uma participação menor do que 10%.

Na época, a empresa havia arrecadado $187 milhões de investidores, e entregado 147 carros.

Ainda assim, a empresa foi capaz de receber $465 milhões do departamento de energia do governo americano, em um programa de incentivos para produção de veículos alternativos.

Em 2010, já capitalizada, a empresa fez seu IPO, ou “Oferta Inicial de Ações”, na sigla em inglês. Foi a primeira vez desde 1953 que uma companhia americana do setor realizou um IPO.

Seu valor de mercado inicial foi de $1,7 bilhão. Um ganho e tanto para os investidores que foram ao resgate meros 2 anos antes. E boa parte se deu por satisfeito. A Daimler vendeu seus 4% por $750 milhões, lucrando 1400%.

Até que a Tesla cruzasse a linha de $1 trilhão, porém, o caminho não foi dos mais tranquilos.

Durante os anos 2010, a Tesla se tornou a ação com maior número de shorts da história americana.

Investidores acreditavam que o preço da companhia não fazia o menor sentido, afinal, ela negociava em cerca de 700 vezes seu lucro na maior parte do tempo (ou sequer dava lucro).

As entregas de veículos atrasaram sucessivamente, e o CEO não era lá a pessoa mais correta da cabeça, se metendo em polêmicas e aparentando estar mais ocupado com memes do que prazos de entrega.

Fato é que, ao longo deste período, investidores perderam $58 bilhões apostando contra a empresa.

Os feitos da empresa no início da década eram tímidos, como “o primeiro veículo elétrico a liderar as vendas mensais”, em setembro de 2013 (na Noruega, um país com 5 milhões de habitantes).

O Roadster, primeiro veículo da empresa, foi deixado de lado. A companhia então passou a apostar no modelo S, e em seguida no X, pulando o incógnito modelo E.

A estratégia da empresa, porém, resgata parte da essência do modelo de produção de capitalista.

A Tesla passou a produzir carros de luxo, criando um verdadeiro desejo por seus carros, com aspecto esportivo.

Ter um carro elétrico antes era sinônimo de ter uma geringonça feia, pouco estética e coisa de hippie ou alguém querendo sinalizar virtude. O Prios, da Toyota, logo se tornou motivo de piada, enquanto os modelos da Tesla se tornaram “cool”.

Vendendo carros por valores elevados, sem custos de marketing ou de vendas (a Tesla não possui lojas e revendedores), a empresa passou a operar com uma margem significativa, podendo converter os recursos em pesquisa e desenvolvimento de produtos.

Não é uma lógica difícil de entender, e de fato, carros, televisão, computadores e outros tantos bens passaram e passam por métodos similares.

Faça os ricos desejarem seu produto e pagarem pelo desenvolvimento dele, depois produza para as massas lucrando alto. Basic economics.

No final da década, porém, a Tesla iniciou sua expansão. De alguma maneira pouco clara, Elon Musk se tornou um queridinho do governo chinês, ganhando apoio para construir uma “Gigafactory” em Shangai. Musk ganhou o terreno, construiu em tempo recorde com empréstimos locais, e em meio a pandemia foi das poucas empresas capazes de continuar operando sem problemas.

Mesmo com tais ligações, Musk ganhou os holofotes no ocidente, tornando seus carros objeto de desejo.

Ao contrário dos insucessos iniciais (como o ModelX, 16 meses atrasado), a Tesla seguiu dobrando sua produção e entrega de veículos, saindo de 200 mil veículos em 2019 para 800 mil até o final do terceiro trimestre de 2021.

Uma pesquisa feita junto a investidores por faixa de idade mostrou que a empresa se tornou a posição favorita de Millenials, sendo responsável por até 16% do portfólio médio americano nessa faixa de idade.

Contra todas as expectativas, a Tesla atingiu $1 trilhão em valor de mercado, após a empresa de locação de veículos Hertz anunciar a compra de 100 mil unidades.

O valor da Tesla hoje equivale a R$5,57 trilhões, suficiente para comprar todas as empresas listadas na Bolsa brasileira (R$4,9 trilhões), com o troco, você pode comprar ainda a GM e a Ford.

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