Criado em 1988 como um banco comercial tradicional, o Silvergate Bank tornou-se em 2017 um dos primeiros a atuar como banco para a indústria de criptoativos, uma prática necessária para permitir que empresas como exchanges ou hedge funds possam transacionar recursos em moeda fiduciária.
O banco, que ganhou a alcunha de “Banco do Bitcoin”, cresceu em relevância por meio das criptomoedas, chegando a valer US$4 bilhões.
Nas últimas semanas e meses, porém, a situação se complicou em função do colapso da FTX. Uma investigação em andamento busca entender a relação entre o Silvergate e a exchange fundada por Sam Bankman-Fried, que colapsou em novembro passado. Segundo acusações, o Silvergate teria instigado a FTX a realizar operações que levaram ao prejuízo de US$10 bilhões aos clientes, por meio do desvio de recursos para seu hedge-fund, a Alameda Research.
No último trimestre, o Silvergate relatou que os depósitos nos bancos caíram US$8 bilhões, perdendo cerca de 70% do total de recursos no banco. O valor transacionado pelo banco também desabou em cerca de US$50 bilhões.
A assunção de perdas com a falência de credores levou o Silvergate a liquidar as garantias mesmo no prejuízo, o que gerou perdas de US$1,1 bilhão ao banco no último trimestre do ano.
No início de março, empresas como Gemini, Coinbase e Kraken anunciaram que iria encerrar suas relações com o Silvergate, em função de investigações da SEC pelo envolvimento do banco com a FTX.
Agora, a Silvergate Corporation, a holding que controla o banco, anunciou que irá voluntariamente encerrar as operações, devolvendo os depósitos.
Em janeiro, o Silvergate havia recebido recursos da Federal Home Loan Bank, um sistema de crédito composto por 10 mil bancos que empresta recursos a bancos em dificuldades de liquidez. Os recursos, que superam os US$3 bilhões, foram criticados por políticos e pessoas do mercado afirmando que o Silvergate havia encontrado uma brecha (o fato de ter sido fundado como um banco tradicional), para acessar os recursos, e que este fator poderia contaminar o sistema financeiro com risco externo, como do setor de criptomoedas.
Outros prejuízos como empréstimos ao 3AC, BlockFi, também colaboraram para a derrocada do Silvergate.
A expectativa é de que a falência do banco possa atrair ainda mais atenção de reguladores, pesando sobre outras empresas do mercado.
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