
O Banco Central da República Tcheca (CNB) avalia a possibilidade de incluir bilhões de dólares em Bitcoin (BTC) em suas reservas internacionais. Desse modo, o país pode ser o primeiro da Europa e do mundo, à frente até de Donald Trump nos EUA, e iniciar o efeito dominó que especialistas comentam sobre com veemência.
Conforme afirmou o governador da instituição, Ales Michl, nesta quarta-feira (29), a ideia ainda está em análise, e que não há uma decisão iminente. Ele pretende apresentar a proposta ao Conselho do Banco Central, composto por sete membros, durante uma reunião na quinta-feira.
“Bitcoin tem correlação zero com títulos e é um ativo interessante para um grande portfólio”, comentou Michl. A proposta inicial sugere que até 5% das reservas internacionais do banco. Portanto, trataria-se de um fluxo de entrada de cerca de 140 bilhões de euros (US$ 146 bilhões) no Bitcoin.
Apesar do interesse crescente na criptomoeda, o governador enfatizou a necessidade de estudos aprofundados sobre a viabilidade e os riscos do ativo. Ele reconheceu que o Bitcoin tem uma volatilidade significativa, o que pode dificultar sua inclusão nas reservas tradicionais.
“Vou pedir à nossa equipe para avaliar melhor o papel do Bitcoin em nossas reservas. Nada mais, nada menos.” – afirmou Michl em uma publicação na rede X (antigo Twitter).
A corrida pelo Bitcoin começou com maior intensidade após a vitória de Donald Trump como presidente nos EUA, e a proposta de lei da senadora Cynthia Lummis. A administração atual do país do Tio Sam é bastante favorável ao ativo, e mais de 10 Estados já pedem por uma reserva em Bitcoin.
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Efeito Trump
Na última semana, Trump assinou uma ordem executiva para criar um grupo de trabalho sobre criptomoedas, que terá como missão elaborar novas regulamentações e explorar a criação de um estoque nacional de ativos digitais.
O governador Ales Michl mencionou que, apesar do impacto positivo das políticas de Trump no mercado, o Bitcoin continuará crescendo independentemente de apoio político, pois se tornou um ativo alternativo atrativo para investidores institucionais.
Contudo, vale ressaltar que irão existir apenas 21 milhões de bitcoins no mundo. Portanto, especialistas enxergam o movimento como benéfico para o preço do ativo, uma vez que pode pressionar a demanda de um ativo com oferta limitada.
Nos últimos meses, outras nações discutiram propostas semelhantes:
- Suíça: Um grupo de defensores das criptomoedas propôs que o Banco Nacional Suíço (SNB) adicionasse Bitcoin e ouro às suas reservas. No entanto, o banco expressou ceticismo sobre essa possibilidade.
- União Europeia: O Banco Central Europeu (BCE) rejeita veementemente a ideia de usar Bitcoin como ativo de reserva, comparando-o a uma bolha especulativa, semelhante à mania das tulipas no século XVII na Holanda.
- África do Sul: O presidente do Banco Central Sul-Africano também criticou a ideia de um estoque de Bitcoin, alertando que governos não devem ser influenciados pelo lobby da indústria cripto.
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