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5 maneiras de avisar seu amigo que ele está investindo em uma pirâmide financeira

Pirâmide financeira que garante dinheiro fácil costuma vir embalada de histórias fascinantes e mirabolantes casos de sucesso.

Esquemas que garantem dinheiro fácil costumam vir embalados de histórias fascinantes, casos de sucesso e, claro, impossibilidades no mundo real.

Charles Ponzi nasceu na Itália, mas ganharia fama mundial nos Estados Unidos dos anos 20 graças a um “esquema de arbitragem” de compra e venda de selos.

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Na teoria, arbitragem significa intermediar um mesmo bem entre dois mercados e embolsar a diferença no preço onde este bem foi comprado e onde está sendo vendido.

Trata-se de uma prática relativamente comum, que já rendeu fama e fortuna a nomes como Jacob Safra, o fundador do império bancário dos Safra. Nascido na Síria, Jacob descobriu que países árabes atribuíam valores menores a moedas de ouro com faces femininas.

Como um mercador de moedas (ou câmbio), Jacob comprava as moedas nestes países e revendia em países cristãos, que pagavam por elas seu equivalente em ouro. Em suma, Jacob lucrava com uma “assimetria de informações”. Diferentes mercados avaliavam o mesmo bem de diferentes formas, graças a sua cultura.

No caso de Ponzi, entretanto, a prática alegada de comprar selos em países estrangeiros e vender nos EUA, era apenas uma maneira de ocultar a verdadeira face do negócio.

Ponzi prometia retornos de 50% em até 45 dias, ou 100% em 90 dias.

As compras e vendas, porém, eram inexistentes. O dinheiro que as pessoas recebiam era nada menos do que uma quantia nova que entrava no esquema.

Em suma, seu sobrenome hoje nomeia esquemas do tipo, que no Brasil ganharam o apelido de “pirâmides financeiras”.

Quem está fora paga para participar e quem está dentro do esquema recebe “ganhos” falsos advindos dos recursos novos.

No Brasil e no mundo, os esquemas do tipo envolvem toda série de negócios fictícios e podem ser tão bem camuflados que enganam por vezes pessoas com conhecimento do mercado.

Justamente por isso reunimos aqui os principais sinais de alerta para você ficar de olho..

1) O esquema sempre lucra e o retorno é garantido

Poucas coisas são tão distintas do mercado real quanto garantias. Justamente por isso, o nome que atribuímos ao mercado de ações, por exemplo, é o de “renda variável”.

Nos 50 anos de existência do ibovespa, o índice que reúne as maiores empresas da bolsa brasileira, tivemos 21 anos de queda e 29 anos de alta.

Seja por fatores políticos, oscilações no mercado e na economia globais, ou por resultados fracos das empresas que compõem o índice, é possível que as ações tenham períodos difíceis.

No início desta década, por exemplo, tivemos 4 anos seguidos de queda no mercado acionário brasileiro, contra anos seguidos de alta na década anterior.

Nada, claro, é garantido, e justamente por isso o foco maior do mercado de ações está no longo prazo.

Renda variável, como o próprio nome já diz, varia.

É bastante comum que mesmo entre grandes gestores, os resultados estejam abaixo do CDI, o principal indicador de juros do Brasil. Em suma: muitos dos grandes gestores brasileiros não conseguem ter resultados melhores que o índice de renda fixa, aquele que o governo paga nos títulos públicos.

Se a empresa que você decidiu investir promete retornos certos em determinados períodos de tempo, ou pior ainda, garante retorno que varia conforme a quantidade que você investe, desconfie.

Ninguém pode lhe dar garantia de retorno algum acima do mercado (a famosa taxa básica de juros, a Selic).

2) Você ganha para indicar alguém

Nenhum esquema de pirâmide financeira se mantém ativo caso o dinheiro novo não seja maior do que o antigo, claro.

Por uma questão lógica, se os ganhos são crescentes e constantes, o dinheiro antigo no esquema precisa ser remunerado com mais recursos.

Como não há investimentos reais, ele é remunerado pelo dinheiro novo que entra.

Por conta disso, inúmeros esquemas de pirâmide se utilizam de premiações para quem atrai novos membros (daí inclusive surge o nome pirâmide, pois se pressupõe que a base seja maior que o topo e o dinheiro vá fluindo pra cima).

Se você ganha 1% ao mês em um esquema (via de regra os valores são bem mais arrojados, afinal, isso atrai mais pessoas), e então passa a receber 2% ao indicar outra pessoa, ou ainda, se entra como membro “ouro” e vira “diamante” ou “platina” (sim, piramideiros são fascinados por metais como qualquer ser humano), é um caso claro de que o responsável pelo esquema precisa da sua ajuda para atrair novos usuários.

Nenhum investimento correto premia pessoas por atrair novos investidores.

3) Você nunca sabe exatamente como o negócio principal funciona

Famoso nos anos 90, o esquema da boi gordo incluía algo relativamente simples: comprar e engordar bois para então vender.

Na prática, se utilizando de figuras famosas como Antônio Fagundes, e espaços comerciais em redes de televisão, o esquema mexia com um sonho de inúmeros brasileiros: virar, ao menos na teoria, fazendeiros. Ao todo o golpe gerou prejuízos de R$5 bilhões.

Era um esquema claro. Quase todo mundo sabe que bois e carne não nascem na gôndola do mercado, mas no pasto.

Estes casos, entretanto são raros, especialmente porque os esquemas de pirâmide costumam ser “Asset light”, uma expressão do mercado que resume um negócio que demanda pouco dinheiro imobilizado.

Deveria ser claro que comprar uma fazenda, criar gado e vender e engordar não é um processo tão simples quanto parece.

Justamente por isso, os principais esquemas envolvem alguma tecnologia (algo simples e replicável), ou meramente um produto que deva ser comercializado.

Nos últimos anos o Bitcoin, um ativo criado em 2008, tem sido alvo de golpistas do tipo, justamente por ser uma tecnologia ainda pouco compreendida (e se você não sabe exatamente o que é um Bitcoin, o Cid Moreira explicou nesse vídeo aqui).

Criptomoedas em geral podem ter grande valorização por se tratar de algo novo e em que uma pequena quantidade de negociações pode influenciar o preço.

Ainda assim, convém você estudar sobre antes de investir em qualquer instrumento, e claro, buscar veículos regulados e que não façam promessas. Nunca é demais lembrar: não existe ganho certo. Estude sobre o que quer investir e não acredite em dicas.

4) Não há registros de investimentos em órgãos reguladores

Órgãos reguladores não são uma garantia 100% eficaz contra crises, que o diga a crise de 2008 quando estes órgãos foram incapazes de impedir trapaças por bancos privados e agências de risco, ainda assim, eles são uma garantia melhor do que o seu cunhado que “garante que está ganhando dinheiro”.

Isso ocorre pois estes órgãos, como a CVM, a Comissão de Valores Mobiliários (onde mobiliário significa um ativo financeiro que pode ser movido/trocado/comercializado), demandam que os gestores, como fundos de investimento, apresentem documentação sobre suas transações.

Um gestor regulado deve não apenas dispor dos seus dados de maneira transparente, como também comprovar suas práticas de negociação, para então estar apto a captar e gerir recursos de terceiros.

É imperativo portanto que você procure saber se a empresa que está lhe oferecendo o investimento está registrada nos órgãos reguladores (afinal, se você se sentir lesado e trapaceado, você conseguirá de maneira muito mais fácil recorrer à justiça).

5) A empresa não é gerida por pessoas sem um histórico na área

Warren Buffett se tornou uma lenda do mercado financeiro ao garantir um retorno de 23% ao ano durante 50 anos.

Outros diversos nomes, como George Soros, Stan Druckenmiller ou Peter Lynch obtiveram também retornos expressivos, ainda que por períodos menores.

Todos são hoje lendas no mundo financeira, e entregaram retornos muito menores do que aqueles que você verá na mágica ofertada pelas pirâmides financeiras.

Isso por si só já deveria servir de alerta, mas como ninguém é obrigado a conhecer os gênios do mercado, convém saber quem vai gerir sua grana.

Mesmo em mercados novos, como cripto, a gestão depende de pessoas com experiência, que já tenham passado por outros negócios e construíram suas carreiras.

Seja para saber quem você vai processar caso tenha problema, ou para conferir onde investir de maneira correta, existem ferramentas como LinkedIn, ou os próprios sites, que explicam de onde vem as pessoas que cuidam da sua grana.

Não existe mágica e nem maneiras de pular etapas. Exceto se você está convencido de que a pessoa que lhe ofereceu a oportunidade de investir é um gênio escondido, experiência de mercado importa

2 avisos necessários

PS: Você não deveria se sentir envergonhado caso tenha caído em um golpe do tipo. Determinados esquemas, como o de Bernie Madoff, o maior do mundo, que gerou $50 bilhões de dólares em prejuízos foram tão bem arquitetados que enganaram os mais experientes.

Bernie foi CEO da Nasdaq, a bolsa de tecnologia dos EUA, e por 30 anos enganou seus clientes prometendo retornos sólidos de 12% ao ano. Algo “modesto”, similar ao retorno de índices de ações.

Entre os que investiram com Bernie, que admitiria após a prisão que não negociava ações há pelo menos uma década, estava o Safra, possivelmente a instituição financeira mais sólida do Brasil, e com um histórico impecável quando o assunto é seriedade com finanças

Lembre-se também que o governo brasileiro já investigou uma oferta conhecida como o “golpe do príncipe nigeriano”. Possivelmente o golpe mais manjado que existe onde você paga um valor para receber algo maior.

PS2: Outra questão importante que você deveria levar em consideração é: se esta pessoa descobriu como ganhar 10% ao mês, porque ela precisa do meu dinheiro? Não seria muito mais prático captar dinheiro emprestado? Porque dividir o lucro?


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