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Economia

Zoação de torcidas brasileiras com o peso argentino irrita a imprensa local

O jornal Olé chegou a publicar que o ataque a moeda argentina é “lamentável”, em uma frase onde faz um paralelo com os gestos racistas da torcida do Boca.

Em 20 de dezembro de 2001, Fernando de la Rúa ordenou a um helicóptero pousar sobre o telhado da Casa Rosada, a sede do governo argentino.

O presidente abandonaria o cargo ali, em meio a pressões sobre seu governo e o início de uma crise.

Nos 12 dias seguintes, a Argentina teria 5 presidentes, e uma moeda em crise.

O Peso, que assim como o Real já chegou a valer 1 pra 1 com o dólar, entrou em colapso.

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Ao contrário do Brasil, porém, os argentinos reagiram de forma distinta. Por lá, não houve qualquer aposta em leis de responsabilidade fiscal que pudessem gerar confiança. Ao contrário, a Argentina seguiria um caminho de medidas populistas, em especial pelo momento favorável aos produtos do país.

O boom de commodities favoreceu a Argentina, tradicional exportador de carne, soja e trigo. Bilhões de dólares fluíram para o país.

Pouco ou quase nada foi feito para mudar as bases da economia argentina. De fato, o país apostou em fraude de índices de inflação para mascarar o problema.

O resultado é que, quando a fonte de recursos secou, o país seguia com problemas em sua moeda, uma inflação elevada e uma dívida essencialmente em dólares.

Ao contrário do Brasil, a Argentina não nacionalizou sua dívida, o que obriga o país a ter de buscar dólares para honrar seus compromissos.

Nesta semana, a troca de ministros da economia levou a um pânico no mercado.

O Peso, que oficialmente vale cerca de 1 pra 100 com o dólar, chegou a ser negociado em 1 para 280 no mercado negro.

Agora, em meio a competições esportivas do continente, uma prática parece estar irritando, e muito, a imprensa argentina.

O jornal Olé, o mais tradicional da imprensa esportiva no país, publicou na última semana em seu site uma nota que começa com o seguinte trecho:

La imagen se repite cada vez que un torneo internacional enfrenta a argentinos y brasileños. De un lado, los repudiables actos racistas; del otro, los -también repudiables- gestos discriminatorios por el devaluado poder de compra nuestra moneda.”

Sim. Pode parecer surreal, mas o jornal argentino decide equiparar em repulsa os atos racistas com os ataques das torcidas brasileiras ao peso argentino.

Na noite de ontem, novamente o tema voltou a pauta.

Torcedores do Corinthians, que ganhou a disputa contra o Boca, rasgaram uma nota de 1000 pesos. 

No mercado negro, a nota destruída pelas torcidas brasileiras de peso argentino vale cerca de R$25/30. No câmbio oficial, quase o dobro. 

A inflação argentina segue em 58% ao ano, sem perspectiva de queda, como boa parte das demais moedas globais.

O que implica que as piadas sobre a desvalorização do peso argentino terão muito espaço para continuar, especialmente agora ao saber que o fato incomoda, principalmente vindo de torcidas brasileiras no esporte que é paixão para os dois. 

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