Em um artigo publicado nesta terça-feira (10), os jornalistas Angus Berwick e Ben Foldy, do The Wall Street Journal (WSJ), atacaram a stablecoin Tether. Atualmente, a Tether é a maior detentora privada de dívidas públicas norte-americana. Do ponto de vista dos autores, a USDT, stablecoin que a Tether emite, é uma grave ameaça à segurança financeira dos Estados Unidos.
Os jornalistas acusam a stablecoin, que movimenta até US$ 190 bilhões por dia, de facilitar a evasão de sanções, apoiar o comércio ilícito e minar os esforços do governo americano no combate a atividades ilegais.
O WSJ destacou que a Tether é uma criptomoeda atrelada ao dólar americano e controlada privadamente nas Ilhas Virgens Britânicas. Ademais, acusaram-a de ter ser amplamente utilizada por oligarcas russos, traficantes de armas e governos sancionados.
Segundo os autores, em países como Irã, Venezuela e Rússia, onde o governo dos EUA restringiu o acesso ao sistema financeiro em dólares, o tether encontrou um nicho.
A reportagem do WSJ reconhece que muitos chamem a Tether de uma ferramenta legítima no mundo das criptomoedas. Contudo, eles afirmam que a natureza não regulamentada permite que ele opere à margem da lei.
Segundo o artigo, a criptomoeda tem profundas raízes no submundo financeiro. Além de facilitar a lavagem de dinheiro e financiar operações que vão contra os interesses dos EUA.
Um dos pontos mais críticos do artigo foi a denúncia de que o Tether é usado por entidades sancionadas, como a PdVSA, a estatal de petróleo da Venezuela. A empresa, segundo o WSJ, aceitou pagamentos em Tether para escapar das sanções impostas pelos Estados Unidos.
Além disso, redes criminosas, que incluem cartéis de drogas e grupos terroristas como Hamas, também estariam utilizando a stablecoin para mascarar suas transações. Apesar disso, a moeda fiduciária dólar ainda é a principal escolha dos criminosos.
Apesar de criminosos preferirem dólar, WSJ insiste que Tether é ameaça
Com uma capitalização de mercado superior a US$ 120 bilhões, a Tether continua sendo uma das maiores criptomoedas do mundo. Inclusive, após o último relatório financeiro da Tether, a empresa agora detém mais Títulos do Tesouro que países como Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Austrália.
As participações do Tether no Tesouro dos EUA atingiram US$ 97,6 bilhões, ocupando o 18º lugar entre os detentores de dívida dos EUA no mundo. A reportagem do WSJ conclui que, enquanto o Tether continuar operando sem supervisão adequada, ele representará uma ameaça à integridade do sistema financeiro dos Estados Unidos.
Além disso, a Tether divulgou também a opinião de garantia referente ao segundo trimestre de 2024, conduzida pela BDO. Em outras palavras, a empresa de contabilidade aprovou a liquidez e transparência da Tether em relação aos seus fundos.
Conforme o relatório de crimes financeiros da Nasdaq deste ano, a escala e a difusão do crime financeiro dentro do sistema financeiro tradicional é imensa. Conforme Adena T. Friedman, presidente da Nasdaq, afirmou no relatório “em 2023, mais de três trilhões dólares em fundos ilícitos fluíram através do sistema financeiro global.”
Abastecendo trilhões de dólares em fluxos ilícitos e atividades de lavagem de dinheiro eram uma série de crimes destrutivos. Incluindo US$ 782,9 bilhões em atividades de tráfico de drogas e 346,7 mil milhões de dólares em tráfico de seres humanos, bem como 11,5 mil milhões de dólares em financiamento do terrorismo.
Além disso, as perdas por fraude totalizaram US$ 485,6 milhões de dólares devido a uma série de danos devastadores golpes fraudulentos e esquemas de fraude bancária, em todo o mundo. Bancos estes que não usam Tether, mas sim dólar fiduciário do sistema tradicional.
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