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Sob Maduro, PIB da Venezuela já caiu 83% segundo FMI

Dona das maiores reservas petrolíferas do planeta, a Venezuela enfrenta casos generalizados de corrupção e sucateamento da economia para manter de pé a ditadura de Nicolás Maduro. Quarta nação mais rica do mundo nos anos 50, a Venezuela se tornou um dos raros casos de países “subemergentes”, aqueles que vêem sua renda cair drasticamente ao […]

Dona das maiores reservas petrolíferas do planeta, a Venezuela enfrenta casos generalizados de corrupção e sucateamento da economia para manter de pé a ditadura de Nicolás Maduro.

Quarta nação mais rica do mundo nos anos 50, a Venezuela se tornou um dos raros casos de países “subemergentes”, aqueles que vêem sua renda cair drasticamente ao longo do tempo.

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O país, que possui as maiores reservas petrolíferas do mundo, enfrentou ao longo destas décadas uma série de golpes de Estado e períodos de turbulência política, culminando com a ascensão de Hugo Chávez.

O coronel do exército venezuelano assumiu o poder no final da década de 90, e continuou governando o país até sua morte em 2013.

Durante este período, Chávez viu o país ser fortemente beneficiado pelo chamado “boom das commodities”, um período influenciado pela entrada da China na organização mundial do comércio em 2001, e que puxou consigo o preço de produtos agrícolas e minerais.

Estima-se que a Venezuela sozinha tenha obtido $750 bilhões com a exportação de petróleo para China, Estados Unidos e Europa no período de 14 anos em que o coronel governou o país.

Com tamanha abundância de recursos, o governo venezualano promoveu uma série de medidas, seja para expansão da infraestrutura ou programas sociais, que sustentaram um enorme apoio popular, mesmo diante dos constantes ataques a Instituições, consideradas “golpistas” pelo governo.

Após a morte de Chavez, entretanto, seu sucessor e ex-vice-presidente não teve a mesma sorte.

Desde 2014 o preço das commodities tem estabilizado em níveis relativamente baixos. Os gastos públicos entretanto, continuaram a subir

Agora, segundo o Fundo Monetário Internacional, o país pode chegar ao seu nível mais baixo de atividade econômica desde então.

Desde 2013 o PIB venezuelano saiu de $275 bilhões para $43 bilhões, uma queda de 83%.

A pobreza, medida pela renda, atinge por volta de 96% da população, enquanto a extrema pobreza afeta 79%.

Dados da FAO estimam que os venezuelanos tenham perdido em média 11kgs por falta de alimentos básicos.

O preço das commodities internacionais, entretanto, é apenas um detalhe diante da queda na economia.

Desde que assumiu, Maduro vem se desfazendo de ativos públicos para garantir o apoio das Forças Armadas no país.

Dados da ONU apontam que a polícia venezuelana tenha sido responsável direta por 6,8 mil mortes apenas em 2018, e outras 2700 em 2020. Estudantes que protestam contra o governo  estão entre as maiores vítimas.

Com recursos internacionais congelados, o governo venezuelano vem aumentando o cerco ao que resta da atividade privada no país.

Para além das atividades lícitas, a mesma Organização das Nações Unidas, alerta que os militares venezuelanos tenham criado um “narco estado”, se apropriando do contrabando de drogas para Europa e Estados Unidos, como forma de obtenção de renda.

Até junho de 2019, a crise já tinha levado ao menos 1 em cada 9 habitantes da Venezuela a deixar o país. Os 4 milhões de venezuelanos que saíram para países na América Latina, em especial, enviaram para o país cerca de $1,9 bilhão de dólares, valor equivalente a cerca de 40% do obtido pelo governo por meio da exportação de petróleo. A crise local afeta também o Brasil, que viu suas exportações para o país vizinho saírem de $4,97 bilhões em 2014 para $478 milhões em 2020.

Como consequência da desordem econômica, o país enfrenta hoje taxas de 2500% ao ano em inflação, levando o Bolívar venezuelano a derreter. Desde 2008, o governo já cortou 14 zeros da moeda, incluindo 6 deles na última reforma realizada agora em Agosto.

Para 2022 o Fundo estima que o PIB retraia outros 5%. Seria a menor variação negativa desde 2014.

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