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RWA no Brasil: CVM não bloqueia, mas também não regula com clareza, diz executivo

Rosa concedeu uma entrevista ao BlockTrends durante evento nesta quarta-feira (11), e compartilhou mais sobre sua visão acerca do assunto.

O mercado de ativos do mundo real, os chamados Real World Assets (RWA), está em ebulição e o Brasil pode estar bastante avançado. O tema esteve bastante presente durante a Febraban Tech 2025, que acontce nestes dias 10,11 e 12 de junho.

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Apesar disso, o movimento global de tokenização de ativos já chegou ao Brasil com força, mas enfrenta dilemas regulatórios, técnicos e culturais. Para Marcelo Rosa, diretor da BU de Core Banking da Dimensa, 2025 marca o início de uma virada concreta na adoção da tokenização no país. Com foco em garantias, fluxo de crédito e fundos estruturados.

Rosa concedeu uma entrevista ao BlockTrends durante evento nesta quarta-feira (11), e compartilhou mais sobre sua visão acerca do assunto.

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“O Banco Central começou com um leque muito aberto, quase experimental. Mas agora está focando onde realmente faz diferença: garantias e registro de ativos. O impacto será direto na segurança e agilidade das operações financeiras”, afirmou Rosa em entrevista.

CVM ainda não bloqueia, mas também não regula com clareza

No centro da discussão está a Instrução CVM 175, que atualmente rege ofertas públicas digitais como crowdfunding e emissões tokenizadas de renda fixa. Embora traga alguma flexibilidade, Rosa aponta que o texto ainda não regula com a firmeza que o mercado precisa.

“A 175 não limita, mas também não dá diretrizes claras. A CVM está estudando, está em laboratório. Acredito que ainda virá uma regulamentação mais direcionada para a tokenização de ativos. Por enquanto, o cenário é permissivo, mas vago”, analisou.

Crédito, imóveis e agro: os vetores mais promissores da tokenização

Para Marcelo Rosa, o crédito, especialmente crédito com garantias reais, é a porta de entrada natural para a tokenização no Brasil. Com a estrutura atual do Drex sendo moldada para contemplar o travamento de garantias e a automação de contratos, ativos como CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) poderão ser transformados em instrumentos digitais inteligentes, com execução automática via smart contracts.

Outro vetor relevante são os ativos imobiliários e agrícolas, setores historicamente intensivos em garantias e capital. Segundo Rosa, com a tokenização, será possível representar digitalmente frações de imóveis, armazéns ou frotas logísticas; agrupar esses tokens em fundos tokenizados; viabilizar a negociação secundária e a antecipação de recebíveis etc.

“É um mercado que pode movimentar volumes ainda maiores que o de crédito. A tokenização permite negociar, fracionar e dar liquidez a ativos que antes eram travados em estruturas pesadas”, explicou o executivo.

O varejo no Brasil não está pronto para RWA de precatórios

Outro tópico da entrevista foi a tokenização de precatórios. Ou seja, as dívidas reconhecidas pelo Estado, mas com pagamento incerto. Embora esse mercado tenha despertado interesse de investidores e plataformas, o diretor da Dimensa foi cauteloso.

“Precatórios são complexos, de liquidez difícil e risco elevado. Jogar isso para o varejo seria perigoso. Ainda é um produto para fundos e investidores mais sofisticados, que sabem analisar riscos e suportar uma possível perda.”

Segundo ele, a tokenização deve priorizar educação financeira e responsabilidade regulatória. Democratizar o acesso não pode significar banalizar o risco.

Próximo ciclo: fundos tokenizados e capital de giro digital

Para além de créditos e precatórios, Marcelo Rosa destacou o potencial de fundos estruturados tokenizados, que combinam ativos diversos e os tornam mais acessíveis para investidores institucionais e, futuramente, para o varejo qualificado.

Com a infraestrutura regulatória evoluindo e o interesse dos reguladores em modernizar a captação de recursos, esse modelo pode se tornar o novo padrão para distribuição de investimentos no Brasil, especialmente via blockchain permissionada ou Drex.

Em resumo, para Rosa o Brasil já saiu da fase de laboratório conceitual e está entrando em uma etapa de foco regulatório, padronização tecnológica e busca por escala no mercado de RWA.

Com o Banco Central priorizando garantias e o registro digital de ativos, e com a CVM amadurecendo sua abordagem sobre renda fixa tokenizada, a expectativa é que os próximos dois anos consolidem o RWA como um pilar real da nova infraestrutura financeira brasileira.

“Se o país acertar na regulação e na integração com o Drex, o mercado de ativos tokenizados no Brasil pode se tornar referência mundial. E o impacto será especialmente forte fora dos grandes centros, em setores como o agro e o mercado imobiliário”, concluiu Rosa.

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