Recentemente uma notícia levou diversos libertários, bitcoiners e defensores da liberdade de expressão a comemorarem. A soltura de Julian Assange, fundador da WikiLeaks, confirmou-se após um acordo entre EUA e Austrália (sua terra natal).
Muito provavelmente, a célebre frase do filósofo Voltaire descreve bem Assange e seus defensores. “Discordo do que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”.
Em termos de números, Julian Assange exibe alguns. No que tange à dias presos, foram 2.487 dias confinado na Embaixada do Equador em Londres, 1.901 dias detido na prisão de Belmarsh.
Além disso, outros números resumem sua história. Nesse sentido, sobre documentos que Assange vazou na WikiLeaks, foram 70 mil documentos confidenciais sobre as operações da coalizão internacional sob liderança de Washington no Afeganistão.
Para quem pensou que era o bastante, se enganou. Além disso foram 400 mil relatórios sobre a invasão ao Iraque. Finalmente, impressionantes 250 mil telegramas diplomáticos. Mas quem é Julian Assange, e como ele fundou a WikiLeaks?
Julian Assange é um jornalista, programador e ativista australiano, e ficou famoso como o fundador do WikiLeaks. Por sua vez, o site foi uma organização que publica informações e documentos confidenciais de governos e empresas.
Fontes anônimas são quem geralmente compartilha as informações sensíveis. Sua vida e carreira recebem marcas de controvérsias, polêmicas e ações judiciais que chamaram a atenção mundial.
Ativista desde cedo
Julian Paul Assange nasceu em 3 de julho de 1971, na cidade de Townsville, Queensland, Austrália. Sua infância foi marcada por constantes mudanças de residência e uma educação alternativa. Ademais, desde cedo Assange demonstrou um interesse precoce por computação e, ainda jovem, tornou-se um hacker sob o pseudônimo “Mendax”.
Já em 1991, Assange foi preso pela Polícia Federal Australiana. A acusação? Apenas por invadir sistemas de várias organizações, incluindo a Nortel, uma grande empresa de telecomunicações.
Ele recebeu condenação por 24 acusações de hacking e recebeu sua primeira soltura, sob fiança. Na época, recebeu apenas uma multa simbólica devido à sua colaboração com as autoridades e à pouca idade.
Nasce o WikiLeaks
Em 2006, Assange fundou o WikiLeaks com o objetivo de promover a transparência e a responsabilidade ao divulgar documentos secretos e informações confidenciais. Contudo, segundo ele, as informações são de interesse público.
Desse modo, por óbvio que a organização rapidamente ganhou notoriedade por publicar documentos sensíveis de governos e grandes corporações. As mais impactantes foram sobre guerras, e telegramas diplomáticos.
Por exemplo, em 2010, o WikiLeaks divulgou 70 mil documentos militares classificados dos EUA, conhecidos como os “War Logs”. Esses documentos revelavam detalhes não divulgados sobre a guerra no Afeganistão e no Iraque, incluindo relatos de mortes de civis e tortura de prisioneiros.
Mais tarde, em 2010, o WikiLeaks começou a publicar uma série de telegramas diplomáticos dos EUA, conhecidos como “Cablegate”. Esses documentos expuseram as comunicações confidenciais entre o Departamento de Estado dos EUA e suas embaixadas ao redor do mundo, revelando aspectos da diplomacia e política externa americana.
Começam as acusações
A publicação desses documentos trouxe uma atenção significativa para Assange e o WikiLeaks, mas também resultou em vários problemas legais. Em 2010, a Suécia emitiu um mandado de prisão internacional contra Assange por acusações de agressão sexual, que ele negou, alegando que as acusações eram politicamente motivadas.
Para evitar a extradição para a Suécia, e possivelmente para os EUA, onde temia receber a acusação de espionagem, Assange buscou asilo na Embaixada do Equador em Londres em junho de 2012. Ele permaneceu lá por quase sete anos, até abril de 2019, quando o governo equatoriano revogou seu asilo.
Após ser removido da embaixada, Assange foi preso pelas autoridades britânicas por violar as condições de sua fiança. Pouco depois, os EUA solicitaram sua extradição, acusando-o de conspiração para cometer hacking, em colaboração com Chelsea Manning, que havia fornecido ao WikiLeaks os documentos militares e diplomáticos.
Agora a história está atualizada. É por isso que, Julian Assange esteve lutando contra a extradição para os EUA, onde enfrenta múltiplas acusações sob a Lei de Espionagem, que podem resultar em uma sentença de décadas na prisão.
Nesta semana, em uma audiência no tribunal dos Estados Unidos nas Ilhas Marianas do Norte, ele se declarou culpado. Como parte do acordo, foi condenado na noite desta terça-feira (25).
Finalmente, como parte do acordo, ele ganhou liberdade. A Justiça do país levou em consideração que Assange já havia cumprido a pena de prisão enquanto esteve preso na Inglaterra. Por fim, nesta quarta-feira (26), Julian Assange que eternizou-se com a WikiLeaks chegou em sua terra natal.
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