A alta do Bitcoin foi, e está sendo, impressionando em 2023. A criptomoeda acumula uma valorização de mais de 130% no ano, consolidando-se como o ativo que melhor performou no período. Muitos explicam a alta do mercado de criptomoedas, com a grande expectativa da aprovação de um ETF de Bitcoin à vista em janeiro de 2024 nos Estados Unidos.
Contudo, em um cenário de aprovação, o Bitcoin pode valorizar-se mais ainda. Não somente ele, como também o restante das criptomoedas podem ser puxadas por ele. Nesse sentido, o BlockTrends perguntou para especialistas, e analistas, no mercado quais são as próximas apostas para a altseason, temporada de altcoins, em 2024.
O que dizem os especialistas?
Rony Szuster, analista do MB, diz que teoricamente, a gente tem um ‘Bitcoin Season’, em que vale mais a pena estar exposto ao Bitcoin nos primeiros seis meses após o halving. Só depois que seria interessante mudar para altcoins.
“Obviamente a gente sempre tem uma locação em Ethereum também, porque é um ativo muito relevante já, diferente das outras altcoins que são bem menores, mas a estratégia geralmente é essa: manter um saldo maior em BTC, um pouco em Ether e muito pouco em altcoins, no início. Depois, diminuir BTC, aumentar Ether e, aí sim, colocar mais em altcoins”, aponta.
Algumas altcoins consideradas interessantes pelo analista são STX, que promove infraestrutura para a rede do BTC, podendo assim se beneficiar da própria alta do BTC mais do que algumas altcoins, RON, IMX, ILV e PRIME. “Todas elas seguem a indicação de exposição pequena agora e, posteriormente, após os seis meses após halving, maior alocação”, afirma.
Por outro lado, para Luiz Octávio, CEO na Dux, só é possível visualizar as narrativa dominantes do ciclo bem em cima e durante ele. Mas se o especialista tivesse que escolher algumas narrativas seriam em infraestruturas. Portanto, segundas camadas (L2), Oráculos, soluções de escala, games e bet.
“Se for falar de alguns tokens, diria RON, LINK, DOT e seu ecossistema (como GLMR), OP, ARBITRUM, RLB. Além disso, LINK, que apesar de eu não achar o tokenomics ideal, se beneficia como case em quase todos esses setores”, diz.
Ainda é capital especulativo
Para Vinicius Bazan, chefe do departamento de criptoativos da Empiricus, é necessário separar o momento em duas fases. Isso porque, o mercado está começando aficar mais aquecido, e naturalmente as pessoas voltam a se animar com isso.
“Muitas vezes, quando isso acontece, a tendência é se amparar muito menos em fundamentos e mais em narrativas”, diz. Isso porque o interesse do varejo retorna ao tema, mas com menos conhecimento.
Entretanto, a injeção de capital especulativo pode resultar em grandes variações nas criptomoedas menores, mesmo que não tenha fundamentos. Esse é o momento que o mercado passa, até a aprovação do ETF.
“Nós ainda veremos o Bitcoin com dominância alta, e subindo, por alguns meses. Mas teremos, como já acontece, algumas altcoins performando melhor do que o Bitcoin. Para mim, essas altcoins que sobem são mais amparadas por narrativas do que por fundamentos claros.”, explica.
Bazan exemplifica o movimento falando sobre Celestia (TIA), que passou pelo seu airdrop de lançamento, e hoje o valuation não se justifica pelos números do blockchain. Mas a narrativa de Solana e Cosmos seguram o preço, diz o analista.
“Estamos vendo despontar algumas L1 alternativas ao Ethereum, e baleias no Ethereum vendendo que seguram o preço do ativo e limitam a subida do preço”, diz. “Começamos a ver também algumas narrativas voltadas para jogos, como Aurory.”
Todavia, para Bazan, quanto maior a subida do Bitcoin até a aprovação do ETF, maior também é a chance dele cair na aprovação, como um compre o boato e vende o fato. Caso o contrário, Bazan diz que é provável que a criptomoeda fique apenas menos volátil na aprovação.
“Não acredito que a aprovação, imediatamente abre a porteira para jorrar dinheiro no mercado. Acho que é um movimento gradual. Mas se ficarmos com um preço mais estável, a partir da aprovação poderemos ficar galgando preços mais altos. Mas o efeito mesmo do ETF será sentido em meses. De janeiro até o halving, em maio, poderemos ver preços maiores e assim alimentando uma altseason mais forte”, diz.
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