A expectativa para o mercado de Bitcoin nesta semana é de intensa volatilidade. Os motivos variam entre alguns fatores globais. Os principais fatores são as eleições presidenciais nos Estados Unidos, o cenário de deflação na China e a próxima reunião do Federal Reserve (Fed).
Acredite ou não, todos estes eventos acontecem essa semana, e é um dos motivos do porque os ETFs de Bitcoin tiveram o segundo dia com maior saída da história.
Ontem, os ETFs de Bitcoin registraram uma saída líquida de US$ 541,07 milhões. Trata-se do segundo maior fluxo negativo desde o início da negociação desses fundos. Apenas o IBIT, da BlackRock, teve um fluxo positivo de US$ 38,42 milhões, enquanto os ETFs das gestoras Grayscale, Fidelity, Ark e Bitwise enfrentaram forte pressão de venda.
Grande parte disso se dá por conta desses eventos ocorrendo em um curto espaço de tempo. Especialistas do mercado de criptomoedas estão atentos aos movimentos que podem impactar o valor da criptomoeda nos próximos dias.
Eleições nos EUA
Nesta terça-feira, 5 de novembro, acontecem as eleições para presidente dos Estados Unidos, e o resultado pode ter um impacto direto no mercado de Bitcoin. Muitos analistas acreditam que uma possível vitória de Donald Trump pode ser benéfica para a criptomoeda.
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Durante sua campanha, Trump posicionou-se favorável à indústria de criptomoedas, defendendo, inclusive, a mineração de Bitcoin em território americano.
Para os investidores, a postura pró-cripto de Trump pode representar uma oportunidade de valorização do ativo. Especialmente em um momento em que o setor de criptomoedas enfrenta regulamentações mais rígidas em várias partes do mundo.
A possível vitória do candidato republicano é vista como um catalisador positivo para o preço do Bitcoin. Segundo analistas e relatórios de bancos, essa vitória pode impulsionar uma possível alta após os resultados das eleições.
Deflação na China
Enquanto os Estados Unidos aguardam os resultados das urnas, o cenário econômico na China também exerce influência sobre o mercado global. A deflação na China atingiu seu sexto trimestre consecutivo na última leitura de 2024. O cenário no oriente também contribuiu para a volatilidade do Bitcoin.
Desse modo, marcando a sequência mais longa desde 1999. Esse cenário de deflação é uma resposta à desaceleração econômica do país, que, mesmo com estímulos monetários e fiscais implementados pelo Banco Central da China (PBoC), continua em queda.
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De acordo com Cauê Oliveira, analista chefe do BlockTrends PRO, a deflação na China é em parte uma reação ao longo período de alavancagem que o mercado chinês viveu. Mas há consenso de que a deflação precisa ser combatida para evitar maiores riscos à economia global. Com isso, é esperado que o PBoC intensifique ainda mais seus estímulos monetários, especialmente à medida que o ano se aproxima do fim.
A adoção de políticas expansionistas na China vai injetar dinheiro na economia. Portanto, o movimento pode influenciar os investidores a colocarem parte dos seus recursos em ativos de risco, como o Bitcoin.
Taxa de juros nos EUA
Outro fator que deve contribuir para a volatilidade do Bitcoin nesta semana é a reunião do Federal Reserve (Fed), marcada para os dias 6 e 7 de novembro. Nesta reunião, o Fed discutirá a taxa de juros do país. Vale lembrar que o Fed reduziu a taxa, Fed Funds, em meio ponto percentual recentemente.
Isso marcou a primeira redução em quatro anos. A taxa de juros nos Estados Unidos estava em seu nível mais alto em 23 anos. Após recuar, estagnou entre julho de 2023 e a reunião de setembro, fixando-se na faixa de 4,75% a 5%.
Assim como os incentivos na China, o ajuste na taxa de juros pelo Fed é um fator que mexe com o mercado de criptomoedas. A razão é similar, pois mudanças nas taxas de juros americanas afetam o apetite dos investidores por ativos de risco, como o Bitcoin.
Se o Fed adotar uma postura mais acomodatícia e reduzir novamente as taxas, isso pode favorecer a demanda por criptomoedas. Visto que uma política de juros mais baixos tende a incentivar investimentos em ativos alternativos.
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