O Bitcoin caiu abaixo de US$ 100 mil neste sábado (1), e analistas atrelam a queda à guerra comercial que Donald Trump declarou contra alguns países como a China. O atual presidente dos EUA assinou um decreto que cria uma nova onda de tarifas para parceiros comerciais. Em resumo, é um cenário de incerteza na economia macro e ativos de risco não reagem bem às dúvidas.
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Além disso, a medida pode impactar US$ 1,3 trilhão em comércio global, e com isso os mercados sangraram durante o fim-de-semana. A partir desta terça-feira (4), entram em vigor novas tarifas sobre importação como 25% para México e Canadá e 10% sobre produtos da China.
Conforme avalia Cauê Oliveira, analista chefe do BlockTrends PRO, algumas destas alíquotas são referentes à última guerra comercial. “Algumas tarifas sobre a China são da última guerra comercial. No total, 43% de todas as importações com tributações mais elevadas”, escreveu em seu X.
Os EUA importaram US$ 910 bilhões do Canadá e México em 2023. Muitos desses produtos agora terão um custo adicional de 25%.
“O Canadá exporta US$ 97 bilhões em petróleo e US$ 80 bilhões em peças e veículos para os EUA. O México fornece mais de 60% dos produtos frescos. A China é responsável por US$ 55 bilhões em eletrônicos que entram nos EUA anualmente”, aponta.
Como a guerra comecial de Trump impacta no Bitcoin?
Ao aumentar estas tarifas, a inflação de custo (que vem com aumento de preços interno para sobrepor os custos adicionais de importação) aumenta. Portanto, existem dois cenários possíveis em janelas de tempo distintas, aponta o analista.
No primeiro cenário, a inflação aumenta, e obriga o Federal Reserve, Banco Central dos EUA, a manter as taxas de juros do país altas. Desse modo, neste cenário, investidores tendem a fugir de ativos e risco, e focar em renda fixa, para aproveitar as taxas mais altas. Esse é o cenário para o curto prazo.
“Isso levaria a menos liquidez no mercado, crédito mais caro para empresas e consumidores e um fortalecimento do dólar. Tornando as exportações americanas menos competitivas”, explica Cauê.
Aumente a janela de tempo
No segundo cenário, mais otimista para ativos de risco e com uma janela de tempo maior, a economia dos EUA desacelera. Portanto, o que iria forçar o Federal Reserve a aumentar a liquidez de dinheiro no país. Portanto, mais moeda corrente e mais apetite ao risco pode ser visto.
“Se, por outro lado, a economia desacelerar de forma significativa devido à queda no consumo e no comércio, o governo pode adotar estímulos fiscais e monetários para evitar recessão, aumentando a liquidez no sistema”, escreveu Cauê. “No longo prazo, bitcoin continua mais que bem posicionado para capturar o excesso de liquidez que eventualmente surgirá com essa nova guerra comercial”, comentou.
Em resumo, a decisão de Trump fortaleceu o dólar no curto prazo, e derrubou o Bitcoin, pois reduz o déficit comercial e aumenta a demanda por bens produzidos internamente. Além disso, egra maior interesse em produtos de renda fixa norte-americana e menos interesse em ativos de risco.
Trump não quer um dólar valorizado
No entanto, conforme explica o analista, a valorização do dólar vai contra os interesses de Trump, que precisa de uma moeda mais fraca e de juros mais baixos para impulsionar o mercado imobiliário e aumentar a competitividade dos produtos americanos no exterior.
“Na década de 1980, os EUA negociaram o Acordo de Plaza com Japão, França, Alemanha e Reino Unido para enfraquecer o dólar e corrigir desequilíbrios comerciais. Agora, há indícios de que Trump busca algo semelhante: forçar um novo pacto global para desvalorizar o dólar sem precisar de um anúncio oficial”, comentou Cauê.
Se a estratégia se concretizar e o dólar começar a perder força, os ativos de risco poderão disparar. Além disso, países que sofrem com inflação e desvalorização cambial buscarão refúgio em ativos neutros. Por fim, ele ressalta que nos anos 70, não existia uma alternativa global ao dólar. Hoje, o Bitcoin desempenha esse papel.
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