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Blockchain

Por que o BNDES incorporou a tecnologia blockchain?

O que faz um enorme banco nacional de desenvolvimento de país emergente apostar publicamente na “disruptiva” tecnologia blockchain, afeita ao universo dos bitcoins? A resposta foi dada durante o BlockTrends, evento da QR Capital, que aconteceu em agosto deste ano, no Rio. Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES, e Vanessa Almeida, head da Iniciativa Blockchain do […]

O que faz um enorme banco nacional de desenvolvimento de país emergente apostar publicamente na “disruptiva” tecnologia blockchain, afeita ao universo dos bitcoins? A resposta foi dada durante o BlockTrends, evento da QR Capital, que aconteceu em agosto deste ano, no Rio. Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES, e Vanessa Almeida, head da Iniciativa Blockchain do banco, falaram sobre os esforços da instituição em direção à inovação.  

A resposta não está nos manuais do século XX, certamente, nem na atual burocracia repleta de lacunas propícias à corrupção do setor público brasileiro. Joaquim Levy apontou, durante o BlockTrends, que o Brasil e o BNDES saíram na frente ao entender todas as dimensões e usos de uma tecnologia revolucionária, escapando dos clichês rasos em torno do tema:

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– A tecnologia blockchain tem a cara do Brasil. (…) O governo sempre foi pioneiro em usar tecnologias da informação. É uma grande ferramenta para melhorar a governança, a gestão, eficiência e tudo que a gente precisa no país hoje – pontuou Levy.

 

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E, acreditem, as razões do banco são institucionais, não comerciais. 

Primeiro, criou um setor dedicado a esta nova tecnologia, liderado por Vanessa Almeida. Uma vez incorporado o conhecimento, desenvolveu estratégias como o BNDES Token e o True Budget, que utilizam a tecnologia como um sofisticado protocolo digital de governança, que permite ao cidadão o acompanhamento, através de tokens, de todas as operações realizadas com financiamentos oriundos do banco.

Durante sua palestra no BlockTrends, Almeida explicou que o True Budget é uma forma de criar transparência e rastreabilidade para financiamentos enviados pelos governos da Alemanha e Noruega para o Fundo Amazônia. A transferência de valores se dá via sistema bancário, mas os pontos-chave são registrados em blockchain, como quem enviou, quem recebeu, horário e quantia.

O BNDES Token tem a mesma intenção de gerar transparência, mas com foco nos financiamentos para governos estaduais. Almeida explicou que a prova de conceito (uma espécie de teste de eficácia) foi feita com o financiamento da construção de uma rodovia no Espírito Santo. Nesse caso, os movimentos financeiros eram completamente dentro da blockchain via BNDES Token.

Uma vez incorporada a dimensão do blockchain dentro do banco, a cultura naturalmente se espalhou até alcançar programas como o BNDES Garagem, que visa a acelerar ou a estimular a criação de startups escolhidas numa concorrida seleção. 

Dois representantes do Programa Blockchain do BNDES, Gladstone Arantes e José Nogueira, falaram sobre o tema no painel “Blockchain e BNDES: a colaboração a serviço da sociedade”, realizado em outro evento, o CIAB Febraban, maior encontro de tecnologia do setor financeiro da América Latina, que aconteceu em  junho deste ano, em São Paulo. Arantes mapeou o interesse do banco na tecnologia. 

– O BNDES resolveu sair na frente por motivos institucionais, pelo entendimento de que evoluir nas agendas de confiança, transparência e inovação era algo relevante. Quando trouxemos o conhecimento para dentro do banco (já demos, inclusive, vários cursos internos), o time entendeu a importância e o tema apareceu em outros fóruns. Por isso, inclusive, o blockchain virou uma vertical específica dentro do Programa BNDES Garagem. 

Uma das startups selecionadas para a aceleração no BNDES Garagem, a QR Capital, coincidentemente também foi uma das 40 fintechs escolhidas para participar do CIAB Febraban – aliás, a única gestora de criptoativos no mais importante evento de tecnologia do setor bancário. 

A QR Capital é um bom exemplo da aproximação crescente do mercado financeiro formal com o universo dos criptoativos. A gestora incluiu em seu portfólio ferramentas de autorregulação e transparência, como o KYC (Know Your Costumer), asseguração contábil de uma auditoria externa e acesso de clientes a posições diárias de suas carteiras administradas. Além disso, está constituindo um fundo multimercado regulado, para aproximar o público mais conservador do universo dos criptoativos. 

 

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O CEO da QR Capital, Fernando Carvalho, integra, também, o grupo de trabalho GT Fintechs da CVM, que está definindo os parâmetros de um novo ambiente regulatório experimental, o chamado Sandbox, ou Banco de Testes Regulatórios (BTR), que viabilizará o teste de novas tecnologias no setor financeiro.   

– A QR está se envolvendo em todas as novas conexões dos criptoativos com o ambiente do mercado convencional. Desde a aceleração em programas sérios como o do BNDES, passando pela criação de um fundo regulado, que será o primeiro com gestão ativa no Brasil, até a participação nas discussões sobre a regulação de criptoativos no país. Também acreditamos que a tecnologia blockchain e os criptoativos vieram para ficar.    

Fernando é um personagem provável do início de uma revolução, que, no entanto, deve acontecer num tempo seguro, segundo Gladstone Arantes. 

–  Tecnologias fundacionais como o blockchain tem desafio tecnológico e de coordenação. A consolidação demora por causa do mindset das pessoas. Blockchain é, por natureza, uma tecnologia que deve evoluir com segurança. As tecnologias chamadas fundacionais demoram mesmo para acontecer – disse o executivo do BNDES, comparando o momento com o advento da internet, no fim do século XX, quando os primeiros computadores se conectaram à rede.

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