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Economia

O que acontece com seu bolso com China e EUA em guerra?

O conflito entre as duas maiores economias globais reconfigura cadeias de suprimentos e abala o câmbio global.

A guerra comercial entre EUA e China escala de forma exponencial desde o início de abril, deixando rastros e marcas por todo o mundo e o Brasil não está imune das consequências.

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Atualmente, ambas nações competem para saber quem consegue retaliar mais a outra, e o perdedor acaba por ser o cidadão de países emergentes como o brasileiro.

As tarifas já atingem 104% impostas pelos EUA sobre bens chineses. Do outro lado, uma resposta retaliatória da China com tarifas de 34% sobre produtos americanos.

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O conflito entre as duas maiores economias globais reconfigura cadeias de suprimentos e abala o câmbio global. Portanto, invariavelmente afeta os preços pelo mundo e cria alguns desafios para a economia brasileira.

Mas como isso impacta diretamente o bolso do brasileiro? Vamos explorar os efeitos dessa guerra comercial, com base nas notícias mais recentes, e entender o que isso significa para o seu dia a dia.

A escalada da guerra comercial entre EUA e China

As tarifas americanas de 104% sobre bens chineses entraram em vigor, conforme decisão do presidente Donald Trump. A China, em resposta, não ficou de braços cruzados e o Ministério das Finanças chinês anunciou tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos americanos, somando 108% no todo.

Além disso, Pequim ordenou que bancos estatais vendessem dólares e comprassem yuan, enquanto implementa controles para evitar que traders apostassem contra a moeda chinesa, uma tentativa de proteger sua economia das pressões externas.

O Brasil no meio do fogo cruzado

O Brasil, como uma economia emergente e um dos maiores exportadores de commodities do mundo, está diretamente envolvido nesse cenário. A guerra comercial entre China e EUA cria um efeito dominó que impacta o agronegócio, a indústria e o custo de vida no Brasil.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil, com um superávit comercial de US$ 150 bilhões em 2024, segundo o MercoPress. Produtos agrícolas brasileiros, como soja, carne bovina e grãos, são demandas altas do mercado chinês.

Com as tarifas chinesas de 34% sobre produtos agrícolas americanos, como a soja (que representou US$ 13,4 bilhões em exportações dos EUA para a China em 2024), os EUA perdem competitividade. Isso abre espaço para o Brasil preencher a lacuna.

Para o agronegócio brasileiro, isso significa um aumento nas exportações e, potencialmente, uma alta nos preços de commodities e redução na distribuição do mercado interno.

No curto prazo, isso pode ser positivo para a economia brasileira, gerando mais divisas e empregos no setor agrícola.

No entanto, se os preços globais de commodities subirem, produtos como óleo de soja e carne podem ficar mais caros no mercado interno, pressionando o orçamento das famílias.

Ou seja, o movimento pode aumentar o preço de produtos agrícolas bem como a demanda chinesa, o que pode fazer com que os produtores priorizem a exportação ao mercado interno brasileiro.

Além disso, o aumento no preço destes produtos, que servem principalmente para criação de gados, porcos etc, pode deixar esses últimos mais caros. Basicamente, o produtor brasileiro vai receber mais demanda, já que a China não vai gostar de pagar 108% para os EUA.

Com esse aumento da demanda na exportação (venda para a China), o mercado brasileiro recebe menos atenção. Ao mesmo tempo em que os produtos aumentam de preço no mundo inteiro.

Indústria e componentes eletrônicos

Outro ponto é a indústria brasileira, que enfrenta desafios. Fabricantes e exportadores globais estão “se desdobrando” para lidar com as tarifas de 104% sobre bens chineses.

Muitos produtos chineses, como componentes eletrônicos e peças para máquinas, são essenciais para a indústria brasileira. Com as tarifas americanas, a China pode redirecionar esses produtos para outros mercados, como o Brasil, a preços mais baixos (um fenômeno conhecido como dumping). Isso pode prejudicar fabricantes locais, que não conseguem competir com os preços chineses.

Desafios cambiais

Além disso, o Brasil importa muitos bens de consumo e insumos da China, como eletrônicos, roupas e medicamentos. Se a China aumentar os preços para compensar as perdas no mercado americano, ou se o yuan se desvalorizar ainda mais, o custo desses produtos no Brasil pode subir.

Afinal, a guerra comercial também afeta o câmbio. A China, ao vender dólares e comprar yuan, está tentando fortalecer sua moeda, mas a incerteza global pressiona moedas de países emergentes, como o real.

Quando os bancos estatais chineses vendem dólares e compram yuan, eles aumentam a demanda pela moeda chinesa no mercado de câmbio. Isso eleva o valor do yuan em relação ao dólar. O Brasil é sensível em diversos cenários.

Um yuan mais forte pode encarecer as exportações chinesas para outros países, como o Brasil, mas também pode estabilizar os mercados globais ao evitar uma desvalorização abrupta que poderia desencadear uma “guerra cambial”.

Um dólar mais forte pressiona moedas de países emergentes, como o real brasileiro. A pressão faria com que as importações fiquem caras, aumentando a inflação no Brasil.

Um yuan mais forte, como resultado das intervenções chinesas, pode encarecer as importações brasileiras da China.

Novamente, o Brasil importa uma variedade de produtos chineses, como eletrônicos, roupas e insumos industriais. Se o yuan se valorizar em relação ao real, esses produtos ficam mais caros. O que também contribui para a inflação no Brasil.

Por outro lado, um yuan mais forte pode beneficiar as exportações brasileiras para a China, como soja e carne. Um yuan mais valioso significa que os importadores chineses têm maior poder de compra. O que pode aumentar a demanda por produtos brasileiros.

No entanto, se o real se desvalorizar muito em relação ao dólar, os ganhos podem ser em vão. Isso porque, os custos de produção também sobem. Muitos deles ainda dependem de insumos importados cotados em dólar.

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