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‘Não apenas pode, como vai dar merda’, diz minerador de Bitcoin sobre MARA

A estratégia da MARA foi alvo de críticas bastante pontuais de Raymond Nasser, empresário do setor de criptomoedas, cofundador da mineradora Arthur Inc. e minerador experiente desde 2014.

A MARA Digital Holding anunciou nesta segunda-feira (9) uma movimentação que dividiu opiniões entre analistas e investidores do mercado de criptomoedas, a aquisição de Bitcoin. A empresa revelou a aquisição de 11.774 bitcoins (BTC) por aproximadamente US$ 1,1 bilhão, o que corresponde a um custo médio de US$ 96.000 por unidade.

Com isso, o portfólio total da MARA alcança 40.435 BTC, que atualmente vale cerca de US$ 3,9 bilhões. Considerando o preço de US$ 96.500 por bitcoin no mercado à vista. O financiamento da aquisição foi por meio de uma emissão de notas conversíveis de cupom zero, destacando a aposta agressiva da empresa no aumento do valor do Bitcoin.

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No comunicado oficial, a MARA também ressaltou os ganhos provenientes de sua operação principal. Desse modo, relatando um “BTC Yield” de 12,3% no trimestre e de 47,6% no acumulado do ano.

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Minerador experiente diz que vai dar merda

A estratégia da MARA foi alvo de críticas bastante pontuais de Raymond Nasser, empresário do setor de criptomoedas, cofundador da mineradora Arthur Inc. e minerador experiente desde 2014. Em conversa ao BlockTrends, Nasser questionou a lógica por trás da compra de Bitcoin por uma empresa cuja atividade principal é minerar a criptomoeda. Para ele, a decisão transmite uma mensagem contraditória ao mercado e aos investidores.

“Se eu sou um minerador e compro Bitcoin, estou dizendo que é mais vantajoso comprar do que minerar. Que mensagem é essa que estou passando para os investidores e para o mercado? Isso pode minar a confiança na minha atividade principal”, apontou Nasser.

Desse modo, o empresário destacou que a movimentação da MARA pode ser interpretada como uma aposta especulativa. Semelhante às alavancagens que levaram grandes empresas, como a Petrobras, a perdas significativas no passado.

Ele também comparou a MARA ao caso de Michael Saylor, fundador da MicroStrategy, que transformou sua empresa em uma holding de Bitcoin.

“O Michael Saylor fez uma holding de Bitcoin. Ninguém nem sabe mais o que ele faz. Agora, se uma empresa como a Microsoft começasse a comprar Bitcoin, ela deixaria de ser uma empresa de software. O mesmo se aplica à MARA: eles precisam gerar valor a partir de sua atividade principal, que é minerar, e não apostar como se fossem um fundo de investimento.”

Para Saylor, a MicroStrategy atualmente é um ETF de Bitcoin. Enquanto isso, a MARA é uma aposta que vai dar merda. “Não apenas pode, como vai dar merda”, disse.

A emissão de notas conversíveis e o anúncio da compra de bitcoins foram recebidos com ceticismo pelos investidores. As ações da MARA registraram queda de cerca de 7% no dia do anúncio, refletindo as preocupações do mercado com a estratégia adotada pela empresa.

Porque pode dar merda

Ele também alertou para o risco associado à combinação de dívida em dólares e reservas exclusivamente em Bitcoin. Para Nasser, a falta de diversificação e o foco em uma estratégia puramente especulativa podem levar a problemas financeiros graves.

“Se você tem dívida em dólar e apenas BTC no balanço, está exposto a um risco enorme. Se o preço do Bitcoin cai, você não consegue pagar a dívida com suas reservas. Isso já aconteceu antes e levou várias mineradoras à falência”, explicou.

O histórico de mineradoras que enfrentaram dificuldades financeiras, como Core Scientific, Compute North e outras, reforça a preocupação de Nasser.

Em 2022, a Core Scientific, até então a maior mineradora pública dos EUA, declarou falência após não conseguir sustentar sua dívida de mais de US$ 1 bilhão. Combinando altos custos de eletricidade, queda no preço do Bitcoin e dificuldades de liquidez, a empresa foi forçada a vender ativos valiosos para cobrir suas obrigações.

Para Nasser, ao emitir dívida em dólares para comprar Bitcoin, a MARA se coloca em uma posição vulnerável em caso de queda no preço da criptomoeda.

Essa estratégia, já adotada por mineradoras falidas como Core Scientific, frequentemente leva a uma espiral de vendas forçadas de ativos para pagamento de dívidas, o que pode comprometer a operação principal da empresa.

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