Hoje completa 10 anos da morte de Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin. Ou, ao menos, da pessoa mais próxima de ser ele, Hal Finney.
Finney foi um programador e criptógrafo de renome, trabalhou com Satoshi Nakamoto nos primórdios da criptomoeda e foi o primeiro além dele a executar um nó de validação. Isso é, a baixar e executar o software do Bitcoin. O tweet hoje serve como monumento dos entusiastas do Bitcoin. “Running Bitcoin”, escreveu ele na época.
Sua vida e carreira deixaram um legado duradouro na comunidade tecnológica e além. Harold Thomas Finney II, ou Hal Finney, nasceu em 4 de maio de 1956, na Califórnia, Estados Unidos.
Finney se formou em engenharia elétrica e ciência da computação pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Após a faculdade, ele começou sua carreira na indústria de videogames, trabalhando como desenvolvedor de software para a empresa APh Technological Consulting, onde contribuiu para jogos clássicos do Atari 2600.
Nos anos 1990, Hal Finney se envolveu profundamente com o movimento cypherpunk, um grupo de entusiastas da criptografia que acreditava no poder da tecnologia para promover a privacidade e a liberdade individual.
Desse modo, ele foi um dos primeiros membros da lista de discussão cypherpunk, onde discutiam muitas das ideias que posteriormente resultaram na criação do Bitcoin.
Finney também foi um dos principais desenvolvedores do Pretty Good Privacy (PGP), um programa de criptografia criado por Phil Zimmermann para proteger comunicações de e-mail. Sua contribuição ajudou a tornar o PGP um dos padrões mais utilizados na criptografia de e-mails.
Hal Finney conhece Satoshi Nakamoto. Ou se transforma nele
Em 2009, Finney se tornou a primeira pessoa, além de Satoshi Nakamoto, a executar o software Bitcoin. Ele foi o destinatário da primeira transação de Bitcoin da história, quando Satoshi lhe enviou 10 bitcoins como teste.
Além disso, Finney colaborou com Satoshi na depuração e melhoria do software nos primeiros dias do Bitcoin. Conforme mencionado anteriormente, há teorias que sugerem que Hal Finney poderia ser o próprio Satoshi Nakamoto, ou parte de um grupo que usou esse pseudônimo. Mas Finney sempre negou essas alegações.
Ele sempre afirmou que, embora tivesse se correspondido e colaborado com Satoshi, não sabia a identidade real do criador do Bitcoin. De fato, existem estudiosos da arqueologia digital do Bitcoin que corroboram com a tese de que Finey não era Nakamoto.
A queda de uma lenda, Satoshi Nakamoto ou não
Em 2009, Hal Finney foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa também conhecida como doença de Lou Gehrig. À medida que sua condição piorava, Finney continuou trabalhando no desenvolvimento de software e se manteve ativo na comunidade Bitcoin. Ele usava tecnologias de assistência para se comunicar e programar.
Apesar dos desafios, ele se manteve otimista e continuou a contribuir para a comunidade. Até que sua condição física o impediu de continuar.
Hal Finney faleceu em 28 de agosto de 2014, aos 58 anos. Apesar disso, muitos afirmam que esse não é o fim da lenda. Em consonância com seu interesse por tecnologia e futuro, Finney optou por ser criogenicamente preservado. Sua esperança é de que um dia a tecnologia possa avançar a ponto de revivê-lo.
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