Em uma entrevista ao BlockTrends, Fábio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central do Brasil, discutiu a viabilidade de uma moeda comum entre os países do BRICS. O Podcast mirou na temática do Drex, mas voltou-se ao BRICS após imaginar um cenário onde a tecnologia possa escalar essa ideia que já paira no mercado há um tempo.
Araújo destacou que, embora a ideia de uma moeda única possa ser intrigante, a sua implementação apresenta desafios na área fiscal. O maior desafio seria alinhar as políticas fiscais, bem como os ciclos econômicos entre os países membros.
Ao explicar os principais desafios, Araújo comparou a proposta de uma moeda única do BRICS com o caso da zona do euro. Nesse caso, países enfrentam dificuldades devido aos ciclos econômicos distintos.
Porque moeda do BRICS não funcionaria sem alinhamento fiscal
O executivo do BC citou como exemplo países da Europa que, em momentos de crise, enfrentam problemas econômicos. Estes países, em uma situação normal, poderiam resolver esses problemas por uma desvalorização da moeda nacional. No entanto, por fazerem parte de uma união monetária, esses países perdem essa capacidade de ajuste monetário.
Araújo destacou que, para que uma moeda comum dos BRICS funcione, seria necessário um grau muito maior de integração fiscal e coordenação entre as políticas econômicas dos países envolvidos. “Você só consegue fazer uma moeda única de uma região econômica quando você tem uma unificação econômica maior, ou uma unificação fiscal”, afirmou.
Ele explicou que, no caso brasileiro, a federação possui uma política fiscal unificada, com transferências de recursos entre estados. Isso facilita a coexistência de diferentes ciclos econômicos sob uma única moeda.
“O ciclo econômico da China, da Rússia, da Índia são muito diferentes do ciclo econômico do Brasil”, disse. Ademais, ele afirmou que a criação de uma moeda comum demandaria muito mais do que apenas alinhamento monetário. Mas também uma coordenação fiscal robusta.
No entanto, Araújo disse que o Drex pode sim ajudar a solucionar um problema que tange às trocas entre membros do BRICS, mas não com moeda única. Como exemplo, ele citou a criação de um sistema que permita trocas diretas entre as moedas dos países membros. Sem a necessidade de intermediários como o dólar ou o euro.
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