A Méliuz (B3: CASH3) anunciou a conclusão de uma oferta subsequente de ações (follow-on) que movimentou R$ 180 milhões, com demanda duas vezes superior à oferta (2x oversubscribed). A informação foi revelada na noite de quarta-feira (12) por Israel Salmen, fundador da companhia, em sua conta oficial no X (antigo Twitter).
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O objetivo da captação, segundo a publicação, é acelerar a acumulação de Bitcoin no caixa da empresa. Trata-se de uma estratégia inédita entre companhias listadas na bolsa brasileira.“R$180M levantados para acelerar a acumulação de Bitcoin”, escreveu Salmen, marcando o perfil oficial @MeliuzBitcoin.
Uma empresa listada apostando em escassez digital
A estratégia da Méliuz mira na reserva de valor de longo prazo que o Bitcoin representa, sobretudo em um cenário de juros globais elevados, inflação persistente e crescente aposta contra moedas fiduciárias.
O movimento remete a iniciativas adotadas por empresas como a Strategy, nos Estados Unidos. Sob liderança de Michael Saylor, aempresa ganhou notabilidade ao alocar parte expressiva de seu caixa em BTC desde 2020. E, com isso, valorizou não apenas seus ativos, mas também sua base de investidores.
No Brasil, trata-se de uma aposta arrojada e simbólica. A Méliuz, originalmente conhecida por seu programa de cashback e soluções financeiras digitais, reformula sua imagem como empresa cripto-native. Ao mesmo tempo em que assume uma exposição direta ao risco e à volatilidade do Bitcoin.
No Brasil, a regulação de criptoativos avança sob o marco do regime VASP (Virtual Asset Service Provider), com empresas obrigadas a obter licença junto ao Banco Central. A expectativa do mercado é que a tokenização de ativos e a entrada de players regulados abra caminho para modelos híbridos como o que a Méliuz ensaia: uma empresa de capital aberto com exposição direta a cripto.
Com a captação de R$ 180 milhões para compra de Bitcoin, a Méliuz dá um passo que pode reconfigurar sua identidade diante do mercado. Mais do que uma aposta em valorização, trata-se de um movimento simbólico.
Se bem-sucedido, o modelo pode inspirar outras companhias no Brasil a fazer o mesmo. Desse modo, impulsionando o movimento de transformar o caixa em ativo estratégico, não apenas em reserva passiva.
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