Projeção do Itaú Unibanco prevê que impacto do fim do auxílio emergencial será menor do que o inicialmente previsto e eleva o crescimento do país para 5% em 2021.
A geração de ao menos 957 mil postos de trabalho nos 4 primeiros meses do ano garantiram ao período o segundo melhor resultado no século, atrás apenas dos 4 primeiros meses de 2010 quando a economia cresceu 7,5%.
Alguém que olhe para a taxa de desemprego, entretanto, pode ficar confuso, afinal, o desemprego cresceu 0,8% para 14,7%.
A confusão, porém, decorre da maneira como o cálculo é feito. Por definição, desempregado é todo aquele que busca emprego mas não encontra. Caso alguém esteja sem trabalho, mas não procure emprego, não estará contabilizado como desempregado.
Por mais irônico que você possa achar, o aumento do índice de desemprego demonstra uma melhora da economia, afinal, significa que mais pessoas que haviam desistido de buscar um trabalho agora estão à procura.
Sinais um tanto quanto confusos, como este, tem aparecido por toda a economia.
Tivemos a moeda mais desvalorizada do mundo em 2020, o que por sua vez favorece produtores brasileiros, em especial do agro, a produzir e exportar. O resultado? A balança comercial brasileira deve ter o maior saldo da história, ou $83 bilhões.
Também como consequência do dólar e da retomada do consumo, a inflação atingiu 7% em 12 meses.
Seja por fatores ocasionais, como a falta de chuvas, ou estruturais, como a alta do dólar, a inflação ainda preocupa, mas por sua vez também gera algum alívio quando falamos na conjuntura fiscal do país.
Com um índice de inflação que deve fechar em 5.5% neste ano, segundo aponta o boletim Focus, a dívida pública deve cair em relação ao PIB para 87,2%.
Sinais ainda frágeis não são coincidência. A economia brasileira passou por um tombo considerável em 2020, que se somado ao ainda não recuperado nível pré-crise de 2015 expõe o tamanho do nosso problema.
Em suma, o país tem aprovado uma série de medidas para garantir a estabilidade jurídica, como marcos regulatórios, mas o ambiente macro ainda cria incerteza nos investimentos.
Os resultados das reformas por sua vez já são sentidos, como o bem sucedido leilão e Cedae que deve injetar R$33 bilhões em investimentos no estado do Rio de Janeiro, ou um aumento de investimentos em projetos ligados ao setor de gás natural.
No cenário analisado pelo banco, o consumo tem se mostrado mais resiliente do que era esperado diante do fim, ou redução, do auxílio emergencial.
Na prática, o Itaú vê uma aceleração do consumo alinhada com o aumento da vacinação, o que tornaria improvável uma nova onda.
Entre abril e maio, quando a vacinação dos grupos acima de 60 anos avançou, o número de mortes por Covid caiu 31%, mesmo com um aumento no número de casos. A questão ainda depende do desenrolar da nova cepa indiana e seu efeito no país, mas a vacinação tem se mostrado efetiva até o momento.
Em outro indicador relevante da atividade econômica, a arrecadação de impostos, foi registrado um recorde.
O governo federal arrecadou 18,5% mais em março deste ano, além de 6,9% comparado a fevereiro. O resultado é o melhor para o período desde 1994.
Nos estados, os resultados são similares, e após um 2020 com as contas positivas (em função da compensação federal aprovada pelo congresso e que superou a queda de arrecadação), a expectativa é de uma melhora nas finanças estaduais.
Para além disso, 2021 marca o resultado de reformas previdenciárias aprovadas ao longo de 2020 pelos governos estaduais.
Com um maior superávit comercial e arrecadação, além de um resultado expressivo dos estados, a meta de déficit primário que estava em R$286 bilhões, foi reduzida para R$187 bilhões em 2021, o que por sua vez reduz a pressão sobre a dívida pública.
Na prática, a economia ganha um empurrão com a alta de commodities, mas uma melhora que fuja dos voos de galinha tradicionais da economia brasileira, ainda dependem de contratar mais “crédito”, ou confiança propriamente, algo cuja garantia está estritamente ligada a uma agenda de reformas.
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