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Economia

Há 31 anos que o Real perde valor

Apesar do sucesso inicial, o real não escapou dos desafios ao longo das décadas.

Hoje, 1º de julho de 2025, o real (R$), a moeda oficial do Brasil, completa 31 anos de existência. Lançado em 1994 como parte do Plano Real, um ambicioso programa econômico liderado por Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda de Itamar Franco, o real marcou o fim de décadas de hiperinflação e trouxe estabilidade à economia brasileira. No entanto, apesar de seus sucessos iniciais, a moeda perdeu mais de 85% de seu poder de compra desde sua criação.

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O real surgiu em um contexto de crise econômica severa. Nos anos 1980 e início dos 1990, o Brasil enfrentava uma inflação anual que chegou a ultrapassar 5.000%, resultado de uma série de planos econômicos malsucedidos e da falta de controle fiscal.

O Plano Real, desenhado por uma equipe de economistas como Gustavo Franco, Pedro Malan e Pérsio Arida, tinha como pilares a desindexação da economia, o ajuste nas contas públicas e o uso de uma âncora cambial, com o real inicialmente paritário ao dólar americano (R$ 1 = US$ 1).

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A introdução da Unidade Real de Valor (URV) como transição e a substituição do cruzeiro pelo real em 1º de julho de 1994 foram recebidas com otimismo. A inflação despencou, os salários passaram a ter valor real novamente, e a classe média pôde planejar seu futuro com mais segurança. “O real devolveu a esperança ao brasileiro”, lembra o economista Pedro Malan em recente debate na Fundação FHC. O evento marcava os 30 anos do plano em 2024.

Real segue perdendo valor

Apesar do sucesso inicial, o real não escapou dos desafios ao longo das décadas. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado e da Calculadora do Cidadão do Banco Central, R$ 1 de 1994 equivale a R$ 7,54 em 2024. Ou seja, uma perda de aproximadamente 87% do poder de compra.

Exemplos práticos ilustram essa erosão. Um quilo de alcatra, que custava R$ 2,49 em 1994, hoje varia entre R$ 42 e R$ 55. Enquanto um livro popular, que valia R$ 10 na época, agora custa entre R$ 70 e R$ 90.

A transição do modelo de âncora cambial para o regime de câmbio flutuante, adotado em 1999, foi um marco. Embora tenha ajudado a evitar crises de balanço de pagamentos, também expôs a moeda a pressões externas e internas. Crises como a recessão de 2015-2016, a pandemia de COVID-19 e a recente volatilidade dos juros, que variaram de 2% a 13,75% ao ano, corroeram ainda mais seu valor.

Nos últimos 31 anos, o Brasil enfrentou uma série de turbulências econômicas. Entre elas, quebra do tripé macroeconômico (inflação baixa, câmbio flutuante e superávit fiscal), explosão da dívida pública e populismo fiscal.

A inflação, embora controlada, segue como uma preocupação, com a taxa atingindo 5,32% em maio de 2025, segundo o IBGE. O debate sobre a credibilidade fiscal e a autonomia do Banco Central, temas centrais em 1994, permanece atual.

Nesse cenário, cresce o interesse por alternativas à moeda fiduciária tradicional. A adoção de criptomoedas, como o Bitcoin tem ganhado tração no Brasil. Motivados pela instabilidade econômica e pela desvalorização do real, muitos brasileiros veem nessas tecnologias uma proteção contra a inflação.

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