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Guerra comercial de Trump pode trazer o grande ‘boom’ para RWA e esse é o motivo

A crescente adoção de títulos públicos tokenizados e a recente alta nas taxas de juros, impulsionada pela China vendendo de títulos do Tesouro americano, é uma mistura com potencial de moldar um novo cenário financeiro.

A guerra comercial entre Estados Unidos de Trump e China de fato trouxe impactos profundos na economia global, mas ao mesmo tempo pode impulsionar de maneira nunca vista antes mercados como stablecoins, tokenização de ativos do mundo real (RWA) e blockchain. As altas nos rendimentos de títulos de dívidas americanas, e a volatilidade nesse mercado de “renda fixa” é um prato cheio para investidores de finanças descentralizadas (DeFi).

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No cenário atual, os EUA e a China estão em um grande embate de tarifas para importação. Anteriormente, o mercado reagia às tarifas de 104% impostas pelos EUA sobre bens chineses e a retaliação chinesa e tarifas de 108% sobre produtos americanos.

Hoje, Trump anunciou a elevação imediata das tarifas sobre produtos chineses para 125%, classificando a medida como uma resposta à “falta de respeito que a China tem demonstrado aos mercados globais”.

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Ao mesmo tempo, o presidente autorizou uma pausa de 90 dias nas tarifas para mais de 75 países, que não retaliaram economicamente contra os EUA. Com a aplicação de uma tarifa recíproca reduzida de apenas 10% durante o período.

Qual efeito disso no mercado de títulos?

Em meio a esses anúncios, as taxas de juros dos Treasuries, títulos de financiamento do governo americano, oscilam de forma expressiva.

Basicamente, os Treasuries são uma forma de o governo dos Estados Unidos, e de muitos outros países, se financiar. O governo coloca em prática toda vez que o ‘Tio Sam’ precisa de dinheiro.

Ele emite esses títulos, que são como promessas de pagamento com juros. Quem compra um Treasury está, na prática, emprestando dinheiro ao governo em troca de receber esse valor de volta no futuro, com uma taxa de juros acordada.”

Dito isso, outro ponto é que o conflito entre as duas maiores economias globais reconfigura cadeias de suprimentos e abala o câmbio global. Portanto, invariavelmente afeta os preços pelo mundo.

Se o “Tio Sam” não se comporta, e causa um grande tumulto na sua economia, como fica a confiança de quem pensa em emprestar dinheiro a ele? Os investidores não deixam de emprestar, mas colocam esse risco nos juros. Ou seja, o rendimento aumenta, porque o risco de emprestar também aumenta.

Além disso, a China é uma das maiores detentoras de dívida americana do mundo. Em outras palavras, o segundo maior país que empresta. O grande medo é do país vender os bilhões que detém (pedir o dinheiro de volta).

Basta imaginar aquele clássico da infância, em que um menino que, apenas porque ficou no gol, pedir a sua bola de volta só de birra para acabar com a partida.

Contudo, a partida também acabaria para o menino, ou melhor, para a China. As altas nos juros dos títulos americanos também afetaria o país.

RWA entra no jogo de Trump

Nestes momentos de incerteza, a volatilidade desses rendimentos mudam a cada novo anúncio. E quem sabe o que são stablecoins e RWA lucram com isso.

A crescente adoção de títulos públicos tokenizados e a recente alta nas taxas de juros, impulsionada pela China vendendo de títulos do Tesouro americano, é uma mistura com potencial de moldar um novo cenário financeiro.

Stablecoins, criptomoedas atreladas a ativos estáveis como o dólar americano, estão se consolidando como uma solução para transações e preservação de valor em meio à volatilidade.

Existem alguns meios de operar o juros americanos por meio das stablecoins, e principalmente com RWA.

A guerra comercial intensifica a demanda por stablecoins. Com o dólar enfrentando volatilidade, stablecoins como USDT e USDC oferecem uma alternativa confiável para empresas e indivíduos em países emergentes que buscam evitar perdas cambiais.

É como dizer que as stablecoins, por serem uma maneira fácil, rápida e líquida, são opções para pessoas que sofrem com as flutuações cambiais advindas da guerra comercial. Por exemplo, um exportador brasileiro, que pode deixar suas reservas em USDC durante esse cenário de incerteza.

Além disso, em um ambiente de alta nas taxas de juros, stablecoins lastreadas em ativos, como títulos do Tesouro americano, estão ganhando popularidade. Esse é o famoso RWA, ou ativos do mundo real.

Pense que, qualquer pessoa no mundo pode comprar uma stablecoin que em seu lastro tem títulos de dívidas americanas. Novamente, um brasileiro que potencialmente pode sofrer com a volatilidade cambial entra no exemplo como beneficiado.

Alavancagem com RWA e a renda não tão fixa

Além disso, é possível operar com arbitragem de Yield Tokens para obter liquidez imediata do Principal Token. Assim, destravar outras operações como empréstimo colateralizado de outros ativos.

Explico. Com o avanço do RWA é possível tokenizar títulos de dívidas americanas, e mesclar com dólar tokenizado, ouro e outros ativos.

Gestoras como BlackRock já emitem ativos desse tipo. Um ativo digital que representa uma mistura de ativos “mais estáveis e seguros”. Eles geram rendimentos direto na carteira dos detentores.

Agora, é possível também separar este ativo (que chama-se Yield Bearing Assets) em dois. O ativo subjacente, sem rendimentos (Principal Token) e o Yield Token ( fluxos de renda). Este último é a estimativa de rendimento que aquela mistura vai gerar para quem o detém em carteira.

A jogada com RWA

Existe uma estratégia em que os investidores podem “travar” ou “separar” o Yield Token por um período definido, comprometendo-se a não resgatá-lo ou negociá-lo até o vencimento. Em troca, ele pode receber um desconto no preço ou benefícios adicionais, como maior liquidez para o Principal Token.

Com o Yield Token travado, o investidor pode vender, negociar ou usar o Principal Token em outras estratégias. Ele basicamente travou o seu rendimento, e agora pode vender o ativo subjacente sem perder o direito a receber estes juros.

Por exemplo, o investidor tem 1.000 USDY (stablecoin da Ondo que paga 5% ao ano).

Ao usar um protocolo como Pendle, ele separa em 50 USDY, referentes aos rendimentos ao longo de 1 ano. E fica com os 1.000 USDY originais, sem os rendimentos futuros.

Ele “trava” o Yield Token por 1 ano e vende o Principal Token por 950 USDC no mercado. Desse modo, acessando liquidez imediatamente enquanto mantém os 50 USDY de rendimento para resgatar depois.

Ou, ao invés de vender, ele pode travar o Principal Token como garantia, em uma plataforma de empréstimos descentralizados. Desse modo, ele separou seus rendimentos, e usou o ativo subjacente sem fluxos de renda para pegar um empréstimo.

O investidor está alavancado.

Nesse cenário de juros altos, caso os rendimentos de um título público venha a cair, o investidor já travou seu rendimento. Ele praticamente transformou um título de renda fixa pós fixada, em pré fixada.

Contudo, também existe um cenário onde os juros aumentem. O que faria com que o investidor perdesse oportunidade de custo.

O fato é que, o travamento do Yield Token permite reter rendimentos futuros enquanto se libera o capital principal, e a venda do ativo subjacente sem rendimentos oferece liquidez imediata ao custo de abrir mão dos fluxos de renda.

Guerra comercial de Trump e o grande boom das RWAs

A tokenização de ativos do mundo real (RWA) está emergindo como uma das aplicações mais promissoras da tecnologia blockchain em meio ao caos da guerra do Trump.

A Chainlink destaca que a tokenização de RWA, como moedas, commodities, ações e títulos, é uma das maiores oportunidades no setor de blockchain, com um mercado potencial de centenas de trilhões de dólares.

A guerra comercial de Trump está acelerando a tendência de RWA. Com os mercados tradicionais sob pressão, investidores estão buscando ativos alternativos que ofereçam segurança e rendimento.

Segundo análise de Vinícius Bitelo, analista do BlockTrends, a principal peça do tabuleiro macro agora é a falta de liquidez existente no mercado de títulos de longo prazo nos EUA .

“Essa subida nos Treasuries de 10+ anos não é apenas a China vendendo, podemos estar vendo o colapso de alguns grandes players, como Hedge Funds que precisaram fechar posições devido à alta alavancagem no chamado “basis trade’”, apontou no grupo de WhatsApp.

O FED fica neste momento encurralado com uma possível crise de liquidez no mercado de títulos e pressões inflacionárias de curto prazo devido à guerra comercial.

EUA de Trump vai ter que ceder ao RWA

Portanto, o Tio Sam pode estar em desespero para vender esses títulos. Em outras palavras, achar outro menino que tenha uma bola para que a partida não acabe. Precisa pegar mais dinheiro emprestado.

A tecnologia blockchain, e a possibilidade de distribuir essas dívidas em Yield Tokens, pode ser a jogada mais próxima. Além disso, é a hora perfeita para que o presidente dos EUA, Donald Trump, prove que realmente quer adentrar neste mercado de blockchain e RWA, asism como fala desde sua posse.

Além disso, vale ressaltar que a BlackRock já oferece fundos tokenizados como o BUIDL. Já é possível por meio de blockchains como a Ondo Chain, separar e travar os rendimentos de BUIDL, um fundo em blockchain da maior gestora do mundo.

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