Há exatamente 111 anos, no dia 23 de dezembro de 1913, os EUA presenciaram a criação do Federal Reserve, ou Fed, o Banco Central norte-americano responsável pela emissão do dólar atualmente. Sua fundação tinha um objetivo pilar: estabilizar o sistema bancário e mitigar crises financeiras. Desde então, o dólar perdeu 97% de seu poder de compra e o país passou por duas imensas crises financeiras.
Economistas mais liberais, e adeptos da escola austríaca de economia, argumentam que o impacto do Fed gerou controvérsias. Especialmente no que diz respeito à desvalorização do dólar. Conforme a escola, o mercado e a moeda devem ser livres de intervenções que não correspondem ao verdadeiro desejo de troca da população, isso inclui o Estado.
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Criação do Fed
O BC dos EUA surgiu exatamente com objetivo de intervir. No início do século XX, os Estados Unidos enfrentavam um sistema bancário fragmentado e vulnerável a crises. A Panic of 1907 foi um dos eventos mais marcantes que levaram à criação do Fed. Durante essa crise, a economia americana quase colapsou devido à falência de instituições financeiras, retiradas em massa de depósitos e uma grave falta de liquidez.
Para evitar a repetição desses eventos, o Congresso aprovou a Federal Reserve Act, assinada pelo então presidente Woodrow Wilson. A legislação criou o Fed como o banco central do país, com a missão de garantir a estabilidade do sistema financeiro, controlar a oferta de dólar, atuar como emprestador de última instância para bancos em dificuldade e promover o pleno emprego e a estabilidade de preços.
Antes do Fed, não existia um banco central, e o sistema era composto por centenas de bancos independentes, muitos emitindo suas próprias notas (moedas ou cédulas), lastreadas em ouro ou prata. Portanto, não havia um órgão regulador para controlar a oferta de moeda ou ajustar as taxas de juros.
As decisões econômicas eram determinadas principalmente pelas condições do mercado de ouro e pela atuação de grandes instituições privadas e financeiras, como o J.P. Morgan & Co., que frequentemente assumia o papel de “salvador” do sistema financeiro.
Fed e dólar: uma relação de parasitismo
Desde a criação do Federal Reserve, o poder de compra do dólar sofreu uma queda drástica. Em 1913, US$ 1 tinha o mesmo poder de compra que aproximadamente US$ 0,03 em 2023.
Para efeitos de comparação, em 1913 o valor de US$ 1.000 poderia comprar uma casa modesta nos Estados Unidos. Em 2024, esses mesmos US$ 1.000 representam uma fração do custo médio de uma casa, que ultrapassa US$ 400.000. Trata-se uma redução de 97% em 111 anos, como mostra o gráfico abaixo.
Portanto, essa desvalorização pode ser atribuída a diversos fatores. Entre elas, uma inflação acumulada devido a impressão de moeda e o aumento da base monetária. Especialmente durante guerras, crises econômicas e pandemias, contribuíram para a perda de valor.
Outro fator determinante foi o Fim do padrão-ouro. Evento que aconteceu em 1971, sob o governo de Richard Nixon, Na época, os EUA abandonaram o padrão-ouro, permitindo que o dólar fosse uma moeda fiduciária sem lastro, aumentando a flexibilidade da política monetária, mas também a inflação de longo prazo.
Por fim, é essencial dizer que desde o surgimento do Fed, duas grandes crises financeiras assolaram o país. A Grande Depressão (1929) e a crise de 2008. Em ambas, o Federal Reserve respondeu com políticas de estímulo que expandiram a oferta de moeda, o que corrobora com a inflação.
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