A família do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem mantido negociações para adquirir uma participação financeira na Binance.US, braço americano da maior corretora de criptomoedas do mundo, segundo noticiou o The Wall Street Journal que afirmou ter fontes próximas ao assunto.
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A possível entrada da família Trump no negócio ocorre em um momento estratégico para a Binance. Isso porque, o fundador, Changpeng Zhao (CZ), busca um perdão presidencial para eliminar barreiras legais que impedem o retorno da empresa ao mercado americano.
As tratativas ganharam força depois que a Binance manifestou interesse em retomar sua presença nos EUA. Ao mesmo tempo em que enfrentava desafios legais resultantes de acusações de facilitação de transações com grupos sancionados e violação de leis contra lavagem de dinheiro.
Em 2023, a exchange concordou em pagar US$ 4,3 bilhões em multas e CZ, que renunciou ao cargo de CEO, recebeu uma condenação de quatro meses de prisão. Atualmente, ele vive em Abu Dhabi, de onde continua a ser o maior acionista da empresa.
Trump e Binance
A possível aliança entre a família Trump e a Binance não é apenas uma transação comercial. Se concretizada, essa parceria sinalizaria um movimento ousado tanto para o setor de criptomoedas quanto para o governo dos EUA.
Para a Binance, um perdão presidencial a CZ representaria uma reabilitação da empresa. Desse modo, permitindo que ela recuperasse espaço no competitivo mercado americano. A fatia de participação da exchange caiu de 27% para pouco mais de 1% após as sanções regulatórias.
Para a família Trump, um investimento na Binance.US representaria uma oportunidade de expandir ainda mais sua atuação no setor cripto.
O ex-presidente já vinha se aproximando da indústria. Inclusive assinou recentemente ordens executivas favoráveis ao Bitcoin. O presidente demonstra também apoio a ativos digitais por meio da World Liberty Financial, um empreendimento cripto ligado a seus negócios.
Discussões envolvem grandes nomes
As discussões para o acordo teriam contado com a participação de Steve Witkoff, amigo de longa data de Trump e atualmente um dos principais negociadores do governo em questões internacionais. Incluindo negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas.
Fontes da WSJ indicam que Witkoff teria desempenhado um papel ativo nas conversas com representantes da Binance. Embora membros da administração neguem seu envolvimento direto.
O potencial investimento da família Trump poderia ocorrer por meio da própria Binance.US ou via World Liberty Financial, que já recebeu aportes de investidores influentes do setor cripto, como Justin Sun, fundador da Tron.
Sun, que enfrentava um processo da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), viu a ação contra ele ser suspensa recentemente, o que levantou especulações sobre um possível alinhamento entre grandes players do setor cripto e o governo Trump.
Changpeng Zhao foi ao twitter negar a reportagem do WSJ. Segundo ele, não existe tal conversa com os Trump. “Desculpe desapontá-los. O artigo do WSJ errou os fatos[…]Fato: Não tive nenhuma discussão sobre um acordo da Binance US com… bem, ninguém”, escreveu em seu X.
“Nenhum criminoso se importaria com um perdão, especialmente sendo o único na história dos EUA que já foi condenado à prisão por uma única acusação de BSA. Parece que o artigo é motivado como um ataque ao presidente e às criptomoedas. E as forças residuais da “guerra às criptomoedas” da última administração ainda estão em ação”, finalizou.
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