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Essa tecnologia do Bitcoin vai destruir a sua altcoin preferida, a Drivechain

Uma ideia criada em 2017 para o Bitcoin volta à tona com força total com uma sugestão de Adam Back, as Drivechains. Entenda essa solução. Quando o responsável pela criação do algoritmo que inspirou a mineração de bitcoin e candidato provável a Satoshi Nakamoto sugere uma nova tecnologia que pode matar as criptomoedas concorrentes, é […]

Uma ideia criada em 2017 para o Bitcoin volta à tona com força total com uma sugestão de Adam Back, as Drivechains. Entenda essa solução.

Quando o responsável pela criação do algoritmo que inspirou a mineração de bitcoin e candidato provável a Satoshi Nakamoto sugere uma nova tecnologia que pode matar as criptomoedas concorrentes, é bom ficar de olho, pois o já acelerado mercado de criptoativos pode entrar em um turbilhão inesperado de inovações.

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No dia 07/05, o usuário do Twitter @Monero_TV postou um vídeo no qual Adam Back, desenvolvedor e CEO da Blockstream, explicava como a fungibilidade é ainda um ponto falho no bitcoin. Segundo Adam, “a fungibilidade do Bitcoin é pior que a do Paypal”.

#bitcoin does need better fungibility. and it has some on layer2. lightning onion routing. @Liquid_BTC confidential transactions, @drivechain zcash.

— Adam Back (@adam3us) May 7, 2021

A fungibilidade é a característica de um ativo ser trocado por outro do mesmo tipo, de forma que não seja possível distinguir as partes. O bitcoin não é um ativo fungível, os inputs e outputs (transações) são públicas e distinguíveis facilmente no blockchain, de forma que um bitcoin que passou pelo mercado negro pode valer menos que outro recém minerado.

Como resultado dessa transparência excessiva, a fungibilidade do bitcoin foi atacada na semana retrasada por uma pool de mineração que censurou transações fora dos requerimentos de AML da OFAC, uma agência de inteligência do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

Isso gerou uma série de críticas e ressuscitou no vídeo acima de Adam Back, criador do hashcash, a inspiração para a estrutura de mineração do bitcoin. Como resposta, o CEO citou uma série de soluções desenvolvidas para ajudar na completa falta de privacidade dos usuários de BTC.

“Bitcoin realmente precisa de melhor fungibilidade, e ele tem alguma em segunda camada. Lightning com roteamento onion, transações confidenciais na Liquid e drivechain zcash.” – respondeu Back.

Drivechains, transformando o bitcoin em uma metamorfose ambulante

Uma dessas soluções chamou atenção dos usuários mais experientes da comunidade de criptomoedas, a Drivechain. Criada em 2015, a Drivechain é um conceito de sidechain do bitcoin. Muito confuso? Então, o que é uma sidechain? Como diria Jack, vamos por partes.

Uma sidechain é um blockchain auxiliar em sua definição mais abrangente. No artigo utilizaremos o termo para se referir a blockchains auxiliares que utilizam o mesmo token que o principal.

Com esse conceito em mente, pensemos nas possibilidades de uso do BTC. Que tal criar um blockchain auxiliar com todas as características da Zcash? Bitcoin Cash? Ou da sua altcoin favorita? Tudo isso usando a mesma moeda, o bitcoin.

Atualmente o BTC conta com as sidechains da RSK para contratos inteligentes e a federação empresarial Liquid Network com suas transações rápidas e baratas.

Mas como a Drivechain funciona? Como mandar essas moedas para as sidechains?

Para que as sidechains funcionem é preciso enviar as moedas da rede principal para o blockchain auxiliar. Na Liquid, esse processo de “transmutação” é feito por um grupo de servidores centralizado e escolhido pela Blockstream. Mas há também outras soluções como:

Queima de moedas: os bitcoins são destruídos no blockchain principal e adicionados a sidechain, com a desvantagem de nunca mais voltarem. Isso pode ser feito ao enviar moedas para um endereço de BTC aleatório e praticamente impossível de ser descoberto como: 1BitcoinEaterAddressDontSendf59kuE ou 1111111111111111111114oLvT2 (que encoda o menor hash160 possível)

Endereços multi-assinatura: os bitcoins são enviados para um endereço com múltiplas assinaturas controlado por entidades diversas, elas identificam quem enviou a transação e passam para o blockchain, identificando o endereço na outra chain por dados gravados no blockchain do BTC (mais sobre isso abaixo) ou para algum endereço já identificado pelo usuário anteriormente. Esse é um método muito semelhante ao da Liquid.

Como funciona a Liquid

Enviar bitcoins é fácil, o bitcoin foi criado justamente com a ideia de fazer esse processo de contabilidade. E para tirar os bitcoins enviados da sidechain?

A primeira opção de queimar os tokens está perdida, uma vez “destruídos” é impossível recuperar os bitcoins. E os servidores centralizados não são uma boa opção para quem quer uma rede descentralizada.

Aí entra a opção mais inovadora tanto na entrada de moedas quanto no retorno delas para o blockchain. A proposta de melhoria do bitcoin (BIP) 300 sugere que as moedas sejam enviadas para um endereço “Anyone can spend” no qual qualquer pessoa possa gastá-lo – literalmente qualquer – chave público-privada pode até mesmo ficar exposta.

A ideia é que os mineradores façam um soft fork para entrar em acordo, de forma a não gastar essas moedas a não ser que algumas condições sejam cumpridas. O soft fork é positivo, pois ele permite que clientes antigos da rede continuem rodando o software sem se preocupar em atualizá-lo, tornando-se retrocompatível.

Além desse acordo, o fork adicionaria alguns campos a mais nas transações do Bitcoin Core, esses campos não ficariam guardados no blockchain do Bitcoin e seria apenas um banco de dados separado e não obrigatório, algo semelhante ao Segwit.

Neste banco seriam guardadas as solicitações de saque das sidechains de interesse dos mineradores e um contador de 1 bit por bloco. A ideia é que os mineradores votem por 3 ou 6 meses pela inclusão dessas transações no blockchain do bitcoin, se o minerador sinalizar 1 é “sim” ou 0 para “não”.

Em algumas propostas esse endereço seria um contrato inteligente que verificaria algumas condições para permitir o saque, como o contador de 1 bit.

Portanto, essas são as etapas de funcionamento da Drivechain:

Usuário manda os bitcoins para um endereço que qualquer um pode gastar com informação de endereço no campo de dados do bitcoin (OP_Return);Os nodes da Drivechain verificam quem tem mais bitcoins no blockchain no endereço, os mineradores criam essas moedas de acordo com as regras da sidechain;Os usuários movimentam as moedas pagando em bitcoin, mas as características do blockchain são diversas e podem adicionar privacidade, contratos inteligentes e muito mais;Na hora do saque, o usuário manda uma transação de retorno para a rede principal e faz um pedido para a rede do bitcoin;Os mineradores do Bitcoin utilizam Provas SPV para verificar o blockchain – o mesmo processo das carteiras de bitcoin para celulares. A votação começa, se mais de 51% dos mineradores por um período de 2 semanas votar para que o grupo de transações seja enviado, então a transação ocorre.

Problemas de segurança?

Após o fork, a maioria econômica dos nodes poderia descartar blocos com transações inválidas da sidechain e em tese executaria uma reorganização de blocos, processo semelhante como acontece com blocos que são encontrados em simultâneo por partes diferentes da rede.

Para que o saque fosse efetuado por mineradores maliciosos eles teriam que obter 51% do poder de mineração interessado na sidechain por um período longo (duas semanas ou mais).

Para Paul Sztroc, ex-economista da Bloq e estatístico da Yale University, o sistema só funcionará para sidechains com grande impacto e popularidade, pois os nodes ligariam o suficiente para desafiar os mineradores. Essa disputa é chamada na teoria dos jogos de “destruição mútua assegurada”, na qual nenhum dos lados quer atacar para não ser penalizado.

Bombas com a placa: “Em nenhum caso deve ser usada – porque o inimigo pode retaliar”.

“Sidechains (aqueles cujas taxas de valor agregado e transação não valem a rede/recursos computacionais consumidos) são um desperdício de capacidade de nó/largura de banda e devem ser removidos do sistema.”

Mas em última instância, apenas os usuários da sidechain seriam afetados com os bitcoins roubados.

Vantagens para o bitcoin e implicações no mercado

Esse sistema, que simplificamos acima, poderia diminuir consideravelmente o espaço das altcoins no mercado de criptoativos e tornar boa parte delas redundante ou completamente inútil.

Muitas criptomoedas com principal caso de uso voltado a “smart contracts”, pagamentos rápidos e/ou taxas baratas teriam seu market cap potencialmente obliterados por alguma sidechain do bitcoin com os mesmos recursos, pois boa parte do trade dessas altcoins já acontece no par BTC. Qual seria o sentido de usar uma moeda diferente?

Por outro lado, moedas com uso de privacidade manteriam parte do seu valor devido à transparência do blockchain. Os endereços públicos dessas sidechains e todos os input/outputs envolvidos com elas poderiam ser bloqueadas de exchanges, como já acontece. Da mesma forma, os mineradores que seguem as diretrizes estatais contra a lavagem de dinheiro poderiam bloquear o voto de saque e matar a nova cadeia.

A implementação de uma Drivechain seria espetacular para o bitcoin, apesar de não resolver os sérios problemas de privacidade, ela poderia dar mais valor e casos de uso ao principal criptoativo do mercado.

Tirinha criada por Tauani Mazzaferro

O conteúdo Essa tecnologia do Bitcoin vai destruir a sua altcoin preferida, a Drivechain apareceu primeiro em Cointimes.

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