
As Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque preventivo ao Irã na madrugada de sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. O bombardeio teve como alvo infraestruturas nucleares iranianas.
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Teerã prometeu retaliar. O ataque não foi surpresa tão grande, visto que Israel já tentava negociar com o Irã para barrar avanços nucleares. Além disso, há algumas semanas a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) denunciou o Irã por infringir regras de não proliferação nuclear.
O ataque israelense resultou na morte do chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e do chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri. Dois cientistas nucleares também foram mortos.
Horas depois, Israel afirmou que o Irã lançou mais de 100 drones contra seu território. A população foi orientada a permanecer próxima de abrigos e evitar áreas abertas.
E o que Irã e Israel tem haver com Bitcoin?
Diante disso, os ativos de risco sofreram forte impacto no primeiro momento, com o Bitcoin chegando a cair para US$ 103 mil. E criptomoedas como o Ethereum registrando queda de até 8% em um único dia.
Nas últimas 24 horas, cerca de US$ 250 milhões em contratos futuros de compra de Bitcoin foram liquidados após o ataque. Ao todo, mais de US$ 1 bilhão foram liquidados no mercado de criptoativos.
Conforme Cauê Oliveira, analista do BlockTrends PRO, esse tipo de movimento inicial no Bitcoin costuma ocorrer por conta da busca por liquidez sistêmica diante de um aumento no sentimento de aversão ao risco. Especialmente com potenciais impactos em cadeias de suprimentos, um efeito colateral comum em conflitos dessa magnitude.
“É por isso que o petróleo também sobe. O petróleo disparou até 12% em três dias. Enquanto ativos de refúgio como o iene, o franco suíço e os Treasuries se valorizaram. O dólar americano recuou para sua cotação mais baixa desde abril de 2022. Desse modo, pressionado por dados fracos de inflação nos EUA e pela busca por ativos de maior segurança.
“No entanto, o Bitcoin costuma ser reprecificado posteriormente, à medida que a resposta dos governos a crises geopolíticas envolve aumento de gastos militares financiados por impressão de moeda, expansão de crédito e injeção de liquidez. Isso apenas evidencia a fragilidade estrutural do sistema fiduciário e acaba incentivando a realocação de capital para o Bitcoin”, comentou Cauê.
Bitcoin em tempos de tensão geopolítica
No BlockTrends PRO, Cauê Oliveira rastreou 16 eventos geopolíticos semelhantes. E o Bitcoin não só se recuperou de todos eles, como teve desempenho superior ao do ouro como instrumento de proteção.
Além disso, ativos como o ouro também tendem a se valorizar no primeiro momento. Contudo, o Bitcoin, historicamente, costuma registrar uma valorização média superior a 30% após esses episódios.
Para André Franco, CEO da Boost Research,o movimento evidencia a busca por liquidez em meio ao choque geopolítico. “É importante lembrar que em cenários de estresse extremo, mesmo ativos considerados ‘porto seguro’ tendem a ser vendidos para cobrir margens ou realocar caixa. Portanto, o que limita seu papel como proteção imediata”, avalia.
“A expectativa para o curto prazo é negativa para o Bitcoin, dado o risco de uma possível retaliação por parte do Irã e um possível escalonamento do conflito”, finalizou.
Análise técnica com influência geopolítica
Para Guilherme Prado, country manager da Bitget, embora a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA tenha sinalizado inflação sob controle — o que costuma favorecer ativos de risco —, o cenário internacional acabou neutralizando esse efeito positivo.
“O BTC chegou a perder temporariamente o suporte dos US$ 105 mil, impulsionado por liquidações significativas de posições compradas, que somaram mais de US$ 1,12 bilhão. Tecnicamente, o indicador RSI diário já se aproxima da zona de sobrevenda, o que pode sinalizar uma reação de curto prazo, ainda que sem uma reversão clara no momento”, avaliou.
O suporte em US$ 103.300 é um nível crítico para se observar; sua perda pode abrir caminho para quedas maiores até a faixa de US$ 102.400 a US$ 101.800, diz Prado.
“Por outro lado, uma recuperação sustentada acima de US$ 105 mil pode devolver força compradora e levar o ativo novamente para a região dos US$ 106 mil a US$ 107 mil. Mesmo com a recente volatilidade, o viés estrutural permanece positivo enquanto o Bitcoin se mantiver acima da marca dos US$ 100 mil, ancorado pelo interesse institucional e pelo aumento na adoção via ETFs”, finalizou.
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