Para quem acha que ganhar dinheiro na Bolsa é fácil, conte a história do empresário Inácio de Barros Melo Neto que apostou na Americanas (AMER3) de Lemann. O empresário perdeu R$ 70 milhões, em um período de cerca de um mês.
O empresário é o maior sócio minoritário da varejista, e em julho, quando atingiu 113 milhões de ações ordinárias da Americanas, ou 12,52% da empresa, a CVM o “dedurou” por questões burocráticas.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamenta as empresas listadas na Bolsa de Valores no Brasil, e precisa avisar quando alguém atinge uma participação relevante em uma empresa pública. Acima de 5%.
Na época, o preço da ação da Americanas valia R$ 0,69. Ou seja, a quantia do empresário em Americanas equivalia algo em torno de R$ 78 milhões. O empresário não quis revelar o exato preço de aquisição dos papéis.
Contudo, a recente divulgação dos resultados financeiros da Americanas revelou um prejuízo de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre de 2024 e R$ 2,27 bilhões em 2023. Como resultado, as ações da empresa despencaram mais de 90%.
Portanto, o sangramento desta semana da Americanas não estancou, e a ação fechou a R$ 0,07 nesta quinta-feira (22), um mês depois do comunicado da CVM sobre as participações do empresário.
A queda arrancou aproximadamente R$ 70 milhões das mãos do empresário fã de Americanas. Vale lembrar que a varejista entrou em recuperação judicial no início do ano passado após revelar um rombo contábil bilionário.
Desse modo, entre os maiores acionistas de Americanas depois do empresário, figuravam apenas os membros da 3G Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Apesar disso, em diversas entrevistas o empresário afirmou que confiava na gestão do trio 3G, e na varejista.
Empresário, mãos de diamante, ainda acredita em Americanas
O empresário deixou claro que sua intenção ao adquirir as ações não era mudar a composição de controle ou a estrutura administrativa da empresa. Mas sim obter lucro em uma venda futura.
Para aqueles que dizem que não existe fã clube na Bolsa, Melo Neto provou o contrário. O empresário afirmou que continua confiante em Americanas e até considerou a possibilidade de comprar mais nesta baixa.
Além disso, a empresa homologou um aumento de capital, que resultou na emissão de novas ações. O movimento diluiu ainda mais a participação dos acionistas que não exerceram o direito de preferência na compra de novas ações. A participação de Melo Neto, que inicialmente era de 12,52%, foi reduzida para cerca de 1%.
A situação da Americanas é ainda mais desafiadora, pois a empresa planeja realizar um grupamento de ações na proporção de 100 para 1, o que pode trazer novas quedas e afetar ainda mais a confiança dos investidores no papel.
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