Se você tem contato com redes sociais muito provavelmente já se deparou com narrativas que condenam a acumulação de capital de indivíduos como Jeff Bezos e Elon Musk. Discursos como esses ganharam popularidade desde o início da pandemia de coronavírus, quando o mundo entrou em uma inevitável recessão econômica e os jornais estampavam novos recordes de acumulação de capital.
A lógica dos adeptos a essa tese é simples, enquanto toda classe trabalhadora sofria com os efeitos da crise, inflação e afins, os bilionários continuavam a lucrar em cima da população subordinada. Isso teria de ser resolvido com impostos crescentes e intervenção estatal no geral.
A narrativa que soa convincente, possui apenas um ponto correto, o aumento dos patrimônios durante a pandemia. Especificamente, Bezos, Musk, Gates e Zuckerberg faturaram no total US $244,4 bilhões durante o ano de 2020, mas a causa disso é bem diferente da que eles imaginavam.
Na verdade, o fator responsável por alavancar o crescimento de suas fortunas foi justamente a intervenção estatal na economia, que ocasionou um fenômeno muito conhecido pela maioria dos brasileiros, a inflação.
Desde o início da pandemia, o FED (Federal Reserve) aumentou a base monetária americana em mais de 79%, saltando de US $3,4 triilhões para US $6,1 triilhões. No Brasil, o agregado monetário cresceu em quase 50% de janeiro até novembro de 2020.
O efeito disso é simples, como a maior parte do patrimônio dos bilionários estão alocadas em ativos financeiros, como ações, títulos, imóveis e afins, eles naturalmente sofreram uma precificação à medida que o mercado foi inundado de liquidez injetada pelos bancos centrais.
Mas critérios como esse não entram na perspectiva intervencionista, visto que congressistas como a AOC (Alexandria Ocasio-Cortez) alegam que os bilionários só têm sucesso explorando trabalhadores e atacando pessoas vulneráveis e menos privilegiadas. Estampando frases como “Tax the Rich” e clamando por intervenção governamental, a populista desfilou em eventos como Met Gala (cujo ironicamente o ingresso custa US $30 mil).
Dentre os diversos erros cometidos por figuras que se colocam como “defensores da classe popular”, está o menosprezo pela produtividade econômica das iniciativas de empreendedores como Bezos.
Para ilustrar esse raciocínio, vamos comparar o império comercial da Amazon com uma economia de dimensão continental, como a do Brasil.
Mês passado, a Amazon revelou em seu balanço o total de empregados nos Estados Unidos, estimando o número de 950.000 funcionários. A empresa comandada por Bezos paga um salário mínimo de US $15 por hora para todos os seus funcionários desde 2018, mais do que o dobro do salário mínimo federal.
Globalmente, a empresa emprega 1,5 milhão de pessoas. É o segundo maior empregador dos EUA, atrás do Walmart, que atualmente emprega cerca de 1,6 milhão de pessoas nos EUA.
Em junho de 2020, durante o ápice da pandemia, a Amazon anunciou que pagaria US $500 milhões em bônus para funcionários da linha de frente e parceiros de entrega e também concedeu um bônus de férias de US $ 300 aos trabalhadores da linha de frente em dezembro.
Apenas em 2020 a empresa contratou impressionantes 500.000 trabalhadores para atender à crescente demanda pelas compras online durante a quarentena. No início da pandemia, a Amazon aumentou o pagamento para os trabalhadores que enfrentaram a crise do coronavírus em US $2 por hora, e dobrou o pagamento das horas extras.
Desta forma, formulamos um gráfico para ilustrar a evolução do número de empregados pela empresa de Bezos:
Somando o total de cargos gerados pela companhia, obtemos cerca de 1.546.900 empregos, agora vamos comparar o número com os dados fornecidos pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Como saldo total de empregados registrados pelo órgão governamental, temos 259.000 empregos gerados. Isso significa que para a economia brasileira reproduzir o feito de Bezos ela teria de gerar os mesmo 1.546.900 empregos pagando um piso salarial de R$1.753 reais para os trabalhadores, uma vez que o salário mínimo da Amazon é 59,73% superior do salário mínimo estipulado pelo Governo Americano.
Logo, quando você encontrar alguém sugestionando a ilegitimidade do patrimônio de Bezos, questione-a se ela seria capaz de articular uma ideia que geraria 1.546.900 empregos num intervalo de 7 anos.
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